Complexo energético do Rio Jordão vai gerar 245 MW

Usina Santa Clara está em efetivo funcionamento e Fundão deve começar a gerar energia no ano que vem
Publicação
30/09/2005 - 18:17
Editoria
O Complexo Energético do Rio Jordão é constituído por quatro aproveitamentos hidroenergéticos que totalizam 245,9 MW (megawatts) de potência. São eles: a Usina Santa Clara (120 MW), uma PCH incorporada à estrutura da sua barragem (3,4 MW), a Usina Fundão (120 MW) e sua respectiva PCH (2,5 MW). A Usina Santa Clara encontra-se na fase de acabamento das obras e está com todos os seus equipamentos e mecanismos de controle em efetivo funcionamento. A Usina Fundão segue um cronograma com diferença de praticamente 12 meses em relação ao de Santa Clara. Estão concluídos os trabalhos de escavação comum e em rocha a céu aberto, enquanto a construção das estruturas em concreto (convencional e compactado) se desenvolve conforme programado. A barragem situa-se na divisa dos municípios de Pinhão e Foz do Jordão (onde ficarão a PCH e a casa de força principal). Suas obras tiveram início em abril de 2004. Santa Clara e Fundão são bastante semelhantes na solução de engenharia adotada como arranjo ótimo. Ambos os projetos adotam barragens de concreto compactado com rolo (CCR) e túneis de baixa pressão escavados em rocha para condução da vazão a uma câmara de carga situada a jusante, de onde partem os túneis de alta pressão (condutos forçados), dois em cada aproveitamento, que alimentam as unidades geradoras – turbinas tipo Francis de eixo vertical. Para perenizar os dois trechos de leito natural do Jordão compreendidos entre cada barragem e respectivo canal de fuga, será mantida uma vazão remanescente que terá aproveitamento em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), instaladas na base de cada barragem. A Usina Santa Clara opera a montante (rio acima) de Fundão, tendo por isso um reservatório de dimensões maiores, com 20 km2 de superfície e coluna de água aproveitável para operação de 17,5 metros. A profundidade média do lago é de 30 metros, chegando a um máximo de 65 metros. Já a Usina Fundão irá operar a fio d’água, aproveitando a vazão turbinada em Santa Clara, e contará com um reservatório de regularização de apenas 0,5 km2 de superfície. O lago terá profundidade média de 16 metros, com máximo de 52 metros. Segundo o cronograma da obra, a formação do reservatório de Fundão deve começar em maio de 2006 e o enchimento levará cerca de quatro dias, considerando-se as vazões médias históricas do Jordão naquele trecho. A produção do Complexo Energético do Rio Jordão será adicionada ao sistema elétrico interligado por três linhas de transmissão em 138 mil volts. Uma irá conectar a Usina de Fundão à subestação Canteiro de Segredo. Outra irá conectar a Usina Santa Clara à subestação Vila Carli, em Guarapuava. E uma terceira irá conectar a Usina Santa Clara à subestação Guarapuava. As duas novas usinas também estarão conectadas entre si por uma linha na tensão de 34,5 mil volts. Estima-se que a produção das usinas do Jordão seja suficiente ao atendimento de uma cidade com população de 600 mil pessoas, aproximadamente. Totalmente digitalizadas, as hidrelétricas serão operadas e comandadas à distância em Curitiba, onde está localizado o Centro de Operação da Geração da Copel.