A Cohapar iniciou as obras de terraplenagem da Vila Nova, no Jardim Guarituba, município de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Só no primeiro dia, foram colocados 48 caminhões de terra. Os engenheiros da Cohapar calculam que esse trabalho deverá ser concluído em 66 dias.
As obras no Guarituba vão beneficiar 60 mil pessoas e transformam o local no maior canteiro de obras de regularização fundiária do País com construção de casas e obras de infraestrutura. A antiga favela aos poucos desaparece para dar lugar a um novo bairro.
“Em poucos meses, tivemos uma grande mudança. O comércio local começou a crescer, gerar mais empregos e as ruas começaram a ser melhoradas. Não sei se por ação da polícia ou das obras, mas a verdade é que até a criminalidade e a violência diminuíram drasticamente”, relata Antônio Machado de Assis, proprietário de uma loja de material de construção no local.
“Para a realização dessa etapa das obras, o governador Roberto Requião determinou uma parceria entre a Cohapar e o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), que trabalha com duas patrulhas rodoviárias, dez caminhões, tratores de esteira, pás carregadeiras, motos niveladoras, rolos compactadores e pessoal”, conta o presidente da Cohapar, Rafael Greca.
Greca explica que serão necessários 100 mil metros cúbicos de terra – volume igual a 7 mil caminhões de médio porte, que vão ser espalhados em camadas e, depois, compactados para elevar em cerca de 90 centímetros os terrenos, que juntos possuem uma área de 29,9 hectares. “Isto vai evitar a inundação nas 37 quadras de lotes”, explica um dos engenheiros responsáveis, Carlos Alberto Porcides.
A primeira fase dos trabalhos no local começou em janeiro quando foram feitos os trabalhos de abertura de valas para drenar as águas do local. Como o solo do Guarituba é de turfa, uma espécie de “areia movediça”, por onde passavam vários veios de água, o lençol freático foi rebaixado de dois a três metros para secar a área.
Depois desta segunda etapa de trabalhos, a Cohapar inicia a construção de 803 moradias para famílias que vivem na beira dos rios Itaqui, Piraquara e Iraí, consideradas áreas de risco de enchente. Com a obra de terraplenagem será possível fazer a fundação das moradias, além da formação de ruas, galerias e obras de saneamento.
No Guarituba vivem mais de 9 mil famílias. Dessas, 8.087 vão receber a regularização e posse da terra. Todas as famílias serão beneficiadas com obras nas redes de água, esgoto e energia elétrica, além de pavimentação e drenagem, o que vai impedir novos alagamentos.
Desenvolvimento – Há dez anos morando na região da Vila Nova, no Guarituba, e há quatro com comércio de materiais de construção, o casal Antônio de Assis Machado, 40 anos, e a esposa Maria Leonete, 34 anos, acabam de abrir mais uma loja nas proximidades de onde a Cohapar vai construir as 803 casas.
“Desde que viemos morar aqui, jamais pensamos que esse lugar passaria por essa transformação. Tudo está mudando muito rápido. Quando falavam que o governo iria começar a realizar trabalhos para melhorar o lugar, achávamos que eram apenas promessas de campanha. Mas hoje vemos que isso está acontecendo mesmo”, conta o casal.
A felicidade da mudança está também na família de Sandra Vicente Correia, 28 anos, e do marido Anísio da Silva, 46 anos. O casal mora com duas filhas no Jardim Caiçara, numa área de alagamento e em breve vão se mudar para as novas casas que serão construídas pela Cohapar.
“Estamos aqui há dez anos. Esse lugar ficava totalmente alagado quando chovia. O alagamento se misturava com as águas das valetas de esgoto a céu aberto. Cada vez que tínhamos que sair de casa era horrível, pois precisava passar por essa sujeita toda. Hoje isso aqui nem parece o mesmo lugar de meses atrás. O governo está fazendo muita coisa aqui. O lugar tá ficando muito bonito. Estou ansiosa para mudar para a casa nova. Meu marido é servente de pedreiro e quer acompanhar de perto toda a obra”, garante Sandra.
Cohapar e DER começam obras que vão colocar 100 mil m³ de terras no Guarituba
Só no primeiro dia, foram colocados 48 caminhões de terra; os engenheiros da Cohapar calculam que esse trabalho deverá ser concluído em 66 dias
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16/04/2009 - 14:50
16/04/2009 - 14:50
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