Comércio do Paraná é o terceiro em vendas no país, aponta IBGE

O Paraná, que antes respondia por 7,8% da receita bruta de revenda do Brasil, passou para 8,8%, saltando do 2º para o 1º lugar na região Sul e do 5º para o 3º lugar no País
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24/05/2006 - 18:10
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O comércio do Paraná foi o que mais cresceu de 1996 a 2004, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O Paraná, que antes respondia por 7,8% da receita bruta de revenda do Brasil, passou para 8,8%, saltando do 2º para o 1º lugar na região Sul e do 5º para o 3º lugar no País, atrás apenas de São Paulo (32,6%) e Minas Gerais (9,7%). São Paulo foi o estado mais representativo em revenda bruta nos dois anos analisados pelo IBGE, mas perdeu 2,5% em sua participação relativa. No entanto, a maior queda atingiu o comércio varejista do Rio de Janeiro que, em 1996, era o segundo colocado no ranking nacional, com 11,9%. A recente pesquisa do IBGE mostra que o Rio de Janeiro teve uma queda de 3,2%, perdendo posição para Minas Gerais e o próprio Paraná. Na região Sul, em 1996, a maior participação na receita bruta era a do Rio Grande do Sul, com 8,1%, na época o 4º lugar no ranking nacional, seguido do Paraná, com 7,8% . Porém, em 2004, o Paraná conquistou o primeiro lugar na região e a terceira posição no Brasil. Para o diretor-presidente do Ipardes - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, José Moraes Neto, o bom desempenho do comércio varejista do Paraná no período avaliado pelo IBGE é reflexo, fundamentalmente, da boa produção agrícola em 2003 e 2004. “O bom desempenho do agronegócio trouxe desenvolvimento para o Estado, especialmente para o interior, onde o comércio varejista viu suas vendas aumentarem”, disse. Outro aspecto que, segundo Moraes, contribuiu para o crescimento da participação do comércio varejista do Paraná na receita operacional líquida do comércio no País foi a entrada de grandes redes supermercadistas no Estado e o crescimento das redes paranaenses. “E isto se deve à importância dos supermercados na composição do setor de comércio. O crescimento do setor nas regiões metropolitanas fez com que o Paraná aumentasse sua participação no ranking nacional”, acrescentou. Empresas comerciais – Com receita operacional líquida de R$ 798,2 bilhões em 2004, o comércio do País cresceu 11,7% em relação a 2003. Dentre seus três segmentos, o de veículos, peças e motocicletas teve um crescimento real de 18,6% (contra 14,2% para o varejo e 7,9% para o atacado). Regionalmente, o comércio continuou a se desconcentrar. A participação do Sudeste, em receita bruta, caiu de 58,7% em 1996 para 53,4% em 2004. As outras regiões ampliaram sua participação e a do Centro-Oeste cresceu mais: de 6,6% para 9,0%. Segundo a Pesquisa Anual do Comércio - PAC1, do IBGE, em 2004 o Brasil tinha cerca de 1,380 milhão de empresas comerciais, atuando através de 1,441 milhão de estabelecimentos que geraram uma receita operacional líquida de R$ 798,2 bilhões. Essas empresas ocupavam cerca de 6,681 milhões de pessoas, que receberam um total de R$ 45,2 bilhões, entre salários, retiradas e outras remunerações. Em relação a 2003, houve um crescimento real de 11,7% na receita operacional líquida do comércio no País. O pessoal ocupado nessa atividade teve um acréscimo de 559 mil pessoas (9,1%) e a massa salarial teve um aumento real de 12,8% no mesmo período. Em 2004, as empresas comerciais com 20 ou mais pessoas ocupadas eram cerca de 33 mil e, embora fossem apenas 2,4% do total pesquisado, suas receitas (R$ 592,0 bilhões) representavam 74,2% do total estimado para o comércio do País. Tais empresas ocuparam 2,329 milhões de pessoas e pagaram R$ 24,6 bilhões em salários (respectivamente 35,0% e 54,4% dos totais estimados para o segmento comercial). Em 2004, as empresas com 500 e mais pessoas ocupadas (0,03% do total das empresas comerciais ativas) geraram R$ 243,4 bilhões ou 30,5% da receita estimada na atividade comercial pela PAC. Por outro lado, as empresas com até 19 pessoas ocupadas (98,0% do total) foram responsáveis pela geração de R$ 225,4 bilhões, ou 28,2% da receita operacional líquida. Varejo gera menos receita que o atacado - Em 2004, o Varejo manteve-se como a segunda participação no total da receita líquida do comércio no País, e continuou a apresentar as maiores proporções quanto ao número de empresas e estabelecimentos e quanto ao pessoal ocupado. Composto de 1,162 milhão de empresas (84,3% das empresas comerciais pesquisadas em 2004), o comércio varejista obteve uma receita operacional líquida estimada em R$ 333,5 bilhões (41,8% da mesma receita da atividade comercial). O varejo ocupava cerca de 5,083 milhões de pessoas (76,1% do total de ocupados na atividade comercial), que receberam R$ 29,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, ou 64,5% do total dessas remunerações do comércio. Em relação a 2003, a receita operacional do comércio varejista cresceu 14,2%, o número de postos de trabalho cresceu 8,5% (mais 399 mil ocupados) e as remunerações pagas aumentaram 12,4%. Quanto à receita operacional líquida, os ramos em destaque foram os combustíveis e os hipermercados e supermercados. O primeiro gerou R$ 79,5 bilhões de receita operacional líquida (ou 23,8% da receita do varejo) e o segundo, R$ 78,9 bilhões, ou 23,6% do total. Massa salarial - O segmento de hipermercados e supermercados apresentou a maior participação na massa salarial do comércio varejista em 2004 (R$ 4,4 bilhões, ou 15,0% do total pago). A média salarial desta classe situou-se em 2,4 salários mínimos mensais, valor mais alto do varejo. A revenda de combustíveis e lubrificantes ocupou a segunda posição (juntamente com as lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis) em termos de salário médio (2,2 salários mínimos mensais) e a primeira, em produtividade, alcançando R$ 285 693, deixando os hipermercados e supermercados com a segunda colocação (R$ 139.970). Ambos apresentaram produtividade mais elevada que a média para o conjunto do varejo, cerca de R$ 64.938. O segmento de tecidos, artigos do vestuário e calçados ocupou cerca de 794 mil pessoas, ou 15,6% das 5.083 mil pessoas ocupadas no varejo, e concentrava 19,0% das 1 162 mil empresas varejistas.

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