O Comitê Revisor de Preços de Obras, mantido pelo Governo do Estado, vai apresentar uma nova tabela de preço para as obras públicas no Paraná em no máximo 90 dias. A idéia é apontar o preço justo. A revelação foi feita nesta terça-feira (20) pelo secretário especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral, Luiz Carlos Delazari, ao presidir a primeira reunião do ano do comitê, na sede da secretaria, em Curitiba.
“Estamos há mais de um ano trabalhando em cima da busca do preço justo para as obras públicas do Estado, inclusive de estradas, rodovias e pontes. Entramos na fase final deste processo, que consiste no levantamento de custos de insumos e itens da construção civil, com os quais fizemos uma escala padrão”, explicou Delazari.
Estes itens, acrescentou o secretário especial, representam 80% dos custos e o comitê verificou que a distorção de preços oscila ora em favor do governo ora em favor dos empresários do setor. “Agora, podemos buscar o preço justo e correto”, disse Delazari ao final da reunião.
Segundo ele, a instalação de um comitê revisor de preços de obras públicas é inédito no Brasil e representa a busca da transparência total. “Isso porque em poucos minutos, numa licitação, vamos saber dos preços pedidos pelo Estado e daqueles ofertados pelas empresas. Já tivemos a oportunidade de constatar que os preços atuais estão bem próximos da verdade. São poucas as discrepâncias, a maioria a favor do Governo”.
O vice-presidente da área técnica do Sinduscon-Pr, Luiz Carlos Tomaschitz, fez questão de elogiar a atitude do governador Roberto Requião em convidar as entidades para a discussão do preço justo das obras públicas no Estado. “Essa abertura vai trazer com certeza mais transparência ao processo licitatório, porque permitirá a comparação entre os preços oferecidos pelo Governo com aqueles praticados pelo mercado. Com isto, será possível chegar ao preço justo”.
Escola - O principal assunto debatido nesta terça-feira foi a apresentação do resultado de uma auditoria feita por professores e alunos da Universidade Federal do Paraná sobre os preços dos materiais usados na construção de uma escola estadual. Foram avaliados os valores de 43 serviços - como alvenaria, esboço de paredes, regularização de pisos e revestimento de azulejos - e foram constatadas apenas seis discrepâncias, sendo quatro a favor do governo e duas com valores superiores aos praticados no mercado.
De acordo com o professor Mauro Lacerda, diretor do Setor de Tecnologia da UFPR, este número de discrepância de preços é pequeno. “Isso mostra a homogeneidade dos preços praticados pelo Estado em relação à iniciativa privada. Com a apresentação dos comparativos de preços, o Comitê vai agora tentar corrigi-los em busca do preço justo”.
A reunião contou com a presença de Claudia Ferreira Pinheiro, representante do secretário estadual de Obras, Marcelo Almeida; José Antonio Fernandes (DER), representante do secretário estadual dos Transportes, Rogério Tizzot; Fernando Fontes Pereira, da Copel; Jair João Thomaz, da Sanepar; Luiz Hélio Friedrich, do Crea-Pr; Sachiko Araki Lira, do Ipardes; e de Sergio Piccinelli, presidente do Sindicato da Industria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem do Paraná.