Casas com novo modelo arquitetônico foram entregues pelo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, neste fim de semana, na cidade de Cruz Machado na região Sul do Estado. As 21 unidades do Conjunto Macieiras III, seguem um estilo de telhados utilizados pelos poloneses, no Brasil. “As casas têm o novo modelo que eu defini, quando entrei na Cohapar. São casas de polaco, com telhado de polaco, com uma quebradinha como nossos avós poloneses, ucranianos, italianos e alemães, sabiam fazer para ficar esperando a geada e a neve. É um modelo ornou na paisagem da cidade, tipicamente de cultura polonesa”, comentou Greca. As casas foram construídas pela Cohapar e parcialmente subsidiadas com recursos do Governo Federal e Estadual. São moradias de 40 metros quadrados, forradas, totalmente em alvenaria, com telhas de cerâmica, dois quartos, sala, cozinha com pia de louça, banheiro com chuveiro, lavanderia com tanque e uma pequena varanda. O pagamento é dividido em 72 parcelas mensais, que variam entre R$ 49 e R$ 62, de acordo com a renda familiar. O valor do investimento das 21 unidades foi de quase R$ 307 mil De acordo com Greca, são casas que custam perto de R$ 15 mil, com materiais de primeira e feitas com grande capricho e qualidade. “São as casas populares mais caprichadas e baratas do Brasil, em que os custos são repartidos com a população, porque na verdade o Governo do Estado tem prejuízo contábil ao fazê-las, mas tem lucro social. O lucro de poder oferecer a essas famílias a oportunidade de morarem bem e que cabem no bolso do trabalhador. Isso nunca vai cobrir o que foi investido. Quando muito, o dinheiro recolhido chegará a R$ 4 mil. Mas o que fica é o lucro social ao livrar as famílias dos trabalhadores do aluguel, do barraco, do risco”, destaca. Para Greca, o mais importante é que essas famílias estão agora morando num lugar decente e também com acesso aos programas sociais do governo Requião, da Luz Fraterna e o da Tarifa Social da Água. “As pessoas, no momento que entram numa casa da Cohapar, passam a ter direito a esses programas. Com isso, acaba sempre sobrando um pouco mais de dinheiro para melhorarem a educação de seus filhos e a sua qualidade de vida”, explicou o presidente da Cohapar. “Esse é um momento de grande alegria e satisfação. Entregar essas casas é participar da realização do sonho de cada família, que acaba conquistar o direito da casa própria. Somos gratos ao Governo Federal e ao governador Requião por estarem junto conosco nessa parceria, proporcionando uma vida mais digna ao povo de nossa cidade”, disse Noeli Pasa, representando o município. O sub gerente da Caixa Econômica Federal, César Nadolny, salientou o papel da instituição como importante fonte de interesse social. “A Caixa, como instituição financeira, capta recursos e repassa para a sociedade em formas de obras como esta. É um banco público que tem nessa parceria com o Governo do Estado e prefeituras, o mais importante aliado para poder proporcionar realizações com esta”. Minha casa - Marlene Machado, 27 anos, casada com Geraldo Pereira, 30 anos, com três filhos (11, 6 e 3 anos), e vive numa pequena chácara dos pais dela. Enquanto Marlene trabalha no cultivo da lavoura de milho, feijão e mandioca, usados para o consumo da família, Geraldo trabalha como ajudante de motorista de um comércio de produtos agropecuários da cidade. A casa onde moram desde que casaram, há 12 anos, é bastante precária, em madeira com frestas nas paredes e sem forro. Possui duas peças que é dividida entre uma cozinha com sala e na outra, um quarto com duas camas de casal, usadas para acomodar as crianças e o casal. Não possui água encanada e o chuveiro não é quente. Marlene reclama que a casa tem muitas frestas e buracos no telhado. “Quando chove, entra muita água dentro e nos dias de frio, o vento gela tudo. Além disso, num vendaval que deu, tempos atrás, destelhou tudo. Tenho medo quando o tempo começa a ficar ruim. Por isso não vejo a hora de mudar para a casa nova. Era tudo que mais queria na minha vida. Sempre tive fé que um dia conseguiria e chegou a vez, do jeito que sonhei. Agora sei que minha família estará protegida do tempo, com mais segurança e conforto”. Mudando de vida - Uma situação bem mais difícil vive a viúva Tereza Bielenki, 51 anos, com seus dois filhos, Daniel e Ademar (16 e 11 anos), respectivamente. Ela e os filhos vivem da pensão deixada pelo marido, de R$ 160,00 e da ajuda da prefeitura local, que contribui com uma cesta básica por mês. A casa onde vivem, numa ocupação irregular, é de muita pobreza. Tem apenas duas peças muito pequenas, e um banheiro. Quase não tem mobília. Um fogão a lenha e uma mesa dividem a cozinha com um sofá velho. “Aqui dorme o filho mais velho”, diz Tereza apontando o sofá. No quarto, numa cama de solteiro, dormem ela e o filho de 11 anos. Daniel conta que quer mudar logo e fala que seu sonho é fazer engenharia para poder construir casa. “Ter uma casa de verdade era um sonho que nem tinha mais. A gente acaba se acostumando com essa situação e acha que a vida não vai mais mudar. Acho que vamos começar uma nova etapa da nossa vida, num lugar decente para descansar a cabeça e viver melhor”, desabafa Tereza. Bom Pagador – Durante o evento, o presidente da Cohapar, realizou também a entrega dos prêmios da Campanha Bom Pagador a três famílias sorteadas da cidade de União da Vitória. O sorteio foi realizado no final de agosto e faz parte da campanha de arrecadação da Companhia iniciada em maio deste ano, que tem como objetivo melhorar a arrecadação renegociando as dívidas com mutuários com prestações em atraso e premiar os mutuários que mantém em dia as prestações do financiamento das suas moradias. No total serão sorteados 780 eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Nesta primeira etapa foram congratulados 130 mutuários de vários municípios. Jandira Rodrigues, 61 anos, recebeu um liquidificador. Ela mora há 20 anos na casa que comprou da Cohapar no conjunto João Paulo II. “Lá fiquei viúva e lá criei meus filhos. Praticamente toda minha história está naquela casa. Hoje os filhos estão criados e casados. Minha casa foi o maior patrimônio que conquistei. Por isso aconselho que as famílias que conseguem uma casa, jamais se desfaçam desse bem tão importante para a construção do lar”. Para Alexandre Rodrigues, 52 anos, foi uma alegria ser sorteado. Ele recebeu um grill das mãos de Greca. “Eu sempre paguei em dia minhas prestações porque a casa é o bem maior de uma família. Alexandre mora há 12 anos no conjunto Vitória II e diz que jamais teve a intenção de sair de lá. “Aquela é a minha casa, onde sei que minha família está em segurança. Se todos pagarem em dia suas prestações, a Cohapar vai poder ajudar mais famílias que precisam”, disse. O terceiro sorteado com uma sanduicheira foi Manoel Gonçalves Tibes, morador do conjunto Carlos Guth há 16 anos. Ele conta que passou por dificuldade há três anos quando sua esposa ficou doente. “Por necessidade acabei deixando minhas prestações atrasadas, mas assim que tive condições, procurei a Cohapar e contei com a compreensão dos funcionários para fazer um acordo. Hoje, já estou com tudo em dia e ainda fui sorteado”, contou.