A Copel deve concluir em breve os estudos para identificar e medir a viabilidade econômico-financeira de investir na área de transportes rodoviários. O levantamento vai orientar a decisão da Companhia de vir a formar parcerias e participar do leilão de concessão para exploração de postos de pedágio nas rodovias federais que cortam o Paraná, marcado para 9 de outubro.
Na quinta-feira (13), o governador Roberto Requião encaminhou à Assembléia Legislativa projeto de lei que autoriza a Copel a estabelecer parcerias, com participação majoritária ou não, para tal finalidade. “Estamos avaliando seriamente a possibilidade de nos habilitarmos ao leilão”, afirmou o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. “Criamos um grupo multidisciplinar que está, há algumas semanas, trabalhando na análise dos projetos, com o apoio da Secretaria de Transportes e DER, e as conclusões preliminares mostram que há possibilidade de a Copel entrar para ganhar, pois conhecimento de administração e gestão a empresa tem de sobra”, completou.
MENOR TARIFA – Ghilardi sustentou seu otimismo com os excelentes resultados empresariais que a Copel vem obtendo na sua atividade principal, a energia elétrica. “Estamos conquistando lucros crescentes com a menor tarifa de eletricidade do Brasil e poderemos ter bom retorno também cobrando a menor tarifa de pedágio do país”.
O presidente da Copel afirmou que a empresa terá disponibilidade para realizar novos investimentos, uma vez que a concessão de empreendimentos na expansão do sistema elétrico está condicionada aos leilões promovidos pela Aneel. “Arrematamos a concessão para construir a Usina Mauá, no Rio Tibagi, em parceria com a Eletrosul, mas não temos assegurada nenhuma nova obra onde investir depois dela. Assim, caso a administração e a gestão de rodovias mostre ter comprovadamente um bom retorno, haverá interesse”, resumiu.
Os projetos da Copel para a manutenção, melhoria e expansão do seu próprio sistema elétrico não serão afetados pela diversificação de investimentos em estudo.
DIVERSIFICAÇÃO – Segundo o presidente da Copel, o eventual ingresso da empresa na área dos transportes não representaria desvio de foco da sua gestão e nem seria uma novidade, pois há muito tempo a Companhia vem atuando em segmentos de mercado diferentes do seu principal negócio, que é a geração, transporte e distribuição de energia elétrica. “Além de termos atuação direta no setor de telecomunicações, comercializando capacidade da nossa rede de fibras ópticas, temos investimentos na Sercomtel de Londrina e, na área de águas e saneamento, na Sanepar”, detalhou.
Rubens Ghilardi lembrou que a Copel chegou a ter participação – sempre minoritária – em 28 diferentes empresas na gestão anterior, desde comercializadoras de energia até projetos agrícolas de plantação de soja. “Muitas dessas parcerias visavam unicamente favorecer ou acomodar interesses de quem pretendia obter algum tipo de benefício com a privatização da Copel e, bem por isso, a empresa aparecia sempre como minoritária”, explicou o presidente. “Com o fracasso da venda da Copel e a eleição de Requião como governador, as parcerias foram investigadas, inclusive por uma CPI, e as que não davam qualquer retorno foram desfeitas”. As manobras do passado deram origem, no entanto, à lei que só permite à Copel constituir parcerias se ela for a sócia majoritária.