Empresários, comerciantes e consumidores residenciais de energia elétrica do Paraná receberam com entusiasmo o anúncio do governador Roberto Requião que o aumento de 25,27% nas tarifas de energia, que havia sido autorizado pelo Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na terça-feira (24), será transformado em desconto para os consumidores que pagarem a conta em dia ou para aqueles que, estando com contas atrasadas, quitarem seus débitos e passarem a quitar a fatura em dia.
“A Copel produz mais energia que o Paraná consome e seria um absurdo repassar o aumento. Ainda mais neste momento de recessão que atravessa o país porque significaria um aumento da inadimplência e do desemprego. Com os descontos, o Paraná passa a ter a energia elétrica mais barata do país e nossa intenção é que as empresas aumentem a produção e, como conseqüência, os postos de trabalho”, explicou Requião.
Números da Copel mostram que, no ano passado, a companhia produziu 19,1 milhões de megawatts/ hora e o Estado consumiu 17,4 milhões de megawatts. Só o setor industrial, com 46,3 mil grandes consumidores, consome 43% de toda a energia, sendo que o comércio (com 252 mil consumidores) consome 16%, o setor residencial (2,36 milhões de domicílios) consome 25% e os 16% restantes são destinados aos outros consumidores, como os 313 mil produtores rurais de todo o Estado.
“Ao não repassar o aumento ao cidadão e aos produtores paranaenses, a Copel dá sua contribuição para atender a diretriz social e de geração de empregos do governador. Nossa meta é a inclusão social, porque energia elétrica é um produto essencial, e a geração de emprego no setor industrial e comercial”, afirmou Paulo Pimentel, diretor-presidente da estatal.
Consumidores - Segundo a Copel, as empresas ligadas à produção de papel e celulose estão entre as que mais dependem de energia no Paraná. Juntas, elas consomem 25% de toda energia industrial.
Para o diretor da Associação das Empresas da Cidade Industrial de Curitiba (AECIC), Carlos Vivaldi, os descontos anunciados pelo governador vão possibilitar um bom desconto às industriais porque a maioria paga a conta em dia. “Isso vai diminuir os custos e tornar as empresas paranaenses mais competitivas. Se a medida não se refletir no aumento de postos de trabalho, vai, pelo menos, manter o número de empregos já existentes. E neste momento difícil que atravessam as empresas e os trabalhadores, foi um excelente notícia para todos”, afirmou.
Já Luiz Antônio Cóssi, presidente do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná, que hoje representa 8,5 mil condomínios e mais de 200 mil apartamentos em todo o Paraná, explica que a energia elétrica e a água estão entre os itens que mais pesam no custo das famílias. “É uma ação que vem numa boa hora. Toda a classe média brasileira vem apertando seu gastos. E um aumento de 25% significaria um corte no orçamento da famílias, que mais uma vez teria que diminuir o consumo e isso, de forma global, significaria mais desemprego”, afirmou.
O proprietário da Administradora de Condomínios Nalc LTDA, Luiz Cristal Nunes, que representa 30 condomínios comerciais e residenciais em todo o Estado, também comemorou o anúncio dos descontos. “Até minha empresa será beneficiada porque pagamos nossa conta sempre em dia. É um alívio substancial para todos”, garantiu.