Compras de fim de ano podem gerar dívidas ao consumidor

Procon orienta a evitar compras por impulso e prestar muita atenção a pagamento a prazo
Publicação
01/12/2006 - 16:12
Editoria
Com a chegada do Natal e do Ano Novo há forte apelo consumista. São promoções e formas de pagamento facilitadas, atraindo consumidores que lotam lojas, num corre-corre para gastar o 13º salário, e saem carregando vários pacotes e, em alguns casos, também problemas. Assim, antes de gastar com as compras de fim de ano, é importante que o consumidor fique atento às orientações do Procon-PR. Uma das principais recomendações da coordenadora do órgão, Ivanira Gavião Pinheiro, é evitar as compras por impulso. “Fazer uma lista das pessoas a quem se deseja presentear e as diversas opções do que comprar para cada uma delas é imprescindível”, salienta. “De posse da lista, programe as compras e faça muita pesquisa, pois há grande diferença de preços para um mesmo produto entre os estabelecimentos.” À vista – Ao fazer suas compras de Natal, o consumidor deve pensar antes de optar por parcelamento, tanto no crediário quanto no cartão de crédito. “É um exercício que precisa ser feito”, esclarece Ivanira. “A prazo, mesmo com parcelas de baixo valor, não se está pagando barato pelo produto. É preciso saber qual o juro cobrado e o valor final do produto e se, então, compensa adquiri-lo.” Antes de optar pelo financiamento, o consumidor também deve estar ciente que, junto com as parcelas a vencer, estão os gastos extras do começo do ano (matrícula, material escolar, Ipva, Iptu), que podem levar a um comprometimento do orçamento doméstico. Para a coordenadora, comprar à vista é mais vantajoso, pois, além da possibilidade de se pedir descontos, o consumidor não compromete, por vários meses, o seu orçamento e evita o endividamento e a inadimplência. O preço à vista deve ser cobrando também na aquisição com cartão de crédito e não existe acréscimo nem quantia mínima para a compra. Ao pagar com cheque, ele deve ser nominal à loja e, nos pré-datados, anote no cheque: “bom para a data...”. Qualquer que seja a forma de pagamento, porém, a nota fiscal deve acompanhar a mercadoria. Ela é o documento básico para a garantia ou para recorrer aos órgãos de defesa do consumidor. Inadimplência – A oferta de crédito pessoal no mercado é muito grande e, segundo o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, cresceu 42% em 2005, em razão, principalmente, do crédito consignado com desconto em folha de pagamento. O levantamento do instituto indica que, no ano passado, a inadimplência do crédito ao consumidor no Brasil ficou entre 6% e 7%. Desse índice, 63% referem-se a inadimplentes em lojas, 13%, em bancos e 12%, em administradoras de cartão de crédito. As principais causas da inadimplência foram perda do emprego, avalizar empréstimos de terceiros e a falta de controle nos gastos. “É preciso avaliar prós e contras antes de solicitar empréstimos, entrar num crediário, no limite do cheque especial ou no crédito rotativo do cartão de crédito. Se o financiamento for inevitável, procure a melhor taxa de juros e o menor número de prestações, pois quanto mais parcelas, maior a taxa de juros e maior o preço final do produto”, orienta Ivanira.