Cohapar entrega casas para pequenos produtores da região Norte do Estado


São 149 novas moradias, além de outras dez unidades para pequenos proprietários rurais do município de Nova Esperança. O investimento é de R$ 164 mil.
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23/04/2008 - 10:20
Editoria
A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) entregou, na última sexta-feira (17), 149 casas para famílias de baixa renda no Norte e Noroeste do Estado. Também foram entregues novas moradias para outros 10 pequenos proprietários rurais do município de Nova Esperança. O investimento é de cerca de R$ 164 mil. O presidente da Cohapar, Rafael Greca, reforçou que as casas do programa Casa da Família Rural são resultado da somatória de esforços do presidente Lula e do governador Roberto Requião, que entendem que a solução do Brasil está no campo. “Hoje vemos uma vontade política para transformar o país, por meio de um programa de habitação rural para as famílias dos pequenos proprietários, evitando, assim, o êxodo para as favelas dos grandes centros urbanos”, afirmou. De acordo com Greca, só na área rural estão previstas 7,2 mil novas unidades este ano. Deste total, três mil estão autorizadas para o programa Casa da Família Rural, e mais 2,5 mil estão em projetos para o mesmo programa, de pequenos proprietários da agricultura familiar. O projeto Pescador Artesanal receberá 500 moradias, 800 irão para os quilombolas e 400 para o programa Casa da Família Indígena. Para a prefeita de nova Esperança, Maly Benatti, “o projeto Casa da Família Rural vem proporcionando aos pequenos agricultores uma vida mais digna. Temos de investir na área habitacional do campo e da cidade. Nosso município está crescendo rapidamente, graças aos investimentos no setor produtivo, e a agricultura vem fortalecendo nossa economia. Ao consolidar uma qualidade de vida melhor na zona rural estamos promovendo a permanência das famílias no campo”, afirmou. Vida nova - O pequeno agricultor Cláudio Gauna Finco, 36 anos, foi um dos que entraram para o programa. Ele concorda com a prefeita sobre as novas condições de vida. “Aos 18 anos deixei o campo e fui trabalhar na cidade. Lá permaneci por nove anos. Fiquei desempregado e voltei para a roça”, conta. Hoje, Cláudio está casado e tem um casal de filhos. O casal trabalha nas terras do pai dele e também cuida da pequena propriedade que possui, além de criar o bicho da seda. A casa onde moram está no sítio do pai. “É um rancho de madeira, pequeno, sem forro, que construímos para ter um lugar para ficar”, explica Cláudio. Segundo o agricultor, “esse programa foi a melhor coisa que podia nos acontecer. A gente sempre sonha em ter um aconchego quando retorna do trabalho. Com a nossa renda, jamais teríamos condições de ter uma casa desta. O governo está de parabéns em proporcionar uma oportunidade desta para tantas famílias do campo. Se o programa existisse há mais tempo, muita gente não teria saído do campo”, avaliou. Nascidos e criados na roça, Luiz Mascotti, 59 anos, e a esposa Antonia Bagon Mascotti, 58, estão casados há 38 anos. Foi também na roça que criaram seus sete filhos. “Hoje restam apenas dois em casa, os outros foram morar na cidade”, conta Luiz. Na casa onde moram, de madeira muito antiga, sem forro e com muitas frestas e buracos deixados pelos cupins, Antonia reclama das goteiras, quando chove, e do frio que passa pela falta de forro e dos buracos. “Mas a gente nunca teve condições de arrumar. Sempre tive vontade de ter uma casinha melhor, mas o que ganhamos não permitia”, contou. No sítio de cinco alqueires, a família Mascotti trabalha na produção do bicho da seda. Mesmo com problemas sérios de coluna, que o impedem de carregar peso, Luiz nunca deixa de trabalhar. “Levantamos às 4 horas, tomamos café e vamos tratar dos bichos. Quando clareia o dia, eu e a mulher vamos cortar amoras para alimentar as lagartas. Isso acontece duas vezes por dia, quando colhemos cerca de 2,4 mil quilos de amora”, explica. De acordo com ele a produção gera aproximadamente R$ 1.000 por mês, porém tem a duração de oito meses. “Esse programa foi a melhor coisa que podia nos acontecer. Se não fosse o governo, jamais poderíamos ter uma casa como esta”, diz Luiz.