Cohapar transforma Vila Zumbi em exemplo de urbanização contra o crime


Desde 2004 a Companhia de Habitação do Paraná coordena, em parceria com vários órgãos estaduais e prefeitura local, um dos maiores projetos do País de planejamento urbano de uma área de ocupação irregular
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09/06/2008 - 17:23
Editoria
Uma verdadeira arquitetura contra a criminalidade e a violência vem sendo concluída na Vila Zumbi dos Palmares, município de Colombo (RMC). Desde 2004 a Companhia de Habitação do Paraná coordena, em parceria com vários órgãos estaduais e prefeitura local, um dos maiores projetos do País de planejamento urbano de uma área de ocupação irregular. “Essa é a nova visão política do Brasil, que envolve todas as companhias de habitação do País de não só desenvolver casas populares para famílias carentes, mas a de criar programas de urbanização em áreas periféricas para acabar com um dos mais graves problemas que assola toda a população brasileira, o tráfico de drogas”, explica o presidente da Cohapar, Rafael Greca. O resultado do trabalho realizado na Vila Zumbi, de acordo com informações do coronel Anselmo de Oliveira, comandante da Polícia Militar do Estado, depois da revitalização e da criação de um novo bairro o índice de criminalidade diminuiu na Vila Zumbi dos Palmares. Em 2006, aconteceram apenas dois homicídios. Em 2007, segundo o coronel, não foi registrado nenhum homicídio. O programa desenvolvido pela Cohapar na Vila Zumbi realocou 289 famílias que viviam em áreas de risco, na beira do rio Palmital ou da BR-116, e hoje moram nos sobrados, e regularizou a situação de outras 1,8 mil famílias que ocupavam a área da Vila Zumbi. Todos receberam infra-estrutura necessária (água, luz e esgoto) e foram incluídos automaticamente nos programas sociais do governo do Paraná: Luz Fraterna e Tarifa Social da Água. O lado oposto do que a falta de um programa de planejamento urbano integrado como o realizado na Vila Zumbi pode ser conferido em algumas regiões de Curitiba, como a Vila das Torres. A região está cercada de bairros que registram altos índices de criminalidade na capital, como Parolin, Cajuru e Uberaba, com média de 10 a 14 homicídios cada, nos três primeiros meses deste ano, de acordo com matéria publicada em um jornal da capital em maio de 2008. Na Vila das Torres, onde a população tem parte do seu território sitiado pelo mercado de drogas, famílias deixam de levar seus filhos para a creche, que está localizada na rua Martins de Abreu, 35, no lado oposto da Vila no qual criminosos criaram uma linha imaginária para a atuação do tráfico. Ainda de acordo com dados revelados pela matéria do jornal, o coronel Roberson Bondaruk, subchefe do Estado-Maior da Polícia Militar do Paraná, não descartou a hipótese de que a “subcultura da favela esteja amedrontando a população. É própria dos bolsões de pobreza em que há comércio ilegal de drogas a imposição de normas de convivência com os criminosos. Nestes casos, a população tende a se retrair e a ação da polícia é dificultada, pois não conseguimos testemunhas”, diz “A nova proposta de planejamento urbano para essas áreas é a de proporcionar, além de uma condição de vida digna, uma arquitetura contra a violência, com ruas abertas e espaços de boa circulação, onde as pessoas possam transitar com segurança e os carros possam circular com fluidez. Quando o bairro está aberto, o tráfico se esconde, se expande, muda de endereço”, garante o presidente da Cohapar. EXEMPLO NACIONAL - Exemplo desta nova visão política urbana do presidente Lula também já está acontecendo numa das maiores e mais violentas favelas do Rio de Janeiro. Intervenções sociais aliadas ao planejamento urbano transformarão a favela do Pavão/Pavãozinho num grande bairro. No discurso que fez durante a cerimônia de assinatura da autorização do início das obras de urbanização integrada da favela, o presidente Lula destacou a importância dessas ações. “As pessoas que não vivem esta realidade não têm a dimensão do que significa isso para quem mora em condições precárias. Elas não têm direito a um nome de rua, não podem comprar pelo crediário, não têm endereço. Quando pensamos no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), resolvemos que era preciso tomar uma medida que pudesse significar levar cidadania plena ao povo brasileiro que mora em situações desfavoráveis, com direito a saúde, segurança, educação e moradia”, disse.

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