Com a entrega das 15 novas moradias feitas nesta quinta-feira (13), pelo presidente da Cohapar, Rafael Greca, na cidade de Bom Sucesso, região do Vale do Ivaí, a Cohapar já construiu 58 unidades habitacionais para famílias de baixa renda do município. Outras 40 casas estão em construção, pelo sistema de hipoteca, ao lado das que já foram entregues, em 2007. Só em Bom Sucesso, os investimentos em habitação já chegam a mais de R$ 1,6 milhão.
Para o presidente da Cohapar, a cidade de Bom Sucesso que é voltada aos trabalhadores das usinas de cana de açúcar do Vale do Ivaí, recebe um grande investimento para habitação popular. “A proporção do tamanho da cidade é inversa a alegria das pessoas, com a justiça social que aqui está se consumando”, disse Greca.
Ele destacou ainda que a conquista da casa própria é sinônimo de liberdade. “Quando adquirimos uma casa somos mais livres, porque nos livramos do aluguel, do morar de favor, do viver em condições que não desejamos. Cada conjunto habitacional que tiramos do papel é a liberdade que estamos entregando às famílias que viviam prisioneiras dessas situações”.
Greca disse aos novos mutuários que essa é a missão da Cohapar porque toda família merece a sua casa de família. “É isso que está acontecendo aqui em Bom Sucesso, neste dia. Vocês estão entrando nas casas das suas famílias”, frisou.
O prefeito José Edílson Vanzella agradeceu o governador Requião que, através da Cohapar, vem realizando sonhos, resgatando a dignidade e promovendo a inclusão social de milhares de famílias em todo o Estado. “Hoje, ao entregarmos essas chaves, estamos oferecendo a essas famílias que tanto precisam, a oportunidade de uma qualidade de vida melhor”, disse.
Além de Bom Sucesso, a Cohapar ainda tem no Vale do Ivaí, canteiros de obras nos municípios de Cruzmaltina, (31-hipoteca), Grandes Rios (26 caução), Lidianópolis (24 de hipoteca e 48 de caução), Lunardelli (44 caução), Marumbi (73 caução) Mauá da Serra (39 hipoteca), São João do Ivaí (37 hipoteca e 45 caução). Ao todo, esses empreendimentos somam investimentos de mais de R$ 6,1 milhões.
Vida nova – é assim que está se sentindo a trabalhadora rural Maria Cristina Dionísio, 35 anos. Ela é casada com Marcos André Balestra, 31, que também trabalha no meio rural. Casados há 14 anos e com 4 filhos (14, 12, 11 e 7 anos), eles vivem num barraco de uma única peça, construído apenas com tijolos, sem reboco ou qualquer acabamento, sem forro e totalmente vulnerável. Por esse barraco, eles pagam R$ 100 de aluguel, mais aproximadamente R$ 150 de água e luz. “Se não fosse a ajuda do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que a gente recebe por conta do filho deficiente de 11 anos, acho que não sobraria nem para comer”, comenta Cristina.
“Por isso não tenho palavras para agradecer essa oportunidade que eu e minha família estamos tendo. Sempre tive um grande desejo na vida. Um dia ter minha casa. Só quem passa por uma situação como esta, consegue compreender o que a gente sente nesse momento”, desabafa Cristina ao contar dos planos para a nova vida. “Vamos pagar uma prestação de R$ 52 e entrar no programa da Luz e da Água. Com essa economia quero melhorar ainda mais nossa casa. Já fiz uma horta no terreno e depois da mudança vou fazer o jardim e também quero começar a comprar uns móveis que ainda não foi possível ter. É uma vida nova que vai começar a partir de agora”.
A situação de Antonia Cícera Luiz, 36 anos) não é muito diferente. Ela é varredora de rua (margarida), casada com o cortador de cana José Aparecido de Oliveira, 37, com quem teve seis filhos (15, 13, 10, 9, 7 e 5 anos). Todos dividem num cômodo alugado por R$ 100, sem janela, úmido, frio, com apenas duas camas. O banheiro, sem chuveiro, fica no lado de fora. Eles também recebem o auxílio do Bolsa Família.
“Eu sempre tive o sonho de ter uma casinha nossa. O dia que fiquei sabendo que tinha sido escolhida para uma das 15 que iam construir, foi o dia mais emocionante da minha vida. Naquele dia eu pensei, agora vou ter meu endereço, vou ter gosto para arrumar minha casa, tanto que já plantei uma porção de mudas de flores para levar para lá e fazer um lindo jardim. Quero ver tudo florido, porque adoro flores. Com esse sonho realizado, agora vou ter outros como, comprar móveis, ampliar para que meus filhos possam ter um quartinho melhor e fazer um muro. Com a economia, já que vamos pagar R$ 50 por mês de prestação, mais as dos programas da Água e da Luz, aos poucos vamos melhorando a nossa casa. A nossa casa”, suspirou Antonia.