A Copel inaugurou nesta quarta-feira as novas instalações do seu Centro de Operação do Sistema Elétrico, localizado em Curitiba, cujo grande destaque é um painel digital de 11 metros quadrados. Nele podem ser configuradas e alteradas as principais instalações do sistema operado pela empresa, como usinas, subestações, linhas de transmissão, conexões de interligação e pontos de atendimento a grandes usuários.
Participaram da solenidade – que marca oficialmente o início dos eventos comemorativos aos 50 anos de criação da Copel, a serem completados em 26 de outubro –, o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, representando o governador Roberto Requião, o presidente da estatal Paulo Pimentel e o diretor de Geração, Transmissão e Telecomunicações, José Ivan Morozowski.
Pessuti disse que fez questão de comparecer ao evento para reafirmar e renovar o compromisso de apoio e prestígio do Governo do Estado à Copel. “A empresa é um modelo de seriedade e de competência do setor público e base de apoio fundamental ao desenvolvimento e progresso do Paraná e do Brasil”, declarou.
Tempo real – As novas instalações do Centro de Operação da Copel têm contam com um grande painel digital, no qual estão representadas as principais unidades que compõem o sistema de potência comandado e supervisionado pela empresa. O painel (ou videowall) permite aos operadores encarregados de coordenar o tráfego de energia no Estado visualizar em tempo real eventuais panes ou desligamentos, pontos de sobrecarga e outros eventos importantes dentro do sistema que possam requerer sua atuação. A conseqüência disso é a maior segurança na operação do sistema elétrico estadual.
O painel digital substitui o quadro mímico que foi utilizado durante mais de duas décadas. O antigo aparato mostrava o sistema elétrico como um diagrama e sinalizava as eventuais disfunções operacionais apenas por sinais luminosos, sem maiores detalhes. Além da característica estática, o quadro mímico já não comportava mais ampliações em sua configuração.
Já o painel digital é capaz de exibir dinamicamente todas as informações relacionadas a diferentes pontos do sistema elétrico, isso num espaço físico bem menor e com infinitas possibilidades de ampliação. Com a sua inauguração, o Centro de Operação da Copel, que já era tido como o melhor e o mais eficiente do sistema elétrico brasileiro, passa a ser também o mais moderno e o mais bem equipado. O custo de todo o projeto de modernização chegou a R$ 1 milhão incluindo o painel, os sistemas computacionais, monitores e comandos digitalizados.
Coração – O Centro de Operação – ou COS – pode ser entendido como o coração do grande sistema elétrico paranaense construído e operado pela Copel. Em regime de permanente prontidão, técnicos especializados coordenam e comandam o funcionamento das principais instalações elétricas da empresa. Elas reúnem as usinas geradoras, que representam um terço de todo potencial hidroenergético disponível na Região Sul, as 130 subestações de grande porte, totalmente automatizadas, e os 7 mil km de linhas de transmissão em alta tensão, responsáveis pelo suprimento às necessidades dos mais de 3 milhões de pontos de consumo atendidos diretamente pela empresa.
Do Centro de Operação também são monitoradas e supervisionadas as conexões para a interligação do sistema elétrico paranaense com os sistemas de estados vizinhos, por onde trafegam grandes blocos de energia elétrica para suprimento inter-regiões.
Evolução – O sistema de supervisão e controle que é executado pelo Centro de Operação existe na Copel desde 1967 sob a forma de um despacho de carga – setor responsável por ordenar o tráfego dos blocos de energia elétrica dentro sistema elétrico da empresa. Esse setor funcionava numa edificação de pequeno porte anexo à subestação de Campo Comprido, na época a maior do Estado.
Em meados de 1978, com a Copel tendo em pleno andamento a construção da Usina de Foz do Areia – que iria multiplicar por seis sua capacidade própria de geração –, o antigo despacho de carga ganhou corpo, agregou atribuições e se tornou o Centro de Operação do Sistema Elétrico, já ocupando suas atuais instalações no bairro do Bigorrilho.
Nos dois últimos grandes blecautes do país (março de 1999 e janeiro de 2002), o Paraná foi, como se definiu na época, “uma ilha de luz em meio à escuridão” fundamentalmente em razão da pronta ação dos técnicos do COS: com rapidez e precisão eles conseguiram rearticular e recolocar em operação o sistema elétrico paranaense, chegando inclusive a auxiliar e orientar a recomposição dos serviços nos estados vizinhos.
Inauguração – Durante a inauguração do novo centro, o diretor José Ivan Morozowski lembrou a história do Centro de Operação e sua importância para o funcionamento do sistema elétrico da Copel e do país, representando o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) no Estado. O diretor também prestou homenagem aos operadores pioneiros da Copel, que trabalharam no antigo Despacho de Carga há cerca de 35 anos.
O presidente Paulo Pimentel falou sobre a evolução da empresa ao longo de quase 50 anos e da sua quase privatização em 2001, “que só foi evitada pela luta de todos os paranaenses e por pessoas engajadas na preservação da Copel como empresa pública, sob a liderança do então senador Roberto Requião”. Pimentel disse ter encontrado a Copel “cambaleante e com dificuldades” ao assumi-la, em janeiro de 2003, e que “foram necessárias várias brigas para virar o jogo, para injetar ânimo nas pessoas e estancar a sangria financeira causada pelos contratos lesivos, herdados da gestão passada”.
“A resposta dos empregados foi fantástica: em pouco tempo, a Copel recuperou seu dinamismo passando a deslanchar novos projetos, programas e obras, os contratos para compra de energia com Itiquira e Cien foram renegociados em bases satisfatórias e o da UEG Araucária está a caminho de um final positivo”, afirmou Pimentel.
O presidente lembrou que “embora sob crítica de parte da imprensa nacional, essas renegociações ordenadas pelo governador foram corajosas, acertadas e vitais para recuperar as finanças da empresa e projetar-lhe um futuro seguro”. Como prova, Pimentel citou a recente pesquisa internacional realizada pela empresa de auditoria Price Waterhouse em parceria com o Financial Times, da Inglaterra, onde mais de mil presidentes e altos executivos de grandes corporações em 20 países apontaram a Copel como a empresa de serviços públicos mais respeitada no Brasil e a terceira do mundo, junto com as gigantes EDF da França e RWE da Alemanha.