Complexo Energético do Rio Jordão soma 245,9 MW

São quatro aproveitamentos hidroenergéticos que somam 245,9 megawatts
Publicação
28/06/2006 - 17:48
Editoria
O Complexo Energético do Rio Jordão é constituído por quatro aproveitamentos hidroenergéticos que somam 245,9 MW (megawatts) de potência instalada. São eles: a Usina Santa Clara (120 MW) mais PCH incorporada à estrutura da barragem (3,4 MW) e a Usina Fundão (120 MW) mais a respectiva PCH (2,5 MW). Esses aproveitamentos distam 12 km entre si e estão localizados na região Centro-Sul do Paraná, nas cercanias de Guarapuava (Santa Clara a 76 km e Fundão a 88 km). A Usina Santa Clara está integralmente em efetivo funcionamento. A primeira unidade geradora de 60 MW entrou em operação comercial no dia 31 de julho do ano passado e a segunda, em 31 de agosto. Também a PCH de 3,4 MW associada à barragem já opera comercialmente. A inauguração oficial aconteceu em 30 de setembro de 2005. Sua barragem situa-se na divisa dos municípios de Pinhão (onde também fica localizada a casa de força principal da usina) e Candói (onde está instalada a PCH). A Usina Fundão, inaugurada nesta quarta-feira (28 de junho de 2006), antecipando em mais de um mês o prazo fixado pela Aneel para o início de produção do primeiro grupo gerador de 60 megawatts – em operação comercial desde o dia 22 de junho. O segundo grupo gerador está em fase final de montagem e tem previsão de operar a partir do mês de agosto, dois meses antes da data determinada pela Aneel. A barragem situa-se na divisa dos municípios de Pinhão e Foz do Jordão (onde ficarão a PCH e a casa de força principal). Os dois aproveitamentos principais (Santa Clara e Fundão) são bastante semelhantes na solução de engenharia adotada. Ambos os projetos adotam barragens de concreto compactado com rolo (CCR) e túneis de baixa pressão escavados em rocha para condução da vazão a uma câmara de carga situada a jusante, de onde partem os túneis de alta pressão (condutos forçados), dois em cada aproveitamento, que alimentam as unidades geradoras – turbinas tipo Francis de eixo vertical. Para perenizar os dois trechos de leito natural do Jordão compreendidos entre cada barragem e respectivo canal de fuga, será mantida vazão remanescente que terá aproveitamento em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), instaladas na base de cada barragem. Reservatórios – A Usina Santa Clara opera a montante (rio acima) de Fundão, tendo por isso um reservatório de dimensões maiores, com 20 km2 de superfície e coluna de água operacionalmente aproveitável de 17,5 metros. A profundidade média do lago é de 30 metros, com máximo de 65 metros. Sua formação foi iniciada em 21 de abril de 2005. A Usina Fundão opera a fio d’água com reservatório de regularização de 2 km2 de superfície, aproveitando a vazão turbinada por Santa Clara. O lago tem profundidade média de 16 metros, com máximo de 52 metros, e foi formado em meados de maio passado. A produção do Complexo Energético do Rio Jordão vem sendo adicionada ao sistema elétrico interligado por três linhas de transmissão em 138 mil volts. Uma conecta a Usina Fundão à subestação Canteiro de Segredo. Outra conecta a Usina Santa Clara à subestação Vila Carli, em Guarapuava e uma terceira liga a Usina Santa Clara à subestação Guarapuava. As duas novas usinas também estão conectadas entre si por uma linha na tensão de 34,5 mil volts. Estima-se que a produção das usinas do Jordão seja suficiente ao atendimento de uma cidade com população de 600 mil pessoas, aproximadamente. Totalmente digitalizadas, as hidrelétricas são operadas e comandadas à distância em Curitiba, onde está localizado o Centro de Operação da Geração da Copel. Box – Dimensões e volumes UH Santa Clara – Desvio do rio realizado em agosto de 2003, quando o Jordão passou a correr por um túnel escavado em rocha com 184 metros de extensão, 10 metros de altura por 10 de largura e capacidade máxima de vazão de 1.250 m3 de água por segundo. O túnel foi fechado em abril de 2005 para a formação do reservatório. Barragem do tipo gravidade em CCR (concreto compactado com rolo), com soleira vertente (não há vertedouro com comportas). Seu comprimento é de 811 metros na crista e a altura máxima é de 67 metros. O volume do maciço é de 480 mil m3. A soleira vertente tem 251 metros de extensão na crista da barragem e tem capacidade de dar vazão a até 6.542 m3 de água por segundo (cerca de 4 vezes a vazão normal das Cataratas do Iguaçu). A casa de força é do tipo abrigada, equipada com duas unidades geradoras com potência nominal de 60 MW cada. Da barragem até a câmara de carga, a água percorre um túnel de baixa pressão com 1.966 metros de comprimento e 9,4 metros de altura com inclinação de 0,2%. Da câmara de carga partem dois condutos forçados, revestidos de concreto e aço, com 322 metros de comprimento e 4 metros de diâmetro cada. Os principais volumes realizados na parte de obras civis: 781 mil m3 de escavação comum, 693 mil m3 de escavação em rocha a céu aberto, 205 mil m3 de escavação subterrânea em rocha, 77 mil m3 de concreto convencional e 480 mil m3 de concreto compactado com rolo. UH Fundão – Desvio do rio realizado em novembro de 2004. O Jordão passou a correr por um túnel escavado em rocha com 151,5 metros de extensão, 11 metros de altura por 9,5 de largura e capacidade máxima de vazão de 1.121 m3 de água por segundo. O túnel foi fechado em maio de 2006 para a formação do reservatório. Barragem do tipo gravidade em CCR (concreto compactado com rolo), com soleira vertente. Seu comprimento é de 445,9 metros na crista e a altura máxima é de 42,5 metros. O volume do maciço é de 150 mil m3. A soleira vertente tem 249,9 metros de extensão na crista da barragem e tem capacidade de dar vazão a até 7.227 m3 de água por segundo (quase 5 vezes a vazão normal das Cataratas do Iguaçu). A casa de força é do tipo abrigada e será equipada com duas unidades geradoras com potência nominal de 60 MW cada. Da barragem até a câmara de carga, a água percorre um túnel de baixa pressão com 3.670 metros de comprimento e 9,4 metros de altura com inclinação de 0,2%. Da câmara de carga partem dois condutos forçados, revestidos de concreto e aço, com 272 metros de comprimento e 4 metros de diâmetro cada. Na parte de obras civis, a escavação comum totalizou 365 mil m3 e a escavação em rocha a céu aberto, 302 mil m3. O concreto compactado da barragem soma volume de 160 mil m3.

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