A Assembléia Legislativa aprovou o projeto de lei que autoriza a Copel a formar consórcio com a Eletrosul para disputar a concessão das três novas usinas que a Aneel irá leiloar em dezembro. O projeto prevê a criação de Sociedade de Propósito Específico – SPE, que permitirá o credenciamento junto à Agência para a disputa das concessões. A aprovação do projeto de lei ocorreu na quarta-feira (09) e o prazo para o protocolo das empresas interessadas se inscreverem termina nesta sexta-feira (11). Por orientação do Governo do Estado, para a Copel só interessam participações majoritárias em novos negócios. Contratos foram revisados, e novas parcerias só foram aceitas mediante essa condição. Para a Eletrosul, subsidiária da Eletrobrás com atuação no Paraná e em Santa Catarina na área de transmissão de energia, a estratégia é inversa. Portanto, foi possível firmar protocolo de intenções em 19 de outubro, quando os diretores das duas empresas discutiram a parceria na sede da Copel. Parceria – Do encontro resultou o projeto que foi aprovado pela Assembléia. “O encontro de interesses vai um pouco além, pois como a Eletrosul é uma empresa federal, temos mais possibilidades de conseguir financiamentos junto ao BNDES e outros empréstimos”, analisou o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. Há também a retomada de uma empresa com tradição na construção de hidrelétricas e a soma de esforços e conhecimentos. “A Eletrosul quer voltar a ser geradora de energia como foi no passado, antes de vender suas usinas. E a Copel foi parceira na construção das usinas deles”, completou. No leilão de novas usinas, marcado para o dia 16 de dezembro, serão disputadas três concessões de interesse da Copel, Salto Grande, no Rio Chopim, Baixo Iguaçu, no Rio Iguaçu, e Mauá, no Rio Tibagi. As três novas usinas somam investimentos de R$ 1,5 bilhão e estão em fases de estudo. O próximo passo, após a formalização do consórcio, será o planejamento aprofundado das obras e dos impactos ambientais, já com a participação dos técnicos e engenheiros das duas empresas. Estudos iniciais apontaram as três usinas gerariam energia suficiente para abastecer uma cidade de com cerca de 700 mil habitantes. Investimentos – O Paraná tem se consolidado como o Estado que mais investe em produção de energia. No dia 30 de setembro foi inaugurada a usina de Santa Clara. A unidade produz 120 megawatts de potência, o suficiente para alimentar um município com 300 mil habitantes. Ela foi construída com investimentos de R$ 480 milhões, no Rio Jordão, entre os municípios de Pinhão e Candói. “O Ministério das Minas de Energia destaca a participação da Copel e a satisfação de ver a construção desta usina que está aumentando a capacidade de geração em uma região tão importante para o país como o Paraná”, declarou, na época, o representante diretor de outorga do Ministério das Minas de Energia, Sidnei Lago Junior. A hidrelétrica integra o complexo energético complementado pela Usina Fundão, também de 120 megawatts, e por mais duas pequenas centrais hidrelétricas incorporadas às barragens que adicionam 5,9 megawatts ao conjunto. A construção das usinas deverá gerar R$ 5 milhões em INSS para cada um dos municípios abrangidos.