O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, entregou na terça-feira (11), em Irati (Sul do Paraná), 92 chaves do conjunto residencial Vereador João Vieira da Rosa. “É uma grande alegria entregar a cada família a chave das suas casas. E nesta véspera de Páscoa, que significa a passagem para a luz, só posso desejar que a partir de agora iniciem uma nova vida, iluminada, com muita paz e felicidade”, disse Greca aos novos mutuários. A Cohapar investiu R$ 1,1 milhão na construção do conjunto residencial.
As 92 unidades habitacionais são destinadas a famílias com renda de até um salário mínimo mensal. A construção é uma parceria entre a Caixa Econômica Federal, Governo do Estado, Copel, Sanepar e prefeitura, que doou o terreno. As moradias têm 40 metros quadrados e são construídas totalmente em alvenaria, com forro, telhas cerâmica, dois quartos, sala, cozinha e banheiro.
Cada casa, custa em média R$ 15 mil. Os mutuários pagarão prestações que variam entre R$ 77 e R$ 96, de acordo com a renda familiar, em 72 parcelas mensais. Os moradores já estão incluídos nos programas sociais Luz Fraterna da Copel e Tarifa Social da Sanepar.
“A felicidade do povo nasce da virtude dos governantes”, disse Greca. “Temos visto por todo o Paraná situações dramáticas, de pessoas que vivem de forma extremamente desumana. É para essas pessoas que o governador Requião e o presidente Lula vêm trabalhando. Essas casas representam a virtude dos nossos governantes em transformar a vida de cada um, proporcionando a dignidade e a cidadania para milhares de famílias. Por isso cuidem de suas casas, pois cuidar delas é cuidar de vocês mesmos”, afirmou.
Para o prefeito de Irati, Sérgio Luiz Stoklos, o momento da entrega das casas é uma oportunidade de comemorar. “Temos muita alegria em fazer parte desta hora inesquecível para a vida dessas famílias e saber que nossa luta não é em vão. Agora esse conjunto é a nova comunidade que vocês passam a formar. Somos agradecidos ao governador Requião, que tem sido um grande companheiro não apenas de Irati, mas de todo o Paraná. Suas obras estão em cada canto deste Estado”, comentou, ao anunciar que já está na Caixa Econômica Federal um projeto para a construção de mais 433 moradias.
A vice-prefeita Marisa Massa Lucas, que nesta terça-feira (11) assumiu interinamente a prefeitura, em razão do licenciamento do prefeito, ressaltou o momento da realização do sonho da casa própria. “Ao participarmos deste momento, nos sentimos gratificados, pois sabemos que aqui começa uma nova história na vida de cada família”, disse.
A gerente da Caixa Econômica Federal, Rosangela Tavares Back, da agência de Irati, elogiou a parceria entre os governos federal, estadual e municipal para tornar possível a concretização do sonho da casa própria. “Sem essa parceria não seria possível fazermos o trabalho que vem sendo realizado em todo o Paraná, beneficiando milhares de famílias. Num momento como este, constatamos a emoção que um pai e uma mãe sentem ao ter a oportunidade de oferecer à sua família um lar, um teto seguro com conforto”, afirmou.
Santina da Conceição, 35 anos, é viúva há cinco anos. Com quatro filhos de 15, 10, 7 e 3 anos, ela sustenta todos com a pensão que recebe do falecido e o Bolsa Família do Governo Federal. A casa onde vivia é de madeira velha, o forro está caindo e as divisórias mal feitas não oferecem segurança. A casa não tem água nem luz. “Tinha que pegar água na casa da minha mãe e trazer de balde para cozinhar, usar no banheiro e na limpeza. A roupa eu tinho que lavar na casa da minha mãe. A luz era na vela”, conta.
“Nunca tive uma casa minha. Sempre paguei aluguel. Meu marido, apesar de ter sido servente, só construía para os outros. Estou muito feliz em ter meu canto e poder criar meus filhos num lugar limpo e seguro. Fico fazendo planos de arrumar um jardim e criar uma horta. Não vejo a hora de colocar minha mudança lá. Sei que vou encostar a cabeça no travesseiro e dormir sossegada porque ninguém vai me tirar de lá”, disse.
Dilmara Aparecida dos Santos Venâncio, 29 anos, é separada e vive com dois filhos de 12 e 10 anos de idade, já que a filha mais velha (14) fugiu de casa aos 12 para casar. Ela trabalhava como doméstica, sem registro em carteira, até que foi dispensada. Foi trabalhar de bóia-fria para sobreviver e recebia R$ 120 por mês. “Quando a safra acabou, fiquei desempregada. Estou com todas as contas atrasadas, não tenho como pagar o aluguel de R$ 60, mais R$ 37,00 de luz e R$ 32,00 de água”, afirma. Para a comida, ela conta que depende da ajuda de vizinhos. A casa onde vive está totalmente deteriorada, é úmida, sem ventilação e com paredes em reboco mal acabado. “Nem acredito que vou para uma casa de verdade e ainda por cima, minha. Aqui nem consigo emprego. Quando as pessoas ficam sabendo onde moro, evitam dar emprego. Sei que minha vida vai mudar depois que for para a casa nova”, diz.