Copel investe R$ 24 milhões para dobrar a potência da sua maior subestação

Unidade situada em Bateias é vital ao atendimento da Região Metropolitana de Curitiba
Publicação
05/08/2005 - 06:00
Editoria
A Copel está duplicando a capacidade de suprimento de energia elétrica em larga escala para atender a Região Metropolitana de Curitiba, principal pólo consumidor do Paraná. O reforço vem com a entrada em operação do segundo conjunto de transformadores de 525 mil volts instalado na subestação Bateias, localizada nas imediações de Campo Largo, a maior unidade do sistema de transmissão da Copel. Mediante investimentos de R$ 24 milhões, a potência instalada no setor de 525 mil volts subiu de 600 para 1.200 MVA (megavolts-ampères) com a adição de três novos transformadores monofásicos de grande porte, cada qual pesando 231 toneladas. “Isso significa dobrar a capacidade de recebimento e transformação de energia em Bateias, o que nos dá maior segurança operacional e permite ampliar a disponibilidade de carga às subestações que são alimentadas por ela”, explica o diretor de geração e transmissão de energia elétrica da estatal, engenheiro José Ivan Morozowski. Linha – Paralelamente à expansão realizada no setor de 525 mil volts de Bateias, a Copel construiu e está ativando uma nova linha de transmissão – a terceira – conectando-a com a subestação Campo Comprido, uma das principais fontes de suprimento do Anel Elétrico de Curitiba. Com 18 km de extensão e operando na tensão de 230 mil volts, esse circuito vem reforçar a capacidade de transferência de energia para atendimento ao consumo na capital, aumentando consideravelmente a flexibilidade e a segurança operacional do sistema em situação de contingência. Tanto a ampliação da subestação Bateias quanto a nova linha para Campo Comprido são obras que a Aneel delegou diretamente à Copel para adequar a capacidade de operação dessas instalações à crescente demanda por energia elétrica na região. Essencial – A subestação Bateias é essencial para garantir condições apropriadas de confiabilidade e de quantidade ao atendimento do mercado concentrado no Leste do Estado, que inclui a região de Curitiba. Ativada nos primeiros meses do ano 2000, a unidade é um dos principais pontos de conexão do maior pólo consumidor do Paraná com o sistema pesado de transmissão da Região Sul, por onde trafegam em extra-alta tensão blocos de energia gerada nas grandes usinas instaladas no Rio Iguaçu. Bateias também desempenha papel fundamental no intercâmbio de energia entre os sistemas interligados das regiões Sul e Sudeste do país, servindo como porta de acesso entre eles. “Como a potência instalada e os reservatórios das usinas do Sudeste são bem maiores que os do Sul, o aumento na capacidade de recebimento de energia em Bateias reduz o nosso risco, no caso de estiagens mais prolongadas ou restrições provocadas por algum problema nas linhas de Itaipu, por exemplo”, esclarece Morozowski. “Entendemos, por isso, que a ampliação promovida pela Copel em Bateias é estratégica não só para o Paraná, mas para toda a Região Sul”. Sistema – O sistema de transmissão da Copel é formado por 125 subestações, todas automatizadas e comandadas à distância, totalizando mais de 15 mil MVA de potência de transformação. A maior delas é a de Bateias, construída na área rural de Campo Largo, distante cerca de 20 km de Curitiba, cuja potência chega a 1.500 MVA – considerando-se os 300 MVA disponíveis nos transformadores do setor de 230 mil volts. Essa unidade é essencial para garantir o suprimento em níveis adequados de qualidade e confiabilidade à região mais industrializada e populosa do Paraná, que, no entanto, está geograficamente distante das grandes usinas geradoras. No sistema elétrico, o problema é superado com as instalações de transmissão, por cujas subestações e linhas trafegam blocos de energia em tensões elevadas visando reduzir as perdas decorrentes do transporte a longas distâncias. Já perto dos centros de consumo, os blocos de energia são recebidos em subestações onde são fracionados, repartidos e injetados em outras linhas, em tensões menores, que seguem para outras unidades já em áreas urbanas. Mas até que a subestação Bateias entrasse em operação, o maior mercado consumidor de energia elétrica do Paraná dependia de um único ponto de conexão em 525 mil volts com o restante do sistema interligado, a subestação Curitiba, da Eletrosul, e por tal razão extremamente sensível a qualquer problema ou pane que ocorresse. “A vulnerabilidade começou a ser reduzida há cerca de cinco anos e agora, com a duplicação de Bateias, o risco de enfrentarmos um problema de grandes dimensões em Curitiba ou região próxima fica ainda menor”, argumenta o diretor da Copel. A construção da subestação demandou, na época, recursos de R$ 45 milhões. Conexão – O setor de 525 mil volts de Bateias conecta atualmente quatro linhas de transmissão. Duas são de propriedade da Furnas e fazem a conexão do sistema Sul com o sistema elétrico do Sudeste na subestação de Ibiúna, no estado de São Paulo. As outras duas pertencem à Eletrosul: uma das linhas tem origem na subestação Areia, que fica ao lado da Usina Foz do Areia, da Copel (a maior das cinco instaladas no rio Iguaçu, com 1.676 megawatts de potência) e a outra, na subestação Curitiba. Depois de processada e de ter sua tensão rebaixada pelos transformadores, a energia recebida em Bateias deixa a subestação por nove linhas de transmissão. Do setor de 230 mil volts partem cinco linhas: três alimentam a subestação Campo Comprido, uma segue até Jaguariaíva e a outra até Ponta Grossa. E do setor de 138 mil volts saem mais quatro: duas seguem para a subestação Campo Largo, uma para a subestação Lapa e outra para a subestação Cimento Itambé.