A Copel mantém a menor tarifa de energia elétrica do País, ao não aplicar reajuste autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os consumidores que pagam a conta de luz em dia. A empresa esclareceu equívocos na avaliação feita pela Folha de São Paulo, na reportagem “Regiões ricas pagam menor tarifa de energia”, que complementa a matéria intitulada “Governo prepara subsídios para a conta de luz”, da edição deste domingo (19).
Ao mencionar as menores tarifas de energia elétrica do País, tomando por base apenas as informações constantes na planilha da Aneel, com os valores de Resolução para a classe B-1 (valores autorizados, mas não necessariamente praticados), a reportagem da Folha deixou de considerar dois detalhes. Ambos determinantes para que o jornal não citasse as tarifas da Copel – Companhia Paranaense de Energia como as mais baixas do Brasil – desconsideradas as da empresa elétrica do Amapá, que, como bem constatou a matéria, não são reajustadas como forma de punição administrativa.
Na realidade, duas das distribuidoras elencadas na planilha como tendo tarifas inferiores às da Copel (a saber, Celesc e CEB) terão reajustes muito em breve, nos dias 7 de agosto e 26 de agosto, pela ordem. Enquanto isso, a mesma planilha atribui à Copel tarifa recentemente reajustada (em 12,98% em média, a partir de 24 de junho). Evidentemente, comparam-se preços com grande defasagem entre si.
Por determinação do governador Roberto Requião, na condição de representante do acionista controlador da Copel, a distribuidora paranaense não repassará tal reajuste às tarifas cobradas dos 3,5 milhões de consumidores, que integram seu mercado cativo, que pagarem a conta de luz até a data do vencimento. Em troca da pontualidade no pagamento, a Copel oferece aos seus clientes desconto proporcional aos efeitos do reajuste, neutralizando-o.
Tal prática já havia sido adotada pela Companhia, entre 2003 e 2006, conservando em poder da população e circulando na economia paranaense recursos de quase R$ 1,5 bilhão, além de reduzir drasticamente os níveis de inadimplência. Isso permite afirmar que todos os consumidores atendidos pela Copel, independentemente de classe de consumo e de nível de renda, mas pontuais no pagamento da conta de luz, tiveram no período quatro meses de energia elétrica gratuita.
PREÇOS – Da mesma forma, ao deixar agora de aplicar o reajuste médio de 12,98% nas tarifas pagas pelos seus consumidores, a Copel está, na prática, mantendo os mesmos preços autorizados pela Aneel em 24 de junho de 2008 (R$ 0,26067 por kWh), tarifa que é, efetivamente, a menor do Brasil.
Entre as sete distribuidoras alinhadas na planilha da Aneel como detentoras de tarifas menores que as da Copel, além das duas que terão reajuste muito em breve, cinco são de pequeno porte (atendem a menos de 400 mil ligações elétricas) e têm área de atuação bastante restrita. Dessa forma, não há como comparar seus custos com os de uma concessionária como a Copel, que atende a 98% dos consumidores ligados no Paraná e que opera grande e complexo sistema de distribuição de eletricidade.
Os 270 mil quilômetros de linhas e redes de distribuição construídos, mantidos e operados pela Copel no Paraná seriam suficientes para contornar cinco vezes a Terra pela Linha do Equador.