Copel deve investir R$ 1 bilhão em 25 anos se vencer leilão de rodovias

Empresa levou nesta terça-feira (18) esclarecimentos a deputados da Comissão de Constituição e Justiça
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18/09/2007 - 18:45
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Caso vença o leilão pela concessão de trechos de rodovias federais que cortam o Paraná a ser realizado no dia 9 de outubro, a Copel deverá investir R$ 1,08 bilhão no prazo de 25 anos. A esse valor serão agregados recursos oriundos de financiamento, mais a parte dos sócios que vierem a participar ao seu lado do leilão, perfazendo o investimento total de R$ 4,5 bilhões fixado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no edital que regulamenta a disputa. Os números foram apresentados ontem (terça) aos deputados integrantes da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa pelo gerente da Superintendência de Controladoria Financeira da Copel, Robson Rossetin. Segundo ele, os investimentos, por estarem distribuídos ao longo de 25 anos, não exerceriam impacto significativo sobre as finanças da empresa. “Conforme aponta seu balanço contábil de 2006, a Copel teve um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no exercício e encerrou o ano com disponibilidades de R$ 1 bilhão, aproximadamente, para investimentos”, relembrou o gerente aos deputados. Sem dificuldade Ainda de acordo com o representante da Copel, caso as parcerias integradas por ela venham a arrematar os três lotes nos quais há interesse, o investimento imediato para cumprir as exigências do edital não chegará a R$ 200 milhões no primeiro ano. “Embora o mesmo edital estime em 14 anos o prazo para que os vencedores recuperem o capital investido, a Copel não terá dificuldades em fazer os aportes de sua responsabilidade”. A Copel está estudando a possibilidade e a viabilidade de formar parcerias para disputar o leilão de estradas federais concorrendo nos lotes 2 (Br-116, de Curitiba até a divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, extensão de 412,7 km), 6 (BR-116, de Curitiba até São Paulo, extensão de 401,6 km) e 7 (BR-116, BR-376 e BR-101, de Curitiba até Florianópolis, extensão de 382,3 km). Distorção Robson Rossetin observou aos deputados que as informações divulgadas pela imprensa de que a Copel seria obrigada a investir R$ 9,5 bilhões nas rodovias que lhe interessam não são exatas. “Há uma distorção no número, pois o total de R$ 9,5 bilhões contempla não só os investimentos mas, também, as despesas, incluindo todos os gastos ao longo de 25 anos com a operação e a manutenção das rodovias”, destacou. “A essa previsão de desembolsos, feita com base numa planilha de custos estimados pela ANTT, o edital de leilão contrapõe uma receita bruta total de R$ 18,1 bilhões pelo mesmo período de 25 anos”, ressaltou o superintendente. “Esse valor resulta de um cálculo que considera as tarifas máximas permitidas e o fluxo de tráfego registrado no ano de 2004”. A essa argumentação juntou-se a observação do secretário dos Transportes, Rogério Tizzot, de que a previsão de receita bruta deve estar subdimensionada. “Certamente o número de veículos que trafegam atualmente pelas estradas brasileiras é muito superior ao de dois ou três anos atrás”.

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