As equipes de Defesa Civil estadual e municipal e o Grupo de Trabalho Clóvis Moura entregaram 65 cestas básicas para as comunidades quilombolas de Batuva e Rio Verde, quarta-feira (08), em Guaraqueçaba.
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Natanael Witt Antunes Cardoso, este foi o primeiro repasse de alimentos feito pela Defesa Civil àquelas comunidades. No último fim de semana, foram entregues alimentos às comunidades indígenas do litoral.
Para se chegar às comunidades dos descendentes de escravos, a cerca de 40 quilômetros do centro de Guaraqueçaba, é necessário viajar aproximadamente uma hora para vencer o terreno acidentado, o que só é possível com veículos apropriados como caminhonetes ou jipes. A viagem remonta, segundo os moradores, a mais de 200 anos.
Ilton Gonsálves da Silva, conhecido como professor, disse que o Governo do Estado ajuda na alimentação da comunidade. “Esperamos auxílio também para que a gente possa produzir mais e com políticas públicas que garantam nossos direitos como cidadãos”, disse, durante a entrega.
HISTÓRIA – Segundo ele, a história transmitida oralmente por seus ancestrais conta que seus avós vieram do norte de São Paulo e se refugiaram naquela região. “Eles subiram o Rio Guaraqueçaba até a sua nascente e lá se estabeleceram”, contou. As terras de Ilton estão posicionadas geograficamente a cerca de 300 metros da divisa do Paraná com São Paulo. “Pela dificuldade de acesso que temos hoje dá para imaginar como era antigamente e o porquê de eles terem escolhido este local”, comentou.
Ele contou que busca manter algumas das características da vida dos antepassados. Os membros da família moram próximos e a vila tem uma área comum ao centro. A comunidade mantém a agricultura de subsistência, do arroz, mandioca e feijão da forma que aprenderam com os antepassados. “A terra dá quase tudo o que precisamos, sem que necessitemos comprar nada fora”, disse.
Ilton explicou que, como a área é de proteção ambiental, eles não podem expandir plantações. “Nós trabalhávamos em uma área por determinado tempo e depois trocávamos de lugar para que a antiga pudesse se recuperar”, explicou.
Êxodo Gonçalves da Silva, sobrinho de Ilton, contou que nasceu no lugarejo e que trabalha na lavoura. “Plantamos um pouco de tudo para manter a família e, quando consigo, trabalho por dia nas plantações na vizinhança”, contou.
Comunidades quilombolas de Guaraqueçaba recebem mantimentos
Cestas básicas foram entregues pela Defesa Civil e Grupo Clóvis Moura
Publicação
09/07/2009 - 12:28
09/07/2009 - 12:28
Editoria