Cohapar vai construir 76 casas quilombolas em Adrianopolis

O projeto arquitetônico respeita as tradições quilombolas, entre as quais a que define que a localização da cozinha
Publicação
04/01/2010 - 17:50
Editoria
O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, assinou nesta segunda-feira (04) ordem de serviço para construção de 76 casas, em seis comunidades quilombolas em Adrianópolis, município da região do Vale da Ribeira, a 127 quilômetros de Curitiba. “O governo do Paraná vai cumprir o desafio inédito no País de construir casas em áreas de difícil acesso. Em alguns lugares, os carros só passam se não chover, em outros, apenas atravessando os rios em pontes feitas de tronco de árvores ou subindo e descendo morros”, descreve o presidente da Cohapar. O canteiro de obras começa a ser montado nos próximos dez dias, conforme informa o diretor do departamento de obras, Eduardo Quezada. São casas de 52 metros quadrados, com projeto arquitetônico que respeita as tradições quilombolas. A cozinha fica na área externa, mas será ligada à casa pelo telhado na área de circulação. “Eles não misturam o sangue das carnes com o lugar onde vivem”, explica Quezada. A seleção das famílias foi feita pelo departamento social da Cohapar e pelo grupo de trabalho Clóvis Moura – responsável, no Governo do Paraná, pela execução de políticas públicas dedicadas aos descendentes de escravos. Na construção das casas, o Governo está investindo R$ 2,1 milhões. No local está prevista a construção de uma escola estadual. As compras de material de construção e contratação de mão de obra serão feitas por meio da Associação dos Moradores da região. A Cohapar é responsável pelo repasse de recursos, projeto arquitetônico, fiscalização e controle de qualidade das obras. As comunidades beneficiadas nesta primeira etapa são: Sete Barras, (19 casas), Córrego das Moças (10 casas), Bairro do Roque (09 casas), Porto Velho (13 casas), Praia do Peixe (três casas), João Surá (22). A comunidade de São João terá 13 casas, fica para a segunda etapa, a pedido da Associação dos Moradores, por causa da dificuldade de acesso.

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