Cohapar entrega casas e reduz déficit habitacional em município do Sudoeste

Três Barras do Paraná recebeu 62 unidades e Missal, no Oeste, 25 casas financiadas na modalidade caução
Publicação
18/05/2008 - 12:41
Editoria
A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) praticamente zerou a demanda por habitações populares em Três Barras do Paraná, Sudoeste do Paraná. No fim da semana passada, foram entregues as chaves de 62 unidades habitacionais, da modalidade caução. Também, no Distrito de Ocoi, município de Missal (Oeste do Estado), outras 25 unidades também da modalidade caução foram entregues. Os dois empreendimentos tiveram investimento de aproximadamente R$ 1,2 milhão. O presidente da Cohapar, Rafael Greca, não pôde comparecer ao evento, mas mandou nota cumprimentando as famílias selecionadas. “Esse é o rosto social do governo no interior. A Cohapar é um instituto do desenvolvimento humano e, como tal, não possui um lucro contábil. Nosso lucro é esse que está aí. É o lucro social, o resgate da cidadania e da dignidade das famílias brasileiras no Paraná”, diz na nota. As casas do sistema caução custam em média R$ 14 mil e são subsidiadas pelos governos federal e estadual, por meio da Cohapar. Nesse valor não é considerado o custo da mão-de-obra, os serviços da Copel e Sanepar com as redes de água e luz e o terreno, que é doado pela prefeitura com toda infra-estrutura. No final, o valor de cada moradia chega perto de R$ 30 mil. MUDANÇA – Durante a entrega das chaves, o prefeito de Três Barras do Paraná, Valdir Martinazzo, lembrou do primeiro conjunto construído pela Cohapar, em 1985. “Era um conjunto como este, construído para pessoas carentes. Hoje podemos ver a diferença na vida daquelas pessoas. O mesmo vai acontecer aqui, onde um novo bairro está se criando”, declarou. O município possui população de 11.600 pessoas. Desse total, 60% vivem no campo, produzindo culturas diversificadas e o segundo maior rebanho da região. De acordo com o prefeito, são necessárias mais 30 casas para que o município acabe com o déficit habitacional. “Isso é um privilégio para nossa cidade”, disse Martinazzo. Para o presidente da Câmara, vereador João Batista de Souza, o momento de entregar a chave para os novos moradores é de muita emoção. “Sabemos que todo cidadão sonha com um momento como este. Ter a casa própria é dar à família segurança e estabilidade”. O gerente regional de Negócios da Caixa Econômica Federal de Cascavel, Wlademir Roberto dos Santos, ressaltou a importância da parceria com a Cohapar e a prefeitura. “Só neste ano, já foram assinado mais de 1.200 contratos, beneficiando perto de 5 mil pessoas. Isso só está sendo possível graças à parceria que temos com o governo do Estado, através da Cohapar e a prefeitura”. “Estamos realizando o sonho de vários pais e mães”, destacou a gerente do escritório regional da Cohapar em Cascavel, Iolete Nishimura, que representou o presidente Rafael Greca na entrega das chaves. “O governador Roberto Requião, tem se esforçado muito, buscando recursos de todas as maneiras para atender a população do Paraná e melhorar a qualidade de vida das pessoas. A habitação é mais que uma obra de engenharia. É bem estar, direito a cidadania. É o direito de abrigar a própria família, de declarar seu endereço, é ter acesso a água, luz e saneamento. É resgate da auto-estima e desenvolvimento social”, afirmou Iolete. O deputado estadual Nereu Moura criticou aqueles que irresponsavelmente, vendem a casa. “É muito doloroso para nós, que lutamos por um momento como este, saber que alguém vendeu a casa”. SEGURANÇA – O trabalhador rural Aparecido Silva, 41 anos, casado com Lourdes Braz da Silva, 33, vivia em um barraco de madeira cheio de buracos e frestas nas paredes, com mais quatro filhos (13, 12, 6 e 5 anos). A moradia não tinha divisão. No quarto improvisado, dormiam na mesma cama, o casal e os filhos menores, e uma cama de solteiro era compartilhada entre os irmãos mais velhos. O assoalho da casa não resistia mais, e estava todo remendado. “Outro dia quase quebrei a perna”, afirmou Aparecido, ao contar que o assoalho afundou quando estava passando. O casal vive da renda obtida por Aparecido, que trabalha na limpeza de pasto para animais. Ele ganha, em média, R$ 50,00 por mês e mais o Bolsa Família, de R$ 112,00. Os filhos maiores estudam. “A gente não quer que eles tenham o mesmo destino que nós”, disse o pai. A mãe Lourdes, grávida de oito meses, fala das dificuldades que a família vive. “As roupas a gente ganha e para comer é só arroz e feijão. Tenho esperança que nossa vida vai mudar com a nova casa”, comentou, animada Lourdes. O casal ainda paga aluguel de R$ 30,00 mais R$ 15,00 de água e R$ 25,00 de luz. “Nem geladeira a gente tem e o banho é frio”, contou Lourdes. A família vai mudar para a casa nova e será incluída nos programas Luz Fraterna e Tarifa Social da Água. “Nunca teria condições de ter uma casa assim, não fosse essa ajuda do governo e da prefeitura. Quando estavam construindo as casas sempre ia vê-las. Não vejo a hora de mudar e dar mais segurança e conforto para a família”, diz Aparecido. Para a doméstica Edinéia Ribeiro, 24 anos, a casa é a realização de um sonho. “Moro de favor nos fundos do quintal da minha sogra. Mas agora vou finalmente ter a minha casa”, garante ela. Casada com Sandro Gonzaga Maciel (25), que trabalha por dia no corte de lenha, e com uma filha de 1,5 anos, a renda mensal do casal não ultrapassa R$ 450,00. A casa onde moram, é cuidada com muito capricho por Edinéia, apesar de ser de madeira, sem forro, e com apenas duas peças. A cozinha e o quarto que é divido com uma estante. A moradia não tem água encanada. “Eu uso o banheiro e a água da casa da minha sogra. Aqui, por mais que eu cuide, nada pára limpo. Tem muita fresta nas paredes, entra muita sujeira”, reclama Edinéia. “Nem acredito que vou ter minha casa, meu canto, um quartinho para o bebê e um banheiro. Esse foi o melhor presente que já tive, a melhor coisa que já me acontece em toda minha vida. Vamos começar uma nova fase na nossa vida”. BOX – Em Missal mais 25 casas são entregues pela Cohapar Com investimentos de quase R$ 300 mil, a Cohapar entregou no Distrito de Ocoi, em Missal, as chaves do residencial Portão do Ocoi na modalidade caução, para famílias de baixa renda. As casas são subsidiadas pelo governo federal, por intermédio da Caixa Econômica, e Estadual, através da Cohapar. A parceria conta ainda com a prefeitura, responsável pela doação do terreno e infra-estrutura. São moradias com 40 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha com pia, banheiro com louça sanitária e chuveiro, lavanderia com tanque e varanda. Durante a entrega, o prefeito Plínio Stuani ressaltou que essa parceria foi fundamental para a concretização do sonho de muitas famílias. “Agora, cabe a cada família cuidar bem de sua casa” disse. Segundo o gerente regional de Negócios da Caixa Econômica Federal, Wlademir Roberto dos Santos, “esse foi o município que mais fez casas entre os 110 atendidos por nós. O diretor financeiro da Ferroeste, Ademir Bier, cumprimentou as famílias e afirmou que “mesma alegria que cada pai e mãe estão tendo nesse momento é a mesma do governo, pois cada obra que é concluída tem a vontade do governador Requião em melhorar a vida dos paranaenses”. Para o supervisor de obras da Cohapar de Cascavel, Júlio Morandi, cada entrega de chaves é sempre uma emoção. “Esse é sempre um momento muito especial para todos nós”. O prefeito Plínio Stuani, fez uma homenagem ao presidente da Cohapar, Rafael Greca, convidando todos os presente para participarem do plantio de uma árvore numa das casas. “Essa árvore era para eu e o Greca plantarmos, como ele não pôde vir, nós fazemos o plantio em homenagem a ele”. A árvore escolhida é chamada de Alfineiro e faz muita sombra. É a que mais absorve gás carbônico e mais libera oxigênio. VIDA – “Há dias estou arrumando a mudança e não vejo a hora de ir para nova casa”, disse Rosalina Padilha, 40 anos. Ela é diarista, casada com Carlinhos Padilha, 38 anos. O casal tem quatro filhos (16, 14, 12 e 11 anos). A casa onde vivem é na beira da Estrada Medianeira, em terreno que pertence à rodovia, é de madeira, sem forro e sem divisórias. Um guarda-roupa separa o quarto do casal e dos filhos. Eles vivem da renda de R$ 350,00 que Carlinhos ganha e mais R$ 200,00 que ela recebe dos trabalhos como diarista. “Moro aqui há oito anos, já morei até em barracos de lona muito piores do que esta casa. Não consigo acreditar que vamos ter uma casa decente de verdade. É uma felicidade tão grande que só a gente que vive numa situação difícil pode entender. Quero fazer uma horta e um jardim com muitas flores na casa nova”, relatou Rosalina. O casal Jairo Olenik Estol, 29 anos, e Sueli Rodrigues Estol, 31, tem um casal de filhos. Ela está grávida de seis meses e trabalha como agente de saúde. Ele tem emprego numa estofaria e, nos finais de semana, aumenta a renda com cortes de cabelo, num salão improvisado na varanda da casa. Os dois recebem salário mínimo e pagam aluguel numa casa que, apesar de ser de alvenaria, é bastante precária. Não tem forro e o teto da cozinha está caindo. “Chove muito aqui dentro e no inverno é muito fria e unida”, reclamou Sueli. “Se fosse para construir uma casa, não teria condições. Esse programa do governo veio ajudar muitas famílias como a nossa. Sempre tive o sonho de dar a minha família um lugar seguro e adequado. Agora vou poder fazer isso. O nosso bebê já vai nascer na casa nova”, diz Jairo.

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