Comitê amplia transparência dos preços de obras públicas

Só um dos quarenta preços analisados pela UFPR está acima da média de mercado
Publicação
06/06/2006 - 18:04
Editoria
Levantamento realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) constatou que apenas um dos contratos assumidos pelo Governo do Estado está com preço acima dos praticados pelo mercado. Foram comparados valores pagos em 40 atividades. “Houve discrepância em sete preços. Seis são favoráveis ao governo, e apenas um está acima da média”, informa Mauro Lacerda, diretor do Setor de Tecnologias da UFPR. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (6) numa reunião do Comitê Revisor de Preços de Obras, coordenado pelo ouvidor e corregedor-geral do Estado, Luiz Carlos Delazari. A Ouvidoria e Corregedoria-Geral firmou convênio com a UFPR para análise dos gastos em obras e atividades do governo. Para Delazari, o trabalho do comitê revela a transparência nas ações do Poder Executivo. “Estamos buscando os preços justos e permitindo o controle público das obras do Estado, com a participação de representantes de vários segmentos da sociedade”, disse o secretário. Nessa etapa, a avaliação da universidade considera a produtividade dos trabalhadores e o consumo de material de construção. O Ipardes está levantando preços de materiais de construção para orientar novas análises que serão feitas pela UFPR. A universidade já começou a levantar também os preços de obras em estradas, para que seja feita a mesma comparação. “O trabalho está apenas começando, mas acredito que as distorções vão ficar na faixa de 10 a 20% dos preços pesquisados”, afirma Mauro Lacerda. Esse levantamento deve estar concluído em duas semanas. O Governo do Paraná tem 770 obras em andamento. As quarenta atividades analisadas pela pesquisa representam 70% dos custos da obra. “Vamos corrigir essas poucas distorções e os problemas de preços na Secretaria de Obras Públicas estarão praticamente resolvidos”, analisou o secretário Luiz Dernizo Caron. “Vamos definir onde estão as distorções, considerando o conjunto da obra”, disse. Caron também ressalta a transparência com que o governo discute preços de seus contratos. “Quando aparecerem discrepâncias, vamos discutir com as empresas para chegarmos ao preço correto da obra”, afirmou o secretário. Segundo ele, com a definição de parâmetros de preços justos, a qualidade vai definir que empresa vencerá a concorrência para executar uma obra. O secretário Caron explicou ao representante do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, David Pereira de Vasconcelos, que o governo exige que todos os operários sejam contratados legalmente, e que, caso a empresa não comprove o recolhimento do FGTS, o governo faz o pagamento e desconta o valor da fatura. O comitê tem representantes da Secretaria de Obras, DER, Sinduscon, UFPR, Ipardes e Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR); da Companhia Paranaense de Energia (Copel); da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar); da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Esse trabalho começou em abril de 2005, depois de firmado um convênio entre a Secretaria de Obras e a UFPR.

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