A Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) finaliza os projetos para a construção de mil unidades do programa Casa da Família Rural em 2004. Atualmente, a empresa está firmando os contratos com os beneficiários, todos pequenos agricultores com renda familiar bruta de até um salário mínimo. O programa é uma parceria entre a Cohapar, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e as prefeituras. O financiamento será feito pelo banco Nossa Caixa, do estado de São Paulo, com recursos do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH), e pela Seab.
As moradias do Casa da Família Rural terão área construída de 52 metros quadrados, três quartos, sala, cozinha, banheiro, varanda, forro e cobertura em telhas cerâmicas. Os projetos foram desenvolvidos especificamente para a vida no campo, e possuem toda a infra-estrutura necessária a uma moradia digna. As famílias dos pequenos agricultores poderão optar entre dois projetos arquitetônicos diferentes.
O presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli, explica que o programa Casa da Família Rural é um compromisso do Governo do Paraná de levar moradia digna ao homem do campo. “As prestações do programa são acessíveis. Os beneficiários poderão pagar a casa em 72 parcelas mensais, correspondentes a no máximo 20% do salário-mínimo. Outra opção é o pagamento anual, em cinco parcelas a partir de maio de 2005, do valor equivalente a 50,93 sacas de milho, considerando-se o preço mínimo estabelecido pelo governo federal. Em valores atuais, essa parcela anual seria de R$ 687,00”, diz.
Expectativa - Oito famílias de produtores rurais que vivem no Assentamento Santa Maria, em Paranacity (Noroeste do Estado), estão entre as primeiras beneficiárias do programa. O assentamento começou em 1993 com 16 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Elas criaram a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi), que produz leite pasteurizado integral e açúcar mascavo, entre outros alimentos.
Das 25 famílias que vivem atualmente no Santa Maria, oito vivem em moradias precárias e serão beneficiadas pelo Casa da Família Rural. Os agricultores já escolheram os projetos das casas e tiveram reuniões com um engenheiro e assistentes sociais da Cohapar para conhecer o sistema construtivo e detalhes do programa. As casas serão construídas na área residencial do assentamento, onde já vivem as demais famílias, para garantir a integração dos moradores e a diversificação das moradias do local.
As casas serão construídas pelos próprios moradores, em regime de mutirão, com a supervisão e orientação de técnicos da Cohapar. “As novas moradias são o principal assunto em todo o assentamento. No refeitório, na hora do almoço, não se fala em outra coisa. As famílias conversam animadamente entre si e com o engenheiro, trocando idéias sobre os detalhes das novas casas”, explica a assistente social Ivone Ferraresso dos Santos, do escritório regional de Maringá da Cohapar.
“Este assentamento existe há dez anos e esta é a primeira vez que teremos acesso a uma moradia digna”, afirma a tesoureira da Associação dos Moradores, Claudete Strumer. “Somos gratos ao Governo do Estado por essa oportunidade”, completa o secretário Antônio Natalino Gonçalves.