Cohapar lança maior programa de habitação indígena do país

A iniciativa do governo em investir em habitação é um grande passo para promover a inclusão social destas comunidades
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02/12/2003 - 00:00
Editoria
O governador Roberto Requião, o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Luiz Claudio Romanelli, representantes da Funai, Funasa e lideranças das comunidades indígenas do Paraná participam, nesta quinta-feira (4), nas aldeias Campina, em Mangueirinha, e Palmeirinha do Iguaçu, em Chopinzinho, no Sudoeste do Estado, do lançamento do programa Casa da Família Indígena. Em Mangueirinha, o governador e o presidente da Cohapar inauguram a primeira casa da etnia kaingang. Em Chopinzinho, será entregue a casa da etnia guarani. No Paraná, vivem 10.825 índios, das etnias kaingang, guarani e xetá, em 17 áreas demarcadas e outras seis ainda a demarcar. Segundo o assessor especial para assuntos indígenas do Governo do Paraná, Edívio Battistelli, o programa Casa da Família Indígena é o maior projeto de habitação indígena em andamento no País. “Este programa é a maior intervenção do poder público para mudar o estado de abandono e favelamento a que foram submetidas as aldeias indígenas do Paraná. Até aqui, faltou coragem para fazer essa intervenção.” Para Battistelli, a iniciativa do governo em investir em habitação é um grande passo para promover a inclusão social destas comunidades. “A habitação é uma forma de proteção e qualifica o processo de interação social. As comunidades tiveram participação direta na definição dos projetos arquitetônicos, o que garante um padrão de traços arquitetônicos da cultura e ao mesmo tempo assegura o acesso a modelos contemporâneos da sociedade”, pondera. Na primeira etapa, a Cohapar, em parceria com os órgãos do governo federal e com as organizações tribais, vai construir 258 casas em nove terras indígenas. Serão construídas 171 moradias para índios da etnia kaingang e 87 para a etnia guarani. No total, o projeto prevê a construção de 1,3 mil casas, beneficiando a metade da população indígena do Paraná e atendendo ao déficit habitacional existente. As casas têm 52 metros quadrados, três quartos, sala, cozinha, banheiro externo, fogo de chão, cobertas com telhas cerâmicas, construídas em alvenaria e madeira e com toda a infra-estrutura necessária. O custo estimado de cada unidade é de R$ 10 mil, e as fontes de recursos são o Tesouro do Estado e da União. Segundo o presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli, os projetos elaborados pela companhia respeitam as especificidades de cada etnia e respeitam a alteridade cultural da sociedade indígena. “Pela primeira vez na história do Paraná, o governo está construindo moradias para os índios considerando a cultura de cada comunidade. Os projetos foram elaborados com participação direta das comunidades e as casas terão os benefícios que os indígenas querem. Os Conselhos Indígenas definiram os locais onde as casas serão construídas, estão selecionando as famílias que serão beneficiadas e acompanham e fiscalizam a execução das obras, além de garantir a participação dos índios na realização das obras”, diz.