Consumo de eletricidade no Paraná cresce 6% neste ano

Segundo a Copel, a variação corresponde a uma nova cidade como Maringá surgindo no Estado
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17/10/2007 - 18:40
Editoria
O consumo de energia elétrica faturado pela Copel no Paraná no período de janeiro a setembro cresceu 6% comparativamente ao mesmo período do ano passado. Conforme avaliação dos técnicos da área de mercado da concessionária, tal desempenho pode ser atribuído à conjugação de três fatores: as elevadas temperaturas registradas este ano, na média 2% superiores às de 2006, o crescimento da renda média proporcionado pelo reajuste do salário-mínimo e maior disponibilidade de crédito – com efeitos claros sobre os níveis de consumo nas residências e no comércio – e à melhora do mercado industrial em função da recuperação da safra agrícola e do aumento das exportações em alguns setores. Segundo os números apurados pela Copel, a maior variação ocorreu na classe comercial com 9,3% vindo em seguida as residências, com 6,8%. As indústrias consumiram 5,5% mais energia elétrica, enquanto o segmento rural teve variação de 5,1%. Integram essa base de cálculo o mercado cativo da Copel, formado pelos 3,4 milhões de consumidores atendidos diretamente em 393 municípios paranaenses, os consumidores livres atendidos pela sua subsidiária de geração e outras distribuidoras com atuação no Estado, que são abastecidas em grosso pela estatal. PREOCUPAÇÃO - A Copel informou que o consumo faturado nos nove primeiros meses em 2007 totalizou 15.179 (GWh) gigawatts-horas, contra 14.320 GWh consumidos em 2006. “A diferença apurada equivale ao consumo de uma cidade do tamanho de Maringá, que tem perto de 130 mil ligações elétricas”, comparou Rubens Ghilardi, presidente da empresa. Ele disse que a Copel já esperava por índices elevados de crescimento do consumo, mas mostrou preocupação quanto à capacidade do sistema elétrico brasileiro atender adequadamente à demanda do mercado num futuro próximo. “As novas usinas que comercializaram sua produção nos últimos leilões foram predominantemente térmicas, a óleo diesel e carvão”, anotou. “Assim, o mercado vai absorvendo com rapidez cada vez maior os excedentes hidráulicos ainda disponíveis, abreviando o prazo para que o sistema de geração passe a operar com fontes bem mais caras e ambientalmente muito mais impactantes”. O presidente da Copel disse que os reflexos dessa intensificação do uso de combustíveis fósseis na geração de energia elétrica irão atingir igualmente a todos os brasileiros, não importando onde morem. “Como a maior parte da eletricidade que vem sendo oferecida para os anos futuros, de origem térmica, é mais cara que a hidráulica e ainda provoca impactos sérios ao meio ambiente, a tendência natural é esse custo acabar refletido nas tarifas pagas pelos consumidores”, explicou Ghilardi. “E as eventuais conseqüências de ordem ambiental que isso possa vir a acarretar serão compartilhadas igualmente entre a população”. CNTRUIBUIÇÃO - O presidente da Copel ressaltou, no entanto, a contribuição que o Governo do Paraná e a empresa vêm dando na expansão das disponibilidades de energia, concretizando com pontualidade, economicidade e responsabilidade sócio-ambiental as novas obras sob sua responsabilidade. “Estamos fazendo o nosso papel”, afirmou Ghilardi. “A partir de janeiro de 2011, as disponibilidades da Copel serão reforçadas com os 361 megawatts da Usina Mauá, no rio Tibagi, empreendimento com investimentos estimados em R$ 950 milhões numa parceria com a Eletrosul”. Ele lembrou que na administração do governador Roberto Requião, a Copel expandiu as suas disponibilidades com a construção do complexo hidrelétrico do rio Jordão, formado pelas usinas Santa Clara e Fundão, com potência conjunta de 246,3 megawatts e onde foram investidos junto com capitais privados perto de R$ 500 milhões. “Requião também solucionou uma conflituosa e lesiva parceria estabelecida pelo governo anterior com a El Paso em torno da Usina Termelétrica de Araucária, o que permitiu à Copel adicionar uma potência de 484 megawatts a seus ativos de geração”.

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