Cohapar entrega mais 104 casas e quer chegar a 27 mil ainda em 2008


Nesta quinta-feira (19), o presidente da empresa, Rafael Greca entregou as chaves de moradias em dois empreendimentos, um em Andirá e outro em Sertaneja
Publicação
20/06/2008 - 16:00
Editoria
A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) está se preparando para concluir mais de 12 mil casas até o final deste ano, podendo atingir as 27 mil, dependendo da disponibilização de terrenos pelos prefeitos, de acordo com o presidente da empresa, Rafael Greca. Nesta quinta-feira (19), ele entregou as chaves de mais 104 unidades habitacionais em dois empreendimentos, nas cidades de Andirá e Sertaneja, no Norte Pioneiro. Em Andirá, no distrito de Nossa Senhora Aparecida, 41 famílias de baixa renda foram contempladas com as novas moradias do Residencial Andirá, pelo PSH (Programa de Subsídio a Habitação). “Essas são casas feitas só pelo governo do Paraná. São financiadas junto ao Governo Federal, através do Minisério das Cidades”, explicou Greca. O presidente da Cohapar disse ainda que essas “são casas muito baratas na prestação. As famílias desse conjunto vão pagar entre R$ 49,00 e R$ 75,00. Isso é menos do que um aluguel e menos do que morar de favor. É sempre uma grande alegria o momento da entrega das chaves, porque quando a casa fica pronta, tem que receber a família que a sonhou. Porque nós somos feitos da mesma matéria dos nossos sonhos. Na vida, as coisas ou são sono ou são sonho. Quando é sono, a gente dorme e perde tempo, mas quando é sonho, a gente cria, trabalha, imagina, constrói e entra na casa e vai ser feliz”. As moradias do conjunto tiveram um investimento de quase R$ 550 mil. Custam em média R$ 14 mil. Possuem 40 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha com pia de louça, banheiro com chuveiro e louça sanitária, uma lavanderia com tanque e uma pequena varanda. São construídas em alvenaria, forradas e com telhas de cerâmica. O prefeito de Andirá, Alarico Abib, comentou que o município tem uma demanda muito grande de casas porque foram muitos anos sem investimento em habitação. “Mas estamos lutando para vencer esse déficit e proporcionar cada vez mais uma melhor qualidade de vida para nossa população. As casas que estamos entregando nessa etapa são para famílias de baixa renda, que na sua grande maioria vivem do campo, como bóia-frias. É uma gente simples e trabalhadora que merece um teto com dignidade, segurança e conforto”. Ele garante que sem as parcerias com o governo Estadual e Federal, não teríamos condições para fazer tanta coisa. “Só o governo Requião já investiu na nossa cidade mais de R$ 15 milhões em obras que geraram empregos e melhoraram a vida de muitas famílias. Nunca houve tanto investimento em nosso município como nos últimos anos”. salientou Abib também elogiou Greca, ao ressaltar que a Cohapar tem à sua frente uma grande personalidade e sempre admirou seu trabalho e sua capacidade, simplicidade e sensibilidade. “Ele possui um estilo totalmente diferenciado e reconhecido nacionalmente pela sua inteligência e cultura mas que se identifica com o jeito simples de nosso povo”. Junto com as chaves, cada mutuário recebe um cofrinho para moedas, feito de barro no formato de uma casa, uma carta com as orientações sobre as formas de pagamento das prestações, e uma cartilha que oferece as instruções de uma casa saudável, com sugestões de manutenção, limpeza, jardinagem e economia doméstica. Vida nova O casal Reginaldo Luiz dos Santos, 31 anos, e Arlete Aparecida Lau dos Santos (25), moram num sítio, próximo do distrito. Estão casados há sete anos. Desde então vivem numa casa de duas peças, dividida por cortinas, no terreno da mãe dele. A água e a luz são compartilhadas e pagas pelas duas famílias. Reginaldo trabalha no corte de cana. “Quando a safra é boa, chegamos a trabalhar durante seis meses”. No restante do ano trabalha no que aparecer, geralmente no corte da banana ou plantio da cana. O salário não é fixo e gira em torno de R$ 400,00 por mês. “Estamos muito felizes em ter nossa casa própria. Todo pai deseja dar segurança, conforto e comodidade para sua família. Com a nova casa, já podemos até pensar em aumentar a família”. A situação de Mônica Marucheli é bem mais difícil. Sem ter onde morar nem como pagar aluguel, ela e o marido foram viver de favor na casa de um membro da sua igreja que cedeu o lugar para morarem, há três anos. Hoje desempregada, com dois filhos (2 e 3 anos) para criar ela vive uma situação dramática. “Há três meses, cheguei do trabalho de colheita de café, meu marido havia ido embora. Não sei para onde foi e nunca mais tive notícias. Fiquei com as crianças e agora estou desempregada, o trabalho é temporário. Já cortaram a água e a luz. Não sei mais o que fazer”. O local onde mora com os filhos, possui duas peças. As janelas estão quebradas e a única porta foi arrancada. Mônica praticamente não tem mobília nem louças ou panelas. A geladeira sem uso, por falta de energia, está vazia. No único quarto, com uma cama de casal ela dorme com as crianças. “Tenho sobrevivido com a ajuda da minha mãe. Não posso ir morar com ela porque lá já vivem oito famílias e não tem lugar. Essa casa foi uma benção de Deus. Veio no momento que o desespero tomou conta. Parece um sonho e não quero acordar. Quero agora olhar para frente, e começar uma nova vida”.

GALERIA DE IMAGENS