Compagas participa de reunião sobre preço do gás natural

Petrobras e distribuidoras do sul se encontram nesta quarta-feira (23) em Porto Alegre
Publicação
23/08/2005 - 18:09
Editoria
A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) participa nesta quarta-feira (24), em Porto Alegre, de uma reunião com as demais distribuidoras de gás natural da região Sul (Sulgás e SCGás) e com a Petrobras para discutir as condições de um eventual aumento do combustível. A reunião foi convocada pela estatal depois do protesto das distribuidoras do sul contra o anúncio de reajuste de 33% no preço do gás natural importado da Bolívia, para ser aplicado em três parcelas (setembro, novembro e janeiro). O diretor-presidente da Compagas, Luiz Carlos Meinert, e o diretor técnico-comercial, José Roberto Gomes Paes Leme, participam do encontro em Porto Alegre. “Queremos renegociar com a Petrobras tanto o índice do aumento quanto o tempo de implantação”, disse Meinert. “Nossa prioridade são os nossos clientes e não podemos deixar que as desigualdades regionais se agravem, com o aumento da diferença de preço entre o gás importado da Bolívia e o gás natural nacional”. Segundo o executivo, além da diminuição do valor anunciado do reajuste do gás natural vendido para as distribuidoras do sul, as empresas também querem a diluição do aumento em um período de três a quatro anos, para que os consumidores tenham tempo de preparar sua estrutura e seu orçamento aos novos custos do combustível. A Compagas só terá uma definição sobre quanto irá absorver do reajuste e se terá que repassar algo aos clientes após a reunião de amanhã (24) e a decisão da Petrobras. Anúncio - A Petrobras comunicou o reajuste às distribuidoras do sul no dia 19/8. Chamando de “retirada de incentivo”, a empresa anunciou um aumento de 63% no valor da commodity do gás natural (o que impactaria para as distribuidoras em cerca de 33% no preço final, que inclui commodity mais transporte). O reajuste seria aplicado pela Petrobras já à partir de 1º de setembro (13%). Em 1º de novembro seriam aplicados mais 10% adicionais e o restante em janeiro de 2006, quando seria retirado todo o incentivo até então praticado para o gás boliviano. Na mesma correspondência, a Petrobras afirmava que aplicaria o reajuste também para o gás nacional, só que com índices próximos à metade. Sulgás, Compagas e SCGás se manifestaram e, em uma correspondência enviada no mesmo dia à Petrobras, afirmaram que a atitude iria prejudicar os atuais consumidores de gás natural na região sul, o crescimento do mercado, além de agravar as diferenças entre as empresas brasileiras que utilizam o gás natural boliviano e o nacional. Dos atuais 7% de diferença no preço, o índice passaria para 36%. A reunião de amanhã foi marcada para que as distribuidoras e a Petrobras cheguem a um consenso sobre o assunto. Fórum – Após a reunião em Porto Alegre, a diretoria da Compagas participa na quinta-feira (25) do “Fórum Industrial Parlamentar Sul”, que acontece na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Entre os assuntos que serão discutidos, estão: Inclusão de recursos para investimentos em infra-estrutura na Região Sul no orçamento geral da união, abastecimento de gás natural para a região sul e reforma política e reforma tributária.