Combate ao mosquito da dengue deve continuar mesmo nos dias mais frios

Eliminar os criadouros do mosquito evita que o mosquito adulto deposite seus ovos e inicie um novo ciclo de reprodução
Publicação
13/05/2010 - 14:30
Editoria

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A dengue não deve ser uma preocupação apenas do verão. Este é o alerta da Secretaria da Saúde, com a chegada do frio. O período é considerado ideal para intensificar a eliminação de possíveis focos do mosquito transmissor da doença. Dias quentes facilitam e aceleram a proliferação do Aedes Aegypt. No frio as medidas preventivas contra a dengue são mais eficazes e influenciam diretamente na situação epidemiológica do próximo ano.
“Ao contrário do que se pensa, o frio não mata os ovos e muito menos as larvas do Aedes Aegypt. Esses ovos podem sobreviver por aproximadamente 450 dias esperando para eclodirem e se transformarem em larvas, o que acontece normalmente no verão, quando os dias quentes são mais freqüentes”, explica o secretário da Saúde, Carlos Moreira Jr. Ele reforça que as equipes de combate à dengue e a população devem aproveitar este período para eliminar os criadouros do mosquito.
O foco do combate à dengue no Paraná é a prevenção, já que não há uma vacina contra a doença. Desta forma, eliminar os criadouros do mosquito é a ação mais eficaz, pois evita que o mosquito adulto deposite seus ovos e inicie um novo ciclo de reprodução. “Para conter a proliferação do Aedes Aegypty no Paraná, todos devem estar comprometidos com medidas simples que praticamos em nossas casas. A dengue é um problema de saúde pública e se cada um fizer a sua parte o mosquito não terá onde por os seus ovos”, explicou o superintendente de vigilância em Saúde, José Lúcio dos Santos. Ele reforçou que 90% dos criadouros do Aedes Aegypti são encontrados nos quintais e residências.
Para evitar que o mosquito se reproduza é importante que a população esteja atenta a medidas simples como cobrir as caixas d’água com telas, colocar areia nos recipientes das plantas, colocar de cabeça pra baixo qualquer tipo de recipiente (garrafas PET, potes e copos plásticos) e manter limpo os terrenos baldios ou quintais. “Não deixar água parada é essencial, isso impede que o mosquito deposite seus ovos e elimina possíveis ovos que já estejam lá” ressaltou Santos.
NÚMEROS - Segundo o técnico do programa Controle da Dengue da Secretaria de Saúde, Ronaldo Trevisan, o Paraná apresenta queda na média de números de casos notificados em relação ao início do ano. “A dengue apresenta seu pico em meados do primeiro semestre, mas isso não impede de que haja uma epidemia em um município que tenha alto índice de infestação do mosquito, portanto o cuidado deve ser constante”, diz.
Até o dia 30 de abril, a Secretaria de Saúde confirmou 10.010 casos de dengue, sendo 9.571 casos autóctones (cuja infecção ocorreu no Paraná), e 439 casos importados, todos com confirmação laboratorial, de um total de notificados de 33.514 casos suspeitos de dengue no Paraná.
Das 22 Regionais de Saúde do Paraná, 13 registraram casos autóctones, o que equivale a 59% do total. As regionais com maior número de casos autóctones são Foz do Iguaçu, com 2.578; Maringá, com 2.363; e Londrina, com 1.187. Os municípios que apresentam maior número de casos autóctones são Foz do Iguaçu (1.468), Maringá (1.092) e Medianeira (833).
Dos 10.010 casos confirmados no Paraná, 53 apresentaram maior gravidade. Foram 19 casos com diagnóstico de febre hemorrágica do dengue e outros 34 casos como dengue com complicação. Dos 53 casos graves, seis morreram e outros 47 foram curados.

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