Cooperativas de Transportes afirmam que pedágio no Paraná pode cair 61%

Presidente do Sindicato das Cooperativas de Transportes do Paraná (Sincoopar), Nelson Canan, concorda com o governador sobre a necessidade de baixar os valores
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21/11/2007 - 16:30
Editoria
A possibilidade de um novo reajuste das tarifas cobradas nas estradas pedagiadas no Paraná está sendo repudiada pelas entidades ligadas ao setor de transportes, que consideram abusivo e inviável o novo valor pretendido. O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) já adiantou que não vai homologar as novas tarifas, porém, as concessionárias que administram as rodovias devem levar o caso à Justiça para garantir o aumento. O diretor-presidente do Sindicato das Cooperativas de Transportes do Paraná (Sincoopar), Nelson Canan, concorda com o governador Roberto Requião quando diz que as tarifas de pedágio são abusivas. Segundo Canan, as empresas poderiam baixar os valores em 61% tranqüilamente, sem nenhum prejuízo. “O pedágio já representa cerca de 20% do preço do nosso frete, chegando até a 40% desse valor em determinadas épocas do ano”, calcula. A opinião do diretor-presidente da Cooperativa de Transportes Rodoviários e Serviços de Cafelândia (Coopercaf) e representante dos caminhoneiros autônomos da região, Dorival Bartzike, não é diferente e também revela a indignação de todos aqueles que utilizam as rodovias pedagiadas. “A tarifa já está cara. Cogitar um novo aumento nas tarifas é um absurdo. Não digo só para os caminhoneiros, pois neste caso o que emperra também é o preço do frete, mas também para o produtor e o consumidor, que são demasiadamente atingidos com a tarifa elevada”. Dorival enfatiza que o preço de outras taxas e impostos já é alto. “Nesta época do ano, esse aumento poderá desestruturar ainda mais a economia”, destacou ao afirmar que as empresas tentam justificar a cobrança do pedágio pelos serviços oferecidos aos usuários. “O ruim é que esses serviços só são feitos em época de temporada, quando o turismo cresce. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar), Fernando Klein Nunes, o reajuste é desnecessário, principalmente num momento em que a economia está aquecida. Isso - afirma - pode ser comprovado pelo número de veículos que cruzam as praças de pedágio, ou seja, as concessionárias já estão lucrando. “Esse índice de 11% pretendido é um descompasso. O pedágio representa um percentual elevado do faturamento de um caminhão”. Já para o vice-presidente Regional Sul da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), Valmor Weiss, o reajuste pleiteado é um crime de lesa-pátria e um desrespeito à Constituição que prega que todo o poder emana do povo. “É inaceitável o poder que esses senhores feudais tem, explorando a população baseados em contratos”, desabafa. Weiss questiona e diz que é difícil acompanhar o raciocínio para o cálculo do valor do pedágio, que aumenta de maneira desenfreada. “Considero um desrespeito à população, ao governo e ao setor de transportes. A economia sofre demais porque os custos vão incidir por toda a cadeia produtiva\", finaliza. LITORAL – O aumento das tarifas também terá um reflexo negativo para as praias do Paraná, afetando o desenvolvimento e a economia locais, segundo análise do presidente do Associação de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas do Litoral (Asindilitoral), José Carlos Chicarelli. “Trata-se de mais um golpe, principalmente da Ecovia”, afirma. “Estamos esperançosos que desta vez esse reajuste será contestado não só pelo Governo como por toda a sociedade - e com veemência. Afinal, é perceptível a reação negativa que a população tem diante de um reajuste. Muitos visitantes deixam de passear por causa do aumento abusivo. É uma situação que só causa um movimento de repúdio nas pessoas”, destaca.

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