O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, se reuniu, segunda-feira (28), com o presidente da Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi), Jacques Pellenz, e com o coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Roberto Baggio, para tratar da ampliação da parceria habitacional entre as instituições e o governo do Paraná. O projeto é construir Vilas Camponesas destinadas aos trabalhadores dos núcleos sociais dos assentamentos de sem-terra do Estado.
“O tema será levado ao governador, e acredito que haverá receptividade por parte de Requião, porque a Cohapar é um instituto de desenvolvimento humano e justiça social, antes de ser um ente econômico voltado para o lucro financeiro”, enfatizou Greca, que já antecipou a disponibilidade da companhia em desenvolver o projeto. Se aprovado, o projeto-piloto será implantado no assentamento Santa Maria, em Paranacity (Noroeste do Estado), onde há 15 anos vivem 22 famílias. A longo prazo, o projeto poderá ser aplicado em todo o Estado, com possível parceria de outras instituições e órgãos de governo.
A estimativa é que existam, atualmente, 20 mil famílias assentadas em 110 municípios paranaenses, e outras 6 mil em acampamentos. “Vamos estudar um projeto de viabilidade para a criação de Vilas Camponesas, destinadas a consolidar os serviços de cidadania nos futuros assentamentos, assegurando a permanência das famílias naqueles locais”, disse Greca.
A proposta é direcionada para os assentamentos em que o título de propriedade das terras já está consolidado. “A intenção é estruturar, no projeto de reforma agrária, infra-estrutura social e cultural, possibilitando que os projetos de assentamento tenham alto índice de desenvolvimento humano, cultural e de convívio social”, explicou Baggio. “Queremos nos tornar parceiros do governo do Paraná e, a partir da realidade do nosso Estado, dar um salto de qualidade, e servir de exemplo para todo o país”, complementou o coordenador estadual do MST.
O projeto pretende contemplar a viabilidade social, econômica e urbanística podendo amenizar e até mesmo solucionar o problema dos sem-terra no Paraná.
PARCERIAS – Além da possível parceria para a criação das Vilas Camponesas, a Cohapar já desenvolve projetos voltados para os pequenos agricultores rurais por meio de convênios com cooperativas agrícolas, como a Cresol (Cooperativa de Crédito Rural dos Pequenos Agricultores e da Reforma Agrária) e a Cooperhaf (Cooperativa de Habitação dos Agricultores Familiares dos três Estados do Sul). Estas parcerias já estão beneficiando 980 famílias.
Para a área rural, 7,2 mil casas serão construídas ainda neste ano. Deste total, três mil já foram autorizadas em assentamentos rurais e para pequenos agricultores, que vai beneficiar cerca de 12 mil pessoas, em cerca de 100 municípios localizados, na maioria, no Centro Expandido do Paraná. As demais devem ser construídas dentro do programa “Casa da Família Rural”, 500 no projeto Pescador Artesanal, 750 no projeto Agricultura Colonial, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Agricultura, 1.750 em assentamentos fundiários, 800 em comunidades quilombolas e 400 direcionadas para famílias indígenas.