NOTA
O Conselho Nacional de Secretários de Transportes reuniu-se em Brasília em Assembléia Extraordinária na última quinta-feira (5), com a participação de representantes do Poder Legislativo, para tratar de dois temas relativos à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Cide: a redução dos coeficientes pelo Decreto nº 6.446/08 e a sua incorporação na Reforma Tributária.
Vimos através desta alertar os Poderes Legislativo e Executivo a respeito das conseqüências das recentes medidas tomadas em relação à extinção da Cide proposta na Reforma Tributária e à redução das alíquotas via Decreto.
No momento em que o país atinge elevados índices de crescimento e que sua situação econômica encontra-se estável, fica mais evidente ainda a fragilidade de sua infra-estrutura de transportes, prevendo-se um colapso que comprometerá o desenvolvimento do país.
É sabido que a infra-estrutura de transportes existente viabilizou-se graças à existência do antigo Fundo Rodoviário Nacional. Com a extinção do Fundo em 1988, iniciou-se um período de drástica redução de recursos para construção e manutenção da rede de transportes.
O resultado mais evidente dessa falta de investimentos foi o altíssimo grau de degradação da malha rodoviária: estradas esburacadas, milhares de acidentes e mortes todo ano e elevação do custo de transporte.
Com a criação da Cide, embora entre os anos de 2004 e 2006 poucos recursos tenham sido aplicados pela União, pelo menos os Estados passaram a aplicar cerca de R$ 1,4 bilhão por ano em suas malhas rodoviárias, o que já refletiu na melhoria das estradas estaduais.
O Decreto Federal nº 6.446/08 que reduziu a alíquota da Cide para gasolina de 28 centavos por litro para 18 centavos e para o diesel de 7 para 3 centavos por litro reduziu em 42,4% a receita correspondente aos recursos vinculados e partilhados com os estados, ou seja, o equivalente a uma redução de R$ 600 milhões por ano, conforme cálculo da Associação Brasileira de Departamentos de Estradas de Rodagem - ABDER.
Pior: essa redução prejudicará o pagamento de obras e serviços já contratados pelos estados a partir de janeiro de 2008. Essa falta de investimentos dificultará ainda mais a retomada da tão necessária melhoria da infra-estrutura de transportes brasileira. A redução da alíquota também reduzirá na mesma proporção os investimentos da União no setor de transportes.
Diante desses fatos consideramos urgentes as seguintes medidas:
1 – Lutar pela revogação do Decreto nº 6.446/08 ou sua reformulação repassando o ônus integral da diferença para a União, de forma que não haja redução nos valores partilhados aos estados e municípios, mantendo-os iguais aos vigentes antes do decreto;
2 – Garantir que, no âmbito da reforma tributária ora em discussão no Congresso Nacional, o imposto que substituirá a Cide mantenha-se vinculado ao setor Transportes para a União e para os estados, na mesma proporção vigente antes da edição do Decreto nº 6.446/08.
Brasília, 5 de junho de 2008.
Rogério Wallbach Tizzot
Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Transportes
Secretário de Estado dos Transportes do Paraná
Conselho alerta sobre prejuízos ao setor de transportes
Secretário Rogério Tizzot, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Transportes, divulga nota de alerta
Publicação
06/06/2008 - 17:10
06/06/2008 - 17:10
Editoria