Conferência Paraná Social acompanhará Fórum Social Mundial em Belém do Pará

A Rádio e Televisão Paraná Educativa será a principal parceira dos instrumentos de comunicação do evento a ser realizado em janeiro
Publicação
21/11/2008 - 15:20
A Conferência Paraná Social – de 21 a 24 de janeiro de 2009 em Curitiba – vai montar um observatório para acompanhar a nona edição do Fórum Social Mundial (FSM) que será realizada na mesma data em Belém (PA). O observatório terá sítios e blogs na internet, além de boletins, entrevistas, debates, matérias, revistas, jornais e programas em todas as mídias (rádio, TV e impressos). A Rádio e Televisão Paraná Educativa será a principal parceira desses instrumentos de comunicação. O programa Fórum Social de todas as quartas-feiras, às 20h15, nas três emissoras estatais paranaenses (rádios AM e FM e TV) já passa a integrar o Observatório do FSM. “Não vejo qualquer dificuldade técnica em acompanhar em tempo real o FSM e a Conferência Paraná Social. Vamos adiantar tudo que os organizadores precisam para instalar o observatório e acompanhar desde já, através de programas, entrevistas, debates e boletins, tanto o FSM quanto a conferência”, disse Algaci Túlio, diretor da Paraná Educativa. O coordenador da conferência, Doático Santos, disse que o Paraná já é, desde 2003, signatário das 10 objetivos que norteiam as ações da nona edição do FSM. Desde 2003, segundo Doático, o Paraná vive um novo ciclo econômico e social e vê triunfar agora suas principais bandeiras como a do combate sem trégua ao neoliberalismo. “A nova ordem mundial não é mais aquela do mercado. É aquela que deve garantir às pessoas os direitos econômicos, sociais, humanos, culturais e ambientais; os direitos à alimentação, saúde, educação, habitação, emprego, trabalho digno e à comunicação”, disse o diretor de Relações Institucionais da Cohapar. CONFERÊNCIA - Os organizadores da conferência se reuniram nesta quinta-feira (21) para acertar detalhes finais do encontro que será realizado no Colégio Estadual Júlia Wanderley (avenida Vicente Machado, 1643). Entre os 15 painéis e mesas especiais, ficou definida a instalação de mais três mesas: de incentivo à regularização fundiária, do software livre e da democratização da mídia, além da realização de duas feiras: Feira de Serviços dos Programas Sociais e Feira da Cidadania, com as experiências bem sucedidas de projetos e programas desenvolvidos pelas entidades e órgãos vinculados aos movimentos social e popular. “Vamos consolidar na sociedade paranaense as políticas avançadas de alcance social e popular e ampliar o vínculo com os movimentos social e popular. A população paranaense precisa assumir as conquistas de programas como o Luz Fraterna, Tarifa Social da Sanepar, Leite das Crianças, entre outros, criados e levados em todos os cantos do Estado. Somente assim que se consolida esse processo de avanço que temos nos últimos seis anos”, disse Doático Santos. PAINÉIS E MESAS - O comitê executivo da conferência, composto por 15 entidades, já aprovou a realização de 15 painéis e mesas especiais: Habitação Popular e Regularização Fundiária, Policiamento Comunitário, Proteção ao Meio Ambiente, Superação do Analfabetismo, Desenvolvimento Humano e Cidadania Plena, Educação Melhor a Cada Dia, Combate aos Transgênicos, Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Saúde, Leite das Crianças, Agricultura Familiar, Estradas da Liberdade, Combate aos Preços Abusivos do Pedágio, Gestão Pública dos Portos do Paraná, Trator Solidário, Ferroeste – a Retomada da Ferrovia Pública, Cotas Sociais da Universidade Federal do Paraná, Pauta Social da Paraná Educativa e Benefícios Fiscais à Micro, Pequena e Média Empresas. “A conferência será um processo permanente de contato direto com a população, através das entidades como as associações de bairros, clubes de mães, sindicatos de trabalhadores, centros acadêmicos, grêmios estudantis, clubes de serviços, igrejas, associações comerciais, entre outras entidades vinculadas diretamente às pessoas que mais precisam desse tipo de ação, de políticas públicas fortes e representativas”, completou Doático. Box Conheça os 10 objetivos que norteiam a 9ª edição do FSM As diversas atividades do Fórum Social Mundial (FSM) serão realizadas em torno de um entre os 10 objetivos a seguir, propostas por organizações, grupos de organizações e redes durante o processo de inscrições para o evento. Os objetivos foram definidos após a realização de uma ampla consulta pública às diversas organizações e entidades participantes do processo FSM. 1 - Pela construção de um mundo de paz, justiça, ética e respeito pelas espiritualidades diversas, livre de armas, especialmente as nucleares; 2 - Pela libertação do mundo do domínio do capital, das multinacionais, da dominação imperialista patriarcal, colonial e neocolonial e de sistemas desiguais de comércio, com cancelamento da dívida dos países empobrecidos; 3 - Pelo acesso universal e sustentável aos bens comuns da humanidade e da natureza, pela preservação de nosso planeta e seus recursos, especialmente da água, das florestas e fontes renováveis de energia; 4 - Pela democratização e descolonização do conhecimento, da cultura e da comunicação, pela criação de um sistema compartilhado de conhecimento e saberes, com o desmantelamento dos Direitos de Propriedade Intelectual; 5 - Pela dignidade, diversidade, garantia da igualdade de gênero, raça, etnia, geração, orientação sexual e eliminação de todas as formas de discriminação e castas (discriminação baseada na descendência); 6 - Pela garantia (ao longo da vida de todas as pessoas) dos direitos econômicos, sociais, humanos, culturais e ambientais, especialmente os direitos à alimentação (com garantia de segurança e soberania alimentar), saúde, educação, habitação, emprego, trabalho digno e comunicação; 7 – Pela construção de uma ordem mundial baseada na soberania, na autodeterminação e nos direitos dos povos, inclusive das minorias e dos migrantes; 8 - Pela construção de uma economia democratizada, emancipatória, sustentável e solidária, com comércio ético e justo, centrada em todos os povos; 9 - Pela construção e ampliação de estruturas e instituições políticas e econômicas (locais, nacionais e globais) realmente democráticas, com a participação da população nas decisões e controle dos assuntos e recursos públicos. 10 - Pela defesa da natureza (Amazônia e outros ecossistemas) como fonte de vida para o Planeta Terra e aos povos originários do mundo (indígenas, afro-descendentes, tribais, ribeirinhos) que exigem seus territórios, línguas, culturas, identidades, justiça ambiental, espiritualidade e bom viver.