Cohapar defende construção de moradia popular a R$ 20 mil para combater crise


Presidente da companhia, Rafael Greca, participou de encontro nacional de secretário de Habitação
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12/12/2008 - 13:50
Editoria
O presidente da Cohapar, Rafael Greca, defendeu um programa nacional de construção de moradias populares como uma resposta à crise global que atinge o País. “O poder público, em vez de subsidiar bancos e empreiteiras, poderia investir mais em moradias populares. Isto pode ser feito com os recursos que hoje todas as Cohabs destinam ao pagamento dos contratos do extinto BNH”, afirmou Greca, durante encontro nacional de secretários de Habitação, na quinta-feira (11), em Curitiba. Só no Paraná, em média, o Estado paga R$ 7 milhões por mês. “O ideal seria investir esse recurso na construção de casas populares. No Governo do Paraná as unidades custam em média apenas R$ 20 mil, com prestação média ao mutuário de R$ 50, promovendo ainda a geração de milhares de empregos”, disse. Segundo ele, “os economistas calculam que a cada R$ 40 mil em obras, são gerados seis empregos, um direto e cinco indiretos. Logo, as 22 mil casas feitas pelo Governo Requião geraram 55 mil empregos nestes seis anos”. O debate do Fórum Nacional de Secretarias de Habitação e Desenvolvimento Urbano ocorre paralelamente ao 55.º Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social. O evento acontece em Curitiba até sábado (13), no Hotel Mabu, e conta com a presença da secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães, que representou o ministro das Cidades, Márcio Fortes, e secretários de habitação de diversos estados brasileiros. EQUILÍBRIO - A busca pelo equilíbrio financeiro das Cohab’s de todo o País foi o principal tema discutido pelos secretários de habitação na reunião promovida pela Associação Brasileira de Companhias de Habitação (ABC). O desequilíbrio financeiro da habitação tem origem na renegociação da dívida deixada pelo extinto BNH (Banco Nacional da Habitação), calculada em R$ 120 bilhões junto à União e à Caixa Econômica Federal. Este é o valor aproximado que os Estados devem ao Governo Federal. Por outro lado, as Cohabs calculam que a Caixa deve aos Estados e municípios R$ 76 bilhões em FCVS (Fundo de Compensação de Variação Salarial). Este fundo é a diferença entre o que foi pago pelo mutuário e a correção nos contratos feita pela Caixa, paga pelas companhias de habitação de todo o País. O presidente da ABC e secretário de Habitação do Tocantins, Aleandro Lacerda, defendeu a isonomia de tratamento às Cohabs. “A questão essencial com relação às negociações do FCVS é que a Caixa Econômica Federal deve proporcionar às Cohabs isonomia de tratamento, assim como faz com os bancos privados”, disse. PRAZOS – Uma das principais críticas é as Cohabs terem 60 meses para pagar esta diferença, mas só irão receber em 30 anos o que pagaram a mais. “Isto, depois de todas as exigências feitas pelo FCVS, para conferir cada contrato que vêm de uma época sem informatização. São de 25 anos atrás, imaginem a precariedade para controlar tudo isto”, explicou o diretor-jurídico da Cohab de Campinas, Nelson Nicolau. A ABC tem sede em Brasília e congrega todos os órgãos públicos ligados à habitação, incluindo as Cohabs, secretarias estaduais e municipais de Habitação. O órgão acompanha todos os programas habitacionais que usam recursos federais, e mantém diálogo com o Ministério das Cidades (MCidades), Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Gabinete Civil da Presidência da República e diretorias da Caixa Econômica Federal.

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