Comunidade portuária de Paranaguá sinaliza consenso sobre questões ambientais

Propósito é oferecer estrutura capaz de dar resposta em situações de emergência e suporte no atendimento às demandas de gestão ambiental
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26/02/2010 - 11:10
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A necessidade de avançar nas questões ambientais relacioanadas ao universo portuário e tratá-las de forma conjunta entre os diversos agentes do setor foi o assunto que tomou boa parte da reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Paranaguá, nesta semana. Os desdobramentos negativos do acidente com o navio Vicuña, em novembro de 2004, serviram de exemplo para apontar a importância da união da comunidade portuária nas ações preventivas e emergenciais.

O diretor-superintendente da Cattalini Terminais Marítimos, Cláudio Fernando Daudt, defendeu o entendimento entre os operadores e a autoridade portuária para a atuação conjunta no cumprimento à legislação ambiental. A Cattalini é a empresa que opera o terminal de inflamáveis no Porto de Paranaguá, onde aconteceu o acidente com o navio Vicuña. Segundo Daudt, mesmo tendo sido inocentada pelo Tribunal Marítimo, que concluiu que a explosão se originou a bordo do navio, a Cattalini foi penalizada com pesadas multas ambientais e teve sua imagem desgastada perante o setor.

“A resolução 398, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), diz que o porto e seus operadores serão responsabilizados pelo pior cenário possível em um acidente. Então, é claro que todos têm que se unir”, afirmou Daudt.

A Cattalini foi a primeira empresa a aderir ao Clube de Serviços de Meio Ambiente. O setor foi criado dentro da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), por iniciativa do ex-superintendente Eduardo Requião, logo após o acidente com o navio Vicuña. O propósito é oferecer à comunidade portuária uma estrutura capaz de dar pronta resposta em situações de emergência e dar suporte no atendimento às demandas de gestão ambiental.

“Não podemos viver eternamente na ignorância e no passado, como disse o superitendente, quanto às mudanças que ocorreram nesses últimos dez anos em relação às questões ambientais”, afirmou Daudt, referindo-se a uma das intervenções do superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, durante a reunião do CAP, ocasião em que houve outras manifestações favoráveis ao clube por parte de representantes dos operadores portuários.

De acordo com Souza, a adesão ao Clube de Serviços de Meio Ambiente sofreu certa resistência por parte de alguns operadores portuários e esbarrou em problemas pontuais que já foram superados. “A Appa há algum tempo tem se esforçado para a plena operacionalização do Clube de Serviços. Eu acho que agora estamos em um clima muito bom, principalmente, com o entendimento da comunidade de que eventuais acidentes, mesmo pequenos, poderão ter gravidade semelhante a esse caso de 2004, no que diz respeito aos impactos sobre a vida, sobre o meio ambiente e, especialmente, na imagem do nosso porto”, afirmou.

Além da operacionalização do Clube de Serviços, a Appa está analisando outras medidas práticas para atender demandas da própria comunidade portuária levantadas durante a reunião do CAP. Uma delas refere-se ao abastecimento de navios que estejam atracados no cais comercial. A Appa deverá emitir, nos próximos dias, uma ordem de serviço criando restrições para esse tipo de operação.