Copel não aplica reajuste de 12,9% autorizado pela Aneel

Objetivos da medida - solicitada pelo governador Roberto Requião - são estimular a atividade da economia paranaense neste momento de crise internacional e atrair novos investimentos para o Estado
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23/06/2009 - 17:09
Editoria
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou nesta terça-feira (23) a Copel a promover um reajuste médio de 12,98% nas suas tarifas de fornecimento. O percentual, no entanto, não será aplicado aos 3,5 milhões de unidades consumidoras atendidas pela companhia do Paraná. O reajuste anunciado pela Aneel que entraria em vigor a partir desta quarta-feira (24), autoriza a Copel a elevar em 11,5% a tarifa aplicada aos consumidores atendidos em baixa tensão, grupo onde se enquadra a maioria dos usuários como as residências, escritórios e propriedades rurais. Para os atendidos em alta tensão, que são basicamente as indústrias e grandes instalações comerciais, os percentuais autorizados variam entre 14,39% a 18,44%. Estímulo - A decisão de não promover reajustes nas contas de luz já havia sido comunicada pela Copel ao mercado e à população há mais de uma semana. Os objetivos dessa medida - solicitada pelo governador Roberto Requião - são estimular a atividade da economia paranaense neste momento de crise internacional e, ainda, atrair novos investimentos para o Estado. A empresa está avaliando os mecanismos que serão adotados para amortecer e absorver o percentual autorizado pela Aneel, neutralizando seus efeitos na conta de luz paga pelos consumidores. “Havíamos encaminhado à Agência uma proposta de diferimento do reajuste, de forma a neutralizar uma elevação imediata de preços em razão da crise e constituindo um ativo regulatório que pudesse ser compensado posteriormente”, observou o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. “Sustentamos essa posição formalmente durante a reunião que tratou do aumento, mas infelizmente ela foi indeferida pela Aneel”. Em razão da decisão, a Companhia passa a estudar novas alternativas que serão levadas para apreciação e deliberação dos acionistas da Copel, que vão se reunir em Assembléia Geral Extraordinária convocada para o final do mês de julho. “Mas, de toda forma, a decisão de não elevarmos neste momento os preços pagos pelo nosso consumidor na conta de luz está tomada”, assegurou o presidente. Interesse social - Segundo o governador Roberto Requião, a manutenção das tarifas da Copel nos patamares atuais contribuirá para aumentar o poder de competição da indústria paranaense, ajudando a manter o nível de empregos e a geração de renda. “O compromisso da Copel com a lucratividade – que tem sido bastante expressiva, por sinal – não se sobrepõe ao interesse social da geração de empregos, do incremento de renda e da melhoria na qualidade de vida da população”, disse. “Aumentando a tarifa de energia elétrica agora, os acionistas teriam lucro maior e o Estado teria um ganho na arrecadação do ICMS, mas na outra ponta, a do crescimento, nós teríamos problemas. Então, nós resolvemos recusar esse aumento, mantendo o preço da nossa energia onde está e, dessa forma, fazendo com que o Paraná tenha uma eletricidade ainda mais barata em relação aos outros estados”, explicou. Na avaliação de Requião, que como governador representa o acionista controlador da Copel, o preço da energia elétrica no Paraná deve ser entendido como um diferencial econômico capaz de incentivar a produção da economia estadual e de atrair novos empreendimentos. “A Copel já tinha a menor tarifa do país e agora terá uma tarifa excepcionalmente ainda mais baixa, fato que certamente irá contribuir para manter a atividade econômica do Estado e que deve despertar a atenção, também, de empresários e investidores no momento em que forem definir onde sediar seus novos empreendimentos”, detalhou. “Com o crescimento do consumo de energia elétrica, a Copel recuperará o percentual que não repassou como tarifa na quantidade comercializada, e não no preço”, analisou ainda Requião.

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