Copel começa a formação do reservatório de Santa Clara

A nova usina da Copel, com capacidade para 120 MW, entra em operação no final de julho
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05/05/2005 - 14:50
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O reservatório da Usina Santa Clara, região centro-sul do Estado, já começou a ser formado. A hidrelétrica, com 120 megawatts de potência, está sendo construída pelo o Governo do Paraná e a Copel no Rio Jordão, próximo a Guarapuava. Segundo cálculos que levam em conta as vazões históricas do rio, o lago deve demorar 60 dias para ficar cheio, acumulando 431,2 milhões de metros cúbicos de água, numa área com 20 km quadrados de superfície. Nesta semana, decorridos pouco mais de dez dias do fechamento das comportas, cerca de 5% do volume total previsto encontrava-se represado – reflexo da estiagem que vem mantendo as vazões em níveis bastante reduzidos. Válvulas instaladas ao pé da barragem garantem a passagem de uma vazão mínima de 6,5 metros cúbicos de água por segundo para evitar que o trecho do rio abaixo do maciço seque, enquanto se forma o reservatório. Animais – Paralelamente, 70 técnicos e especialistas atuam no salvamento e resgate de animais que ficam ilhados durante o enchimento do lago. Equipados com barcos, veículos, rádios e sistema de localização por satélite (GPS), os técnicos têm encontrado e recolhido sobretudo aranhas e serpentes. Pequeno roedor característico da região, uma cuíca foi o maior espécime resgatado até o momento. O represamento do Jordão foi feito com sucesso numa operação executada em poucas horas. Com auxílio de um guindaste, duas comportas de aço passaram a bloquear a entrada do túnel artificial por onde o rio corria desde agosto de 2003. O desvio foi feito para permitir que fosse construída a barragem. Testes – Os equipamentos de geração da Usina Santa Clara estão em fase final de instalação e alguns deles já estão sendo testados. Na segunda quinzena de junho, devem ter início os ensaios com produção de energia. “Pretendemos concluir os ajustes e realizar todas as simulações operacionais necessárias até meados de julho, mantendo o cronograma que prevê a entrada em funcionamento comercial da usina no final daquele mês”, observa o presidente da Elejor, Sérgio Luiz Lamy. A Elejor é uma empresa controlada pela Copel e que detém a concessão para construir e operar as usinas Santa Clara e Fundão, com 120 megawatts de potência cada e situadas no Rio Jordão, a 12 km de distância uma da outra. Integram o complexo energético, ainda, duas pequenas hidrelétricas incorporadas às barragens, que somam 5,9 megawatts. Todo o conjunto representa potencial para o atendimento ao consumo de uma cidade com 600 mil habitantes, absorvendo investimentos de R$ 480 milhões. Esse total inclui obras civis, máquinas, equipamentos, desapropriações e o desenvolvimento de 33 programas sociais e ambientais recomendados pelo Rima (Relatório de Impactos sobre o Meio Ambiente) dos empreendimentos. Esta é, individualmente, a maior obra da administração do governador Roberto Requião, que quer assegurar à população paranaense o direito de preferência aos benefícios da energia a ser gerada por essas usinas. Para garantir essa primazia, o Estado do Paraná, através da Copel, assumiu em outubro do ano passado o controle da Elejor, passando a deter 70% de participação no capital da empresa. Reservatório – Para formar o reservatório da Usina Santa Clara, a Elejor precisou adquirir 2.366 hectares de terras, atingindo parcialmente 27 propriedades. Seis famílias que habitavam a região de alagamento foram transferidas e reassentadas no município de Foz do Jordão, em lotes dotados de casa de alvenaria, barracão, áreas de pastagem e plantio e serviços como energia elétrica e água encanada. O programa de aquisição das áreas a serem inundadas pelo reservatório da Usina Santa Clara e o de reassentamento de famílias atingidas são dois dos 17 projetos de cunho sócio-ambiental alinhados no Rima do empreendimento que estão em andamento ou programados. A Usina Fundão, que começa a operar em 2006, tem 16 projetos previstos.

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