Copel amplia prazo para usinas interessadas em parceria para gerar energia com bagaço de cana


Potenciais interessados alegaram dificuldades para reunir a documentação exigida no edital
Publicação
28/05/2008 - 16:20
Editoria
A Copel adiou sem data definida o prazo para que indústrias produtoras de açúcar e álcool formalizem seu interesse em constituir parcerias com a estatal para construção de usinas geradoras de eletricidade a partir do bagaço de cana. Conforme explicou o diretor de engenharia da Copel, Luiz Antonio Rossafa, o adiamento foi decidido em razão de dificuldades relatadas por potenciais interessados em reunir, dentro do prazo fixado no edital de Chamada Pública, toda a documentação exigida. O prazo estabelecido era 26 de maio. “Consideramos que dilatar o prazo para a apresentação dos documentos é uma medida sensata e que não resultaria em qualquer prejuízo ao processo”, disse Rossafa. Em razão do adiamento do prazo para apresentação da documentação solicitado pelos grupos interessados, a Copel vai aproveitar para estudar e avaliar sugestões destinadas a aprimorar o seu edital de Chamada Pública. “São pequenas modificações e ajustes em alguns itens, como parâmetros técnicos de rendimento, de disponibilidade e de logística da matéria-prima a ser usada, que podem melhorar o ambiente de competição e tornar o processo mais transparente”, disse o diretor de engenharia. Rossafa vê com naturalidade o surgimento dessas contribuições, por tratar-se da primeira experiência da empresa no aproveitamento energético de biomassa. “Acho normal e muito positivo que pessoas vinculadas ou não à Copel proponham alterações e apresentem suas idéias”, afirma. “Elas serão devidamente estudadas e analisadas, com muito interesse e toda a boa vontade”, acrescenta. Os novos prazos para a continuidade do processo de seleção de parceiros na construção de usinas termelétricas a bagaço de cana serão definidos e anunciados pela Copel assim que todas as propostas de aprimoramento do edital tenham sido avaliadas. O PROGRAMA - Comprometida com os princípios da sustentabilidade e disposta a incentivar o aproveitamento de fontes limpas e renováveis de energia, a Copel decidiu selecionar usinas de álcool e açúcar interessadas em formar parcerias para construir pequenas centrais termelétricas que utilizarão o bagaço da cana como combustível. O objetivo da Companhia é participar majoritariamente de empreendimentos até um total de 120 megawatts de potência instalada, com investimentos totais estimados em R$ 260 milhões, a serem repartidos entre os parceiros. Com objetivo de dar oportunidade ao maior número possível de interessados, a Copel procurou ser bastante flexível nas especificações estabelecidas na sua Chamada Pública, tanto na dimensão dos projetos que poderão ser avaliados quanto na formatação societária das parcerias. Serão admitidas para avaliação propostas de termelétricas com potência instalada entre 5 e 30 MW. De cada empreendimento resultará a constituição de uma sociedade de propósito específico, com personalidade jurídica própria e participação majoritária da Copel, que deverá ter no mínimo 51% e no máximo 60% das ações. Esta é a primeira investida da Copel visando ao aproveitamento de resíduos de biomassa para a produção de eletricidade. “Recebemos do governador Roberto Requião a orientação de buscar maneiras sustentáveis de ampliar e diversificar a matriz energética paranaense”, diz Luiz Antonio Rossafa. “Sob esse enfoque, estamos modelando estratégias para expandir as disponibilidades de energia elétrica no Estado e, simultaneamente, contribuir para a manutenção do equilíbrio ambiental com o uso de alternativas limpas, naturais, renováveis e não agressivas ao ecossistema”, afirma. Para marcar seu ingresso na área da geração de energia a partir da biomassa, a Copel optou por aproveitar os excedentes de bagaço de cana produzidos nas usinas sucro-alcooleiras, um passivo ambiental crescente em razão do processamento de volumes cada vez maiores de cana. “As usinas consomem uma parcela muito pequena do bagaço que produzem para gerar a eletricidade e o vapor d’água necessários ao próprio processo industrial”, detalhou o diretor de engenharia da Copel. “O volume excedente, que hoje não encontra serventia, é enorme e pode ser transformado em energia elétrica para ajudar a abastecer o mercado, e é nisso que estamos dispostos a investir”. Segundo estimativas da Copel, os excedentes de bagaço de cana disponíveis no Paraná seriam suficientes para alimentar um conjunto de termelétricas com potência total de 600 MW – quase tanto quanto uma das 20 turbinas de Itaipu.

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