A Copel apurou um lucro líquido de R$ 255,5 milhões ao final do primeiro trimestre de 2008. Comparado ao mesmo período de 2007, quando o lucro líquido foi de R$ 283 milhões, houve redução de 9,7% mas o resultado do ano passado incorporava a reversão de um provisionamento da ordem de R$ 60,4 milhões. Excluída essa excepcionalidade, o lucro líquido deste ano foi quase 15% maior que o de 2007.
Para o presidente da Copel, a empresa prossegue na sua trajetória ascendente de recuperação e de crescimento iniciada em 2003, a partir da posse do governador Roberto Requião. “Convém lembrar que a Copel encontrada por Requião estava virtualmente quebrada, vinda do maior prejuízo de sua existência – de R$ 320 milhões em 2002, asfixiada por contratos lesivos, operando um sistema elétrico em frangalhos e com quadro de pessoal esvaziado”, observou Ghilardi.
“Desde então, sob a orientação do governador, a Copel vem colecionando resultados dos mais expressivos em termos de rentabilidade, excelência nos serviços e satisfação dos consumidores, cobrando uma das menores tarifas de energia elétrica do Brasil e desempenhando um importante papel social para promover o desenvolvimento do Paraná e o bem estar de sua gente”,. acrescentou o presidente.
REVERSÃO - A operação que impactou de forma positiva o balanço da Copel nos três primeiros meses de 2007 aconteceu em virtude da reversão de valores provisionados para pagamento dos contratos de compra de energia importada da Argentina pela Cien – que não conseguiu apresentar à Aneel garantias suficientes de dispor da energia para entrega. Isso levou a Aneel e o Ministério de Minas e Energia a declararem como “sem lastro” os contratos com a Cien, levando a Copel a adquirir eletricidade no mercado de curto prazo – onde os preços são substancialmente mais altos – para complementar as necessidades do seu mercado.
“Essa operação resultou numa despesa extra que, embora venha a ser ressarcida no futuro, interferiu fortemente nos resultados da Copel, reduzindo-os em R$ 22,2 milhões”, explicou o presidente Rubens Ghilardi. “Portanto, não fossem os dois eventos relacionados com a Cien, um favorável em 2007 e outro desfavorável em 2008, estaríamos falando de uma elevação próxima dos 25% no lucro líquido da Companhia”.
Outro fator que teve reflexos no desempenho econômico-financeiro da Copel foi a paralisação – em meados de janeiro – das atividades da Usina Termelétrica de Araucária, atualmente arrendada pela Petrobras. “Identificamos a existência de problemas em um dos três grupos geradores da usina e antecipamos uma parada geral para manutenção que estava programada para acontecer em abril”, informou Ghilardi.
“A complexidade dos trabalhos de reparos nos equipamentos e também a não disponibilidade no mercado de certos materiais imprescindíveis à manutenção estenderam a parada da usina até o princípio de maio, quando ela foi parcialmente reativada”. Durante o tempo em que não produziu energia, a termelétrica também não gerou receitas à Copel.
CRESCIMENTO - Em que pese a redução no lucro líquido, por ele classificada como “circunstancial”, o presidente da Copel mostrou-se satisfeito com o desempenho da concessionária no primeiro trimestre. “Houve significativo crescimento em indicadores importantes como o consumo de energia no mercado cativo, que aumentou 6,4%, e da receita operacional líquida, que cresceu 5,5% com R$ 1,31 bilhão”, frisou. “Estes números demonstram que a Copel está preparada e capacitada para sustentar o processo de desenvolvimento do Paraná, cujo ritmo de crescimento é um dos mais intensos de todo o país”, argumentou o presidente.
Outro indicador importante da saúde financeira da empresa, o endividamento, diminuiu. “A nossa dívida total caiu de R$ 2,01 bilhões ao final de março de 2007 para R$ 1,91 bilhão neste ano”, enfatizou Rubens Ghilardi. “Isso quer dizer que nosso endividamento, que já era extremamente baixo, foi reduzido ainda mais, proporcionando à Copel uma enorme capacidade de alavancar recursos no mercado para sustentar o seu programa de investimentos”.
O endividamento total da Copel corresponde a 25,6% do valor do seu patrimônio líquido, que é de R$ 7,49 bilhões. Desconsiderando-se do montante as dívidas da Elejor e da Compagas, empresas controladas pela Copel, a relação endividamento sobre patrimônio líquido cai para 20,3%.