Mais de 150 moradores da Vila Marinho, em Paranaguá, se juntaram neste fim de semana a técnicos da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), da Terra Nova Regularizações Fundiárias, da prefeitura e voluntários num mutirão para o reordenamento de quatro quadras da ocupação irregular.
Desde a sexta-feira, feriado em Paranaguá, até o final do domingo,
foram desmontadas 18 casas que ficavam em espaço destinado ao novo arruamento da Vila Marinho.
Elas foram remontadas na própria ocupação, em lotes definidos no projeto de urbanização da área. Máquinas da Prefeitura de Paranaguá irão abrir as novas ruas a partir desta semana. Em seguida, Copel e Águas de Paranaguá irão instalar
ligações regulares de energia e água.
A Vila Marinho está em processo de regularização fundiária pela
parceria entre a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e a Terra
Nova Regularizações Fundiárias no programa Direito de Morar. Também são
parceiros no processo a Prefeitura de Paranaguá, Águas de Paranaguá,
Conselho do Litoral/Secretaria estadual do Meio Ambiente e Associação de Moradores da Vila Marinho.
Trabalho integrado – “Mais que iniciar o reordenamento da Vila Marinho, o mutirão teve o objetivo de mostrar que estamos todos juntos no processo de
regularização. Por isso, ao invés de mandar ou pedir para que os
moradores retirassem suas casas, nos juntamos a eles nesse trabalho”, diz
o presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli.
Desta forma, funcionários da Cohapar e da Terra Nova trabalharam juntos
com os moradores na desmontagem e remontagem das casas. “Ficamos muito
satisfeitos. A comunidade participou ativamente, tanto que um grupo de
mulheres moradoras da Vila Marinho já está programando um novo mutirão
para reordenar outras quadras da ocupação”, afirma o presidente da Terra
Nova, André Albuquerque.
O mutirão contou com a colaboração do Provopar, que doou cestas
básicas para o preparo de refeições para as famílias durante o trabalho,
e da Polícia Civil emprestou um caminhão para auxiliar na mudança das
famílias. A Terra Nova forneceu carne para complementar a alimentação. A
Cohapar e a prefeitura doaram 40 mil tijolos e material de construção
para ajudar na remontagem das casas.
Impacto – “É muito bom trabalhar em prol da gente mesmo. Assim fica muito mais fácil acreditar que a regularização da Vila Marinho é realidade”, diz
Pedrina da Costa Antônio, moradora da Vila Marinho desde o início da
ocupação. “Eu estava erguendo a minha casa, mas parei quando soube que
ela teria que mudar de lugar. Estou satisfeita, pois terei um lote no meu
nome e ainda vou aproveitar o material na casa nova”.
”A regularização da Vila Marinho é uma obra de impacto para a cidade
de Paranaguá”, aponta o presidente da Associação de Moradores da área,
Jeremias Modesto. “A comunidade sempre quis ter a ocupação regularizada”,
acrescenta.
“A parceria que está regularizando a Vila Marinho é uma experiência
nova, mas já obtém ótimos resultados e poderá servir como modelo para
outros locais. A integração entre poder público, iniciativa privada e
comunidade torna o trabalho mais eficaz”, diz o assessor especial de
Regularização Fundiária da Prefeitura de Paranaguá, Luiz Affonso Ribeiro
da Silveira.
(BOX)
Ocupação surgiu em 2003
A ocupação irregular da Vila Marinho começou em maio de
2003. Até então, a área funcionava como um depósito para contêineres.
Atualmente, vivem na área cerca de 250 famílias. O projeto de urbanização
dividiu a vila em 780 lotes e reservou áreas para equipamentos urbanos
como creche, escola, praça e espaço para recreação.
Os novos lotes irão abrigar famílias que já estão na Vila Marinho,
outras que vivem irregularmente em área de proteção ambiental no Jardim
Iguaçu e ainda 31 famílias que moram na Vila São Jorge, à beira da BR
277. A seleção das famílias que irão viver na Vila Marinho depois da
regularização está sendo feita por uma Câmara Técnica, integrada por
Cohapar, Terra Nova, Prefeitura de Paranaguá e Associação de Moradores.