Com apoio do Provopar, Ibaiti inaugura cooperativa de costura e artesanato


Os 21 sócios fundadores contaram com a assessoria da equipe de cooperativismo do Provopar, que doou 11 máquinas de costura industrial necessárias para o início do empreendimento
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23/05/2006 - 14:43
Editoria
O apoio do Provopar Ação Social foi fundamental para que algumas donas de casa e trabalhadores desempregados pudessem fundar a Cooperativa de Costura e Artesanato de Ibaiti, cuja assembléia de constituição se dará neste sábado (27), às 11 horas, na Casa da Cultura. Os 21 sócios fundadores da cooperativa contaram com a assessoria da equipe de cooperativismo do Provopar, que doou 11 máquinas de costura industrial necessárias para o início do empreendimento. A sede de produção será num barracão cedido pela Prefeitura. “Estamos todos ansiosos para trabalhar”, destacou a professora aposentada Terezinha de Oliveira Pagani, 64 anos, coordenadora financeira, ao falar de sua expectativa para o início das atividades da cooperativa. Ela conta que desde que se aposentou, há 11 anos, tem feito apenas o trabalho de dona de casa e algumas costuras em troca de uns “trocados”. “Agora, com a cooperativa, quero mostrar que ainda estou apta para trabalhar. Não estou nisso pelo dinheiro, porque tenho a minha renda como aposentada. Mas acredito que posso ajudar minhas amigas a terem uma renda mensal e assim contribuir em casa”. Segundo ela, o grupo está preparado para tocar o empreendimento. “Fizemos cursos na área de legislação, meio ambiente, associação de pessoas e cooperativismo, além do curso prático numa fábrica de jeans da cidade por dois meses. Portanto, tenho esperança que a cooperativa dará certo”. Essa é também a expectativa de Jaime Danilo Motinho de Souza, 22 anos, coordenador geral da cooperativa. “A tendência é a cooperativa crescer, porque os cooperados tem a consciência de que estão trabalhando para algo que é nosso”. Jaime Danilo conta que Ibaiti se transformou num mini-pólo de confecções de jeans há uns quatro anos atrás, quando da instalação de duas fábricas na cidade. “Desde então mais de 500 pessoas passaram pelas fábricas, mas não se adaptaram ao ritmo intenso de produção e com a exploração. “Uma fechadeira ganha em média R$ 750,00 no interior de São Paulo. Aqui, recebe salário mínimo e uma ajuda de custo de R$ 50,00. A nossa mão de obra é muito explorada. O lucro todo vai para o patrão”. Ele acredita que a cooperativa terá condições de implantar um sistema mais humano de produção, pagar melhores salários e formar um fundo de reserva para a compra de máquinas e equipamentos, com o objetivo de aumentar o número de cooperados. “Existem hoje em Ibaiti cerca de 300 pessoas que já trabalharam em facções a espera de uma oportunidade melhor e ela finalmente chegou, graças ao apoio do Provopar”, acrescentou. A presidente do Provopar Ação Social, Lucia Arruda, que estará presente em Ibaiti no próximo sábado, disse que a formação de cooperativas de trabalhadores faz parte da metodologia de trabalho adotada pela instituição, que aos poucos vem substituindo o assistencialismo pelas iniciativas de incentivo a geração de renda. “E percebemos que o melhor caminho para alcançar este objetivo é através do cooperativismo”. Ela revelou que o Provopar tem incentivado nos últimos anos a implantação de cooperativas de crochê com barbante em Cambira, Borrazópolis e Ariranha do Jvai, de confecções em Ibaiti, Japira, Borrazópolis, Ariranha do Ivai, Lidianópolis e Pontal do Paraná, de reciclagem de lixo em Valadares (Paranaguá) e Mercedes, de bordados na Comunidade Sutil (Palmeira). “A maioria dessas comunidades era explorada. A cooperativa acaba com a figura do atravessador. Ganham os cooperados e a própria população que vai pagar um preço justo pela produção”, completou.

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