A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Caixa Econômica Federal e Universidade Federal do Paraná (UFPR) anunciaram, na noite de sexta-feira (24), os ganhadores do Concurso Nacional de Estudantes de Paisagismo em Área Socioambiental Frágil. O objetivo do concurso foi elaborar projetos que envolvessem o tratamento paisagístico das áreas públicas da ocupação do Guarituba, em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba). Nesse bairro estão localizados os mananciais responsáveis por 70% do abastecimento de água da capital e municípios da região metropolitana.
No Guarituba, o Governo do Paraná realiza o maior projeto de regularização fundiária do País, com recursos de R$ 91,7 milhões do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e contrapartidas estadual e municipal. No local, vivem 12 mil famílias, sendo que 803 serão realocadas da beira do rio que faz parte do manancial de água e outras 11.197 receberão a posse de suas terras. O projeto é desenvolvido pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), em parceria com diversos órgãos da administração Estadual e Prefeitura de Piraquara.
Avaliado por uma banca de cinco jurados especialistas em arquitetura e urbanismo da Cohapar, Caixa e professores universitários, os projetos inscritos tiveram o desafio de apresentar propostas de paisagismo inovador, de aceitação popular, que conciliasse a preservação ambiental ao resgate social. O coordenador do concurso e professor da UFPR, Roberto Sabatella Adan, detalhou que o “foco primordial foi ampliar o trabalho paisagístico não só tratando o meio ambiente, mas também atuar com a realidade social de pessoas que moram de forma precária em grandes ocupações, em áreas de fragilidade ambiental, de captação de águas que servem à população. Situação relativamente comum nas grandes cidades brasileiras”.
CANTEIROS – Para o presidente da Cohapar, Rafael Greca, “Os canteiros de obras da Cohapar, seja nos bairros de Colombo, de Piraquara e em todos os empreendimentos no interior do Estado são excelentes manuais didáticos, disponíveis aos universitários de diversas disciplinas. No entanto, esse concurso nacional realizado com a UFPR e a Caixa, direcionado às áreas de arquitetura e urbanismo das universidades do País, proporcionou a oportunidade de abrir horizontes e integrar diversas áreas comumente envolvidas num projeto da amplitude do Guarituba”, ressaltou.
A arquiteta e urbanista da área de desenvolvimento urbano da Caixa Melissa da Silva Belló, que participou da banca de jurados, comentou os aspectos relevados nos projetos ganhadores. “O que mais levamos em consideração na avaliação dos projetos foi a integração dos enfoques ambiental e social, que são as peculiaridades do Guarituba, projeto que exige este cuidado”.
DUALIDADE – Juliano Geraldi, arquiteto da Cohapar, que também fez parte do júri, revela as questões mais peculiares que classificaram os três primeiros colocados. “O importante para o projeto é que os alunos percebessem que a dualidade entre meio ambiente e urbanização não existe e sim a atuação sobre o território. O importante era entender que o conflito precisava ser transposto. E foi isso que diferenciou os projetos ganhadores”, explicou.
Os três primeiros colocados receberam cheques simbólicos, que totalizaram R$ 9 mil repassados pela Caixa. Ao grupo vencedor do primeiro lugar, serão direcionados R$ 4 mil. Ao segundo lugar, R$ 3 mil e ao terceiro, R$ 2 mil. Os valores serão repassados aos vencedores nos próximos dias. Os três grupos são compostos por estudantes da UFPR. Ainda tiveram duas menções honrosas.
Além de Juliano Geraldi (Cohapar) e Melissa da Silva Belló (CEF), a banca de juradores foi composta pelos professores universitários Paulo Marcos Banabé, Bruno Dolceta e Miranda Magnólia. O concurso fez parte das atividades do 9.º Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil (Enepea), que foi realizado de 22 a 25 de outubro, em Curitiba (PR), e é resultado de uma parceria entre a Cohapar, Universidade Federal do Paraná e Caixa Econômica Federal.