A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) entregou nesta quinta-feira (5) mais um conjunto habitacional na região Centro Oeste do Estado, no município de Farol, para famílias de baixa renda. Com 16 casas, o empreendimento que recebeu investimentos de R$ 240 mil, vai beneficiar famílias que ocupavam a única favela da cidade. Distante 30 quilômetros de Campo Mourão, Farol possui 3,4 mil habitantes.
Participaram da entrega das chaves a prefeita Dina Cardoso, a gerente da Caixa Econômica Federal de Campo Mourão, Célia Furlanetto, o gerente do escritório regional da Cohapar de Campo Mourão, Paulo Sovinski, que representou o presidente da companhia, Rafael Greca.
Mesmo sem poder comparecer ao evento, Rafael Greca enalteceu o esforço da prefeita Dina. “É muito difícil a realidade de uma cidade, se os prefeitos não têm preocupação com habitação popular e a dedicação e esforço da prefeita Dina acabou com a única favela desta pequena cidade. Com isso, continuamos a bela história de desenvolvimento habitacional no nosso Estado, em cidades pequenas em favor dos mais pobres”, concluiu.
Para a prefeita de Farol, essa foi a obra mais importante realizada no município. “Esse é um momento de grande alegria porque estamos resgatando a vida dessas pessoas - daí o nome do conjunto, “Vida Nova”. Uma vida nova para homenagear essas famílias que estão saindo de uma situação desumana para iniciar uma nova fase em suas vidas deixando para trás todo sofrimento que já passaram”, destacou.
As casas são de 40 metros quadrados, totalmente em alvenaria, com telhas de cerâmica, dois quartos, sala, cozinha com pia, banheiro com louças sanitárias e chuveiro, lavanderia com tanque e uma pequena varanda. As moradias foram construídas com subsídios do governo federal e estadual. A prefeitura doou o terreno e foi responsável pela infraestrutura da área. Os novos mutuários pagarão em média R$ 50 por mês durante seis anos.
De acordo com o gerente da Cohapar de Campo Mourão, Paulo Sovinski, cada obra concluída e entregue é um momento de satisfação e sentimento do dever cumprido. “Ao retirar as famílias dessa situação degradante da única favela que havia na cidade estamos corrigindo e eliminando mais uma situação de injustiça social”, destacou.
Nova Vida – Além de ser o nome do conjunto é também o sentimento expressado pelo casal José Antonio da Silva, 46 anos, e sua esposa Orlandina Pereira de Souza, 36. O casal tem sete filhos. O barraco onde moram possui várias escoras para segurar a pequena construção de tábuas. O local não tem luz nem forro. “Quando vem aqueles temporais, não dá para ficar dentro de casa”, conta José, que já levou para a nova casa várias mudas de flores e grama para fazer um jardim. “Também já afofei a terra para colocar adubo e plantar uma horta”.
Mesmo aos 72 anos, José Felix dos Santos disse que ainda tinha esperança de terminar seus dias na sua casa própria. Viúvo duas vezes e com 10 filhos, ele vive sozinho numa pequena casa, sem água e luz. Ele mantém alguns tijolos com uma tampa de ferro, onde improvisa um fogãozinho. “No calor não dá para cozinhar de dia aqui dentro. Só posso fazer alguma coisa à noite”, conta ele. “Eu tinha o sonho de um dia ir para uma casinha de verdade. A essa altura da vida estou conseguindo realizar esse desejo que já estava adormecido. As vezes tenho a impressão que estou vivendo um sonho”.