A Copel pretende concluir até o final do mês os estudos de viabilidade que vem fazendo sobre sua possível participação no leilão de concessão para manutenção e melhorias de trechos das rodovias federais que passam pelo Paraná. Caso o resultado das avaliações demonstre que é possível obter rentabilidade adequada do investimento a ser realizado, a empresa estabelecerá parcerias e se habilitará na disputa.
Essa posição foi reafirmada nesta quarta-feira pelo presidente da Companhia, Rubens Ghilardi, em teleconferência com analistas de mercado e investidores. Ele ressaltou que a Copel procura oportunidades de investimentos não só na área de energia, mas onde for possível conseguir boas margens de lucratividade. “Em razão da demora para que novas obras no setor elétrico sejam colocadas em licitação, estamos avaliando com cuidado e interesse projetos em outras atividades, mas sem perder o foco no nosso principal negócio que continuará sendo a energia”, sustentou Ghilardi. “Contudo, o que a Copel não pode fazer é ficar parada, esperando que saiam os novos empreendimentos do setor elétrico, mantendo ociosos recursos que poderiam aumentar seus resultados”.
Questionado pelos analistas quanto à conveniência de a Copel investir em estradas, área fora da sua especialidade, o presidente respondeu que os potenciais parceiros é que devem possuir o acervo técnico necessário. “Não há razão para espanto, pois acontece o mesmo no setor elétrico: a Copel não constrói usinas mas contrata quem construa e com ótimos resultados”, ilustrou. “Apostamos na nossa capacidade de gestão, que permite à empresa registrar excelente lucratividade, praticando a menor tarifa de energia elétrica do país.”
O presidente disse acreditar que a Copel possa ter sucesso na eventualidade de tomar parte no leilão. “Caso a decisão seja de participar, disputaremos apresentando propostas que resultem em tarifas módicas mas com margem razoável de retorno”.
LOTES – O leilão de concessão das rodovias federais está marcado para 9 de outubro, mas já no dia 4 os interessados em participar deverão ter encaminhado as suas propostas, além da documentação para qualificação e habilitação.
A Copel tem interesse em disputar os lotes 2 (BR-116, de Curitiba até a divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com extensão de 412,7 quilômetros), 6 (BR-116, de Curitiba até São Paulo, com extensão de 401,6 quilômetros) e 7 (BR-116, BR-376 e BR-101, de Curitiba até Florianópolis, com extensão de 382,3 quilômetros).
Os investimentos totais previstos em edital para serem feitos ao longo dos 25 anos de duração da concessão chegam a R$ 4,5 bilhões. Como esses empreendimentos integram o Plano de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, a Copel irá negociar junto ao BNDES financiamento correspondente a 60% do valor, repartindo o restante com seus sócios. Em termos de recursos próprios, caso vença o leilão dos três lotes, a Copel deverá investir R$ 1,08 bilhão no prazo de 25 anos.