A Companhia Paranaense de Energia (Copel) é a mais nova parceira do projeto de desenvolvimento de carros elétricos, coordenado pela Itaipu Binacional. O convênio entre as duas empresas foi firmado nesta segunda-feira (28) pelo diretor-presidente da Copel, Rubens Ghilardi, e pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek.
A Copel vai investir R$ 938 mil no projeto para aquisição de seis veículos que serão incorporados à frota. “Para a Copel, é estratégico participar do aprimoramento das tecnologias baseadas em energia renovável”, disse Rubens Ghilardi, presidente da estatal. “Todo tipo de energia nos interessa e temos o compromisso de continuar explorando, desenvolvendo estudos e aprimorando os projetos de energia renovável. Somos uma empresa sustentável acima de tudo”.
O projeto do carro elétrico é fruto de um acordo entre a Itaipu, a Fiat e a empresa suíça Kraftwerke Oberhasli (KWO). Juntas, as três companhias pretendem viabilizar a produção em larga escala de veículos elétricos, que são livres da emissão de poluentes e praticamente não causam ruídos. “A Copel é uma importante parceira da Itaipu em outros projetos como o de geração de energia a partir da biomassa. Agora, com o carro elétrico, ela irá ajudar a viabilizar a produção desses veículos com tecnologia brasileira”, afirmou Samek.
Os protótipos são montados pela Fiat, que é responsável pelo kit mecânico (carroceria, motor e caixa de câmbio). Os veículos já estão sendo montados na linha de produção da Itaipu, em Foz do Iguaçu.
Os dois carros elétricos, modelo Palio Weekend, a serem entregues neste ano vão rodar em Curitiba e estarão submetidos ao mesmo regime de trabalho do restante da frota operacional: cada veículo de serviço da Copel percorre, em média, 100 km por dia em trajetos urbanos bastante compatível com as características atuais do carro elétrico.
Os outros quatro veículos serão destinados a Ponta Grossa, Londrina, Maringá e Cascavel. “Mas o grande objetivo estratégico dessa ação é tentar fazer do carro elétrico algo acessível ao maior número possível de brasileiros no futuro”, informa o presidente da Copel. “Reduzindo o custo e melhorando o desempenho, o uso de veículos movidos a energia elétrica será um enorme avanço para a preservação do meio ambiente”.
Adaptação e melhorias
As empresas brasileiras deverão testar e aprimorar o projeto fazendo as adaptações para as condições do país, tanto as de relevo e clima quanto as de condição de tráfego e hábitos de direção. Além disso, outros objetivos do projeto até 2010 são: elevar a autonomia da bateria dos 120 quilômetros atuais para 450 quilômetros; aumentar a velocidade; e reduzir o tempo de recarga da bateria de oito horas para 20 minutos.
O convênio também tem como objetivo capacitar profissionais para a manutenção de veículos, reduzir custos e desenvolver tecnologia nacional para a fabricação de baterias. Os protótipos atuais são movidos com uma bateria Zebra, que é totalmente reciclável e não poluente, mas é cara porque é produzida na Europa, pela empresa MES-DEA. No longo prazo, a Itaipu, que está investindo US$ 230 mil no projeto até 2011, pretende ampliar os objetivos dessa iniciativa, com a produção de veículos movidos a hidroeletricidade (Hidrogênio) e aproveitar as pesquisas para impulsionar o Parque Tecnológico Itaipu.