Com a casa reformada e pronta para as festas de final de ano, a dona de casa, Neide Tozin Franco, comemora o fim dos problemas causados pelos caminhões e carretas que passavam todos os dias na frente da sua residência. Há um ano o governo do Paraná concluía as obras no Contorno Norte de Curitiba. A pavimentação do trecho - que liga a Avenida Manoel Ribas (PR-090) à Rodovia dos Minérios (PR-092) - retirou o tráfego de cerca de 12 mil veículos, principalmente carretas, das ruas de Curitiba e Almirante Tamandaré. Moradora do bairro de Santa Felicidade, tradicional região gastronômica de Curitiba, Neide Franco fez parte da comissão que reivindicava a conclusão das obras junto ao governo do Estado e está bastante feliz com o resultado. “Melhorou muito a nossa situação. Já consegui fazer uma pequena reforma para arrumar o muro torto, a calçada e as paredes que estavam rachadas”, conta. Acidentes – Os problemas que afetavam Neide eram ainda maiores na avenida Fredolin Wolfe. A definição de avenida só se encaixa porque a via corta boa parte de Santa Felicidade e região pois seu trajeto – em mão dupla – é feito por uma via estreita e cheia de curvas sinuosas. “Estava longe de ser um caminho para o trânsito de caminhões. Ao contrário, criava um ambiente propício para a ocorrência de acidentes”, atesta o secretário dos Transportes, Rogério Tizzot. Morando há 25 anos na avenida, Jacinta Schreiber reforça a declaração do secretário. Ela afirma que presenciou diversos acidentes causados pelo conflito os tráfegos urbano e rodoviário. “As cenas de caminhões se perdendo nas curvas e entrando em algumas casas são coisa do passado, felizmente”, comemora. “Às vezes passo pelo Contorno Norte e vejo o movimento de veículos por lá. Era um absurdo todos aqueles caminhões passando por aqui”, completa. Alívio – Para a comerciante Simone Buch de Faria, que nesta mesma época no ano passado reclamava de prejuízos, rachaduras e perda de mercadoria devido às trepidações provocadas pelas carretas, o fim do tráfego pesado na Fredolin Wolfe representa alívio. “Até o movimento de clientes aumentou. Ficou mais fácil e seguro chegar ao mercadinho”, constata. Ronaldo Furlin de Oliveira, dono de um aviário em outra via movimentada de Santa Felicidade, também registrou aumento da freqüência dos clientes. “Os clientes e fornecedores têm acesso mais fácil e consigo fazer também as minhas entregas com mais eficiência”, revela. O Contorno – A conclusão das obras de pavimentação do lote 2 do Contorno Norte de Curitiba estabeleceu uma ligação definitiva da BR-277 (sentido interior) com a Rodovia da Uva (PR-417). Na finalização do trecho, que se arrastava há anos, foram investidos R$ 10 milhões. Foram pavimentados cerca de dois quilômetros do trecho e a construção de mais três quilômetros que formam as alças de acesso ao viaduto na Rodovia dos Minérios (PR-092). Além disso, foram restauradas as alças já existentes, construídas duas pontes e uma terceira alargada. BOX O que é Contorno Norte O Contorno Norte de Curitiba possibilita o desvio do tráfego rodoviário do perímetro urbano da cidade. Faz a ligação entre a BR-277, a rodovia dos Minérios (PR-092) e a Rodovia da Uva (PR-417). Há o projeto para que o Contorno seja estendido até a BR-116, passando pela Estrada do Ribeira. Contudo a obra é de responsabilidade do Governo Federal. (Veja gráfico) Lote 1 - Com 5,73 km vai da BR-277 até a Avenida Manoel Ribas (PR-090) foi construído durante o primeiro governo Requião. O DER concluiu as obras de recuperação no trecho em dezembro de 2005. Lote 2 - Recém finalizado, com 8,77 km inicia na Av. Manoel Ribas (PR-090) e chega na Rodovia dos Minérios (PR- 092). Lote 3 – Concluído ainda em 89, o trecho começa na Rodovia dos Minérios (PR-092) tem 7,02 km até a Rodovia da Uva (PR- 417), em Colombo. Obras de recuperação também foram finalizadas em dezembro de 2005. Lote 4 - É a parte de responsabilidade do Governo Federal. Finalizaria completamente o contorno ligando a Rodovia da Uva (PR- 417) à BR-116 com 11,78 km de extensão. Ainda está somente no papel.