Os recentes reajustes de energia elétrica autorizados pela Aneel confirmam: a tarifa da Copel se mantém como a menor do país. Dados comparativos ainda revelam que os valores cobrados pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (RS), Celesc (SC), Light (RJ), Eletropaulo (SP), CPFL (SP) e Cemig (MG) estão acima dos da companhia paranaense.
Comprovam ainda que, mesmo com a redução do desconto para pagamento em dia da conta de luz, o usuário paranaense ainda é beneficiado com a menor taxa. Todas as empresas pesquisadas possuem mais de um milhão de consumidores.
Entre as distribuidoras com tarifas menores que as da Copel não existe nenhuma com a estrutura de custos semelhante à dela ou com abrangência de atendimento comparável. São empresas que não têm o ônus de absorver a energia da Itaipu, cujo valor é referenciado ao dólar e sujeito às variações do câmbio, e que operam sistemas elétricos muito menores que o da Copel, com custos de manutenção igualmente menores também.
Esse custo mais baixo significa para muitos usuários a possibilidade de pagar outras despesas ou até mesmo fazer uma poupança. Em um prédio de médio porte, por exemplo, a economia feita ao longo de um ano é suficiente para pagar a primeira parcela do 13º salário dos funcionários do condomínio. Já em uma loja de materiais de construção, o valor do desconto de um mês é suficiente para abastecer o caminhão da empresa por uma semana.
Segundo o empresário César Luiz Gonçalves, proprietário da loja de material de construções “Construmais”, em Colombo, seu gasto mensal com a conta de luz é de cerca de R$ 1 mil. Com o desconto para pagamento pontual, é possível abastecer o caminhão da loja por uma semana. Além disso, o bônus é um grande incentivo para o pagamento da conta em dia. “Só atraso a conta de luz se realmente o caixa não permitir o pagamento”, afirmou.
Gonçalves, que emprega 17 funcionários, contou que também foi beneficiado pela lei estadual que reduziu o ICMS de cerâmicas (pisos e azulejos) e louças sanitárias de 18% para 12%. “Com a somatória de todos esses benefícios sobra dinheiro para investir em outras áreas da empresa”, afirmou.
“Ao decidir não repassar integralmente o reajuste para a tarifa de energia elétrica, o governador Roberto Requião demonstrou, mais uma vez, sua preocupação com o cidadão e com o empresariado do Paraná. Sofremos com uma grande carga tributária e garantir um desconto de cerca de 8% como o que foi mantido na tarifa da Copel pode representar economia significativa no faturamento de uma pequena ou grande empresa”, afirmou o presidente do Sistema Fecomércio - Sesc/Senac -, Darci Piana.
Para ele, o desconto na conta de luz a o pacote de medidas fiscais baixado por Requião no início deste ano, estimulam a geração de empregos e representam economia significativa ao final do exercício fiscal. “Gostaríamos que o Governo Federal adotasse, também, iniciativas neste sentido, que permitiriam melhor distribuição da renda e reduziriam o sufoco pelo qual passa o empresariado brasileiro, com tantos impostos e taxas a serem recolhidas mensalmente”, comentou.
Condomínio - Em um condomínio residencial a economia com a tarifa mais barata também é transformada em benefícios para os moradores. Otávio Lopes Filho, proprietário de uma administradora de condomínios de Curitiba, calcula que o dinheiro economizado ao longo de um ano é suficiente para pagar a primeira parcela do 13º dos funcionários de um prédio com 22 andares, por exemplo.
“Para pagamento em fevereiro, um dos prédios que nós administramos vai gastar R$ 722,63 com a conta de luz. Sem o desconto, o valor pula para R$ 796,93. Pode parecer uma diferença pequena, mas somada no ano inteiro representa a conta de luz de um mês”, exemplificou Otávio.
Segundo o administrador, os maiores beneficiados com o desconto são os próprios condôminos, que exigem sempre que o pagamento seja feito rigorosamente em dia para não perderem o bônus. “Com o desconto médio de 10% por mês também é possível constituir um fundo para outras despesas ou melhorias no prédio”, afirmou.