A Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) entregou nesta sexta-feira (18) mais um conjunto residencial na cidade de Paranapoema, região Norte do Estado. A área para a construção das 50 casas foi doada pelo fazendeiro Eduardo Reigota Cabral, nome dado ao núcleo habitacional pela Câmara de Vereadores.
Desse total, 32 unidades são da modalidade caução, para famílias com renda de até um salário mínimo. As outras 18 moradias pertencem ao sistema de hipoteca, financiado pela Caixa Econômica Federal para quem ganha entre três e cinco salários mínimos mensais. Essas casas estão em fase final de conclusão e receberam investimentos de mais de R$ 320 mil. Em breve também serão entregues.
“Essa foi uma atitude de responsabilidade social”, disse o presidente da Cohapar, Rafael Greca, ao comentar a atitude do fazendeiro. Em sua opinião, outros fazendeiros deveriam seguir o exemplo e ajudar os que mais precisam, assim como vem fazendo o governador Roberto Requião. “Esse pedacinho de terra que ele doou, vai dar uma vida mais digna a muitas famílias que ganham o pão de cada dia no suor do campo, e com certeza não fará falta a ele. É uma demonstração de solidariedade e espírito humanitário”, destacou.
Durante a entrega das chaves a prefeita de Paranapoema, Neusa dos Santos Carvalho, afirmou que a entrega das casas é “o resultado de uma luta que começou por causa de vocês. Foi graças a compreensão do governador Roberto Requião, que tem uma política voltada aos que mais humildes que hoje estamos aqui comemorando e realizando o sonho de cada um”.
O presidente da Câmara, Jocelino da Costa, ressaltou o momento como sendo um dos mais importantes para cada família. “Esse é um momento de agradecer e comemorar porque essa conquista dependeu do envolvimento de cada um de nós”. Já o gerente regional de Negócios da Caixa Econômica Federal de Maringá, Hélio Mantovani, destacou a parceria que o banco mantém com o Governo do Estado e a prefeitura.
“Esse é um exemplo de excelentes resultados. Ao entregarmos uma obra como esta, sentimos que estamos realizando não apenas o sonho de cada um, mas é também parte da nossa missão que está sendo entregue aqui”, frisou.
O filho do deputado Nereu Moura, Rafael Moura, que participou do evento representando o pai destacou a moradia como direito constitucional do cidadão brasileiro. “Mas aqui no Paraná isso só está sendo possível graças a vontade e determinação do governador Roberto Requião em realizar uma política com os olhos voltados aos que mais precisam. Por isso, hoje vocês podem dizer eu tenho minha casa”.
Mudando a vida – Há seis anos vinda da Bahia, onde trabalhava na roça, Marli de Souza Silva, 39 anos, criou seus nove filhos com muita dificuldade. Separada e sozinha, ela conta que, apesar de ter passado por muitas humilhações, jamais perdeu a esperança. “Dos doze filhos que tive, três morreram. Eles nasceram em casa, com parteira. Mas consegui forças para criar nove”. Desses, quatro estão casados e cinco moram com ela.
Marli foi diarista e doméstica e, agora, se prepara para voltar para o campo para trabalhar no corte de cana. Apesar do jeito alegre, os olhos enchem de tristeza quando mostra o armário praticamente sem comida. “O que tenho aqui, foi minha filha casada que ganhou e dividiu comigo, para dar de comer aos irmãos”.
Marli paga R$ 50,00 de aluguel, numa casa de madeira muito velha, cheia de remendos, sem forro e divisórias, e com muito cupim. O banheiro não tem chuveiro de água quente e o piso todo danificado, mistura partes de cimento e chão batido.
Quando soube que havia sido selecionada para receber uma das casas do novo conjunto, que fica próximo de onde vive, ela chorou. “Consegui meu pé de pau” - expressão baiana pra dizer meu canto, minha casa. “Desde então, não saio da obra. Vou todo dia olhar minha casa. Fico carpindo para não deixar o mato crescer, já comecei a plantar um jardim. Adoro rosas. Minha vida começou a mudar no dia que soube que ia receber uma casa. Que Deus abençoe esse governador”, disse.
Outra família que estava feliz com a conquista da casa própria era a de Rosinéia Feitosa e sua irmã Rosilene Feitosa dos Santos Filho. As duas vivem uma situação semelhante e foram selecionadas para receberem as casas. A primeira tem 28 anos, é casada com Antonio Valdeir Costa, 37, trabalhador rural desde os 12 anos. Ela é lavadeira. O casal, que tem duas filhas, paga R$ 80,00 por mês de aluguel numa casa de madeira com muitas frestas, sem forro. O banheiro fica para fora e o chuveiro é frio.
As duas irmãs se emocionam ao falar da alegria de serem selecionadas para as novas casas. Rosinéia diz que nunca teve nada tão lindo assim. Nunca viveu numa casa tão bonita e com tanto conforto. “As meninas vão ter um quartinho só pra elas. O melhor de tudo é que as prestações vão ser menor que o aluguel e ainda tem a vantagem dos programas da água e da luz que o governo faz. É muita coisa boa”.
“Com a economia que vamos fazer, vai dar para melhorar nossas coisas, alimentar melhor, comprar roupas para as crianças”, comemora Rosilene. O marido de Rosinéia, Antonio, diz que “esse é um sonho que todo pai de família tem. Ter a oportunidade de viver um momento como este, e poder dar à sua família um teto seguro e confortável”.