Cohapar e Universidade italiana farão troca de experiências em tecnologia

O convênio foi assinado pelo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, e o reitor da Universidade de Ferrara, Patrizio Bianchi
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27/08/2008 - 18:17
Editoria
Um convênio de cooperação técnica firmado nesta quarta-feira (27) vai garantir a transferência de tecnologia nas áreas de habitação, saneamento, energia e meio ambiente entre o governo do Paraná e a Universidade de Ferrara, na Itália. O convênio foi assinado pelo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, e o reitor da Universidade, Patrizio Bianchi, durante reunião de trabalho que contou com a presença da representante da diretoria de Operações Tecnológicas da Lactec, Sandra Mara Alberti, e do diretor de Engenharia da Copel, Luiz Antônio Rossafa. “A Universidade de Ferrara é um centro de excelência tecnológica em todas as áreas do conhecimento humano. É um centro de saber produtivo. A presença do reitor Patrizio Bianchi dentro da Cohapar e o seu reconhecimento ao nosso trabalho mostra que estamos no caminho certo”, avaliou Greca. O convênio é o resultado da aproximação entre a Cohapar e a Universidade iniciada em 2007, quando Rafael Greca apresentou aos alunos do curso de Arquitetura da Universidade os projetos de resgate social e recuperação dos mananciais de água da Região Metropolitana de Curitiba. “Fiquei impressionado com a complexidade dos projetos apresentados pelo Governo do Paraná – na Cohapar, na Copel e no Lactec - e tenho a convicção de que são projetos importantes não só para Curitiba e o Paraná, mas para todo o mundo. O mais importante deste convênio é a troca de experiências de pesquisas e estudos sobre água, energia e meio ambiente em geral”, afirmou Patrizio Bianchi. Sobre a troca de experiências técnicas entre as instituições, Bianchi lembrou que isso já acontece, uma vez que a Cohapar possui, em seu corpo técnico, arquitetos que fizeram intercâmbio na Itália. “Espero que o intercâmbio de pessoas continue trazendo estudantes italianos para o Brasil para que aprendam as tecnologias usadas pela Cohapar e também para valorizar ainda mais o intercâmbio cultural com a Itália”, disse Patrizio. TROCA DE EXPERIÊNCIAS – Rafael Greca apresentou os projetos desenvolvidos pelo governo do Paraná na Região Metropolitana de Curitiba, que visam o resgate social das populações carentes e residentes em áreas degradadas, além da recuperação dos mananciais de água da região. O reitor Patrizio Bianchi afirmou que este projeto de valorização dos rios, de revitalização humana, beneficia toda sociedade. Segundo o reitor, o programa aplicado no Paraná está evitando a fratura entre a Curitiba-modelo e a Região Metropolitana. “Vi nos projetos da Cohapar a virtude de evitar a fratura social que compromete o modelo curitibano de planejamento urbano pela criação de uma região que não tenha qualidade de vida à altura da Capital do Estado”, afirmou. Para o reitor, o projeto do bairro Guarituba pode ser a possibilidade de cicatrização da fratura social entre Curitiba e sua periferia metropolitana e o que mais chamou sua atenção é a valorização da água como o elemento de futuro mais importante a ser preservado pela humanidade. “O projeto da Cohapar transcende seus valores econômicos, transcende sua importância política, e se transforma em um projeto para ser admirado e apreciado por toda a humanidade”. Patrizio Bianchi também afirmou que o olhar estrangeiro vê com mais facilidade as virtudes dos programas do governo do Paraná em toda a periferia de Curitiba. “A casa é o que traduz a própria essência da humanidade, não é só lugar onde se vive mas é também o lugar onde se recebem os outros. Onde acontecem as trocas de experiência. A casa é o cenário da vida, é o símbolo mais forte de agregação social, envolvimento humano e de qualidade de vida”, finalizou. Para Rafael Greca, a Universidade tem muito a contribuir com o desenvolvimento destes projetos, uma vez que a cidade de Ferrara nasceu da drenagem dos pântanos no delta do Rio Pó, o mais importante rio da Itália, e naquele lugar existe um dos mais antigos sistemas de drenagem do mundo e a cultura de preservação das águas. “Os duques de Ferrara, da família D’Este, tinham por símbolo o unicórnio – o cavalo místico branco que quando tocava as águas tornava as águas limpas. A água limpa é um sinal de vida, sobretudo há mil anos quando quem bebesse água suja morria de malária e outras doenças”, disse Greca. “Estou interessado em conhecer novos materiais, desenvolvidos pela Universidade, como por exemplo o vidro sobre os quais se aplica tintura de berinjela e dos quais se retira a apropriação da energia solar pra conservar as casas quentes, economizar energia e fazer casas ecologicamente corretas. Ou então painéis fotovoltaicos que fazem energia da reciclagem de velhos aparelhos celulares”, contou Greca. ‘Meu sonho mesmo é transformar o Guarituba em um bairro solar, uma cidade feita com energias limpas, com respeito absoluta ao meio ambiente, que seja uma visão futurísticas do mundo que pode ser”, enfatizou. LACTEC E COPEL - Além do convênio firmado com a Cohapar, a Universidade de Ferrara pretende firmar uma outra parceria com outras instituições estatais do Paraná, como o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) e a Companhia Paranaense de Energia (Copel). ‘O diretor de Engenharia da Copel, Luiz Antônio Rossafa, afirmou que, para a Companhia, toda a possibilidade de auscultar nichos de tecnologias fora do Brasil, é importante. “Nós não podemos nos contentar com aquilo que acontece no Brasil apenas, isso seria insuficiente. A Copel tem muita tecnologia nacional e paranaense, mas não tem sido suficiente para um ambiente competitivo onde a eficiência energética é importante e a motricidade tarifária é uma regra legal’, afirmou. “Temos que dar conta, com qualidade e com segurança, de gerar, transportar, distribuir energia com baixo custo. Por isso os desafios tecnológicos nos aproxima desses grandes núcleos mundiais”, enfatizou Rossafa. Sandra Mara Alberti (Lactec) afirmou que durante a reunião de trabalho foi possível identificar projetos comum as duas instituições. “Identificamos que é possível uma forte colaboração na área ambiental e na área de energias alternativas que, acredito, é pra onde nós vamos conduzir esse convênio no futuro’, disse. ‘Nessa discussão se percebe que há conhecimentos importantes e complementares, experiência que temos aqui no Brasil e que lá não tem e portanto, essa troca é extremamente importante, uma colaboração de mão dupla”, finalizou.

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