A Cohapar está concorrendo ao Selo de Mérito 2003, instituído pela Associação Brasileira de Cohabs e Órgãos Assemelhados (ABC), com a implantação da metodologia de gestão comunitária nos empreendimentos do programa Casa da Família/FGTS (325 unidades) e PSH - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social(2.252 unidades). A utilização das fôrmas metálicas em 26 empreendimentos (1.251 unidades) também foi apresentada à ABC.
A comissão julgadora do Selo de Mérito se reúne no dia 20 de fevereiro para decidir quais projetos receberão a honraria. A entrega das premiações será durante a Reunião Conjunta da ABC com o Fórum Nacional dos Secretários da Habitação (FNSH) que será realizada em Londrina, no dia 25 de março. O Selo de Mérito tem como objetivo estimular e divulgar ações relacionadas à produção de habitação popular, à pesquisa, ao desenvolvimento de novas tecnologias e alternativas de produção.
As moradias do Casa da Família são construídas com o sistema de gestão comunitária, pelo qual forma-se uma associação de participantes que, junto com a Cohapar, administra os recursos financeiros. “A execução da obra e a responsabilidade técnica é da Cohapar, que possui um Grupo de Acompanhamento de Custos com a finalidade de buscar preços de materiais de construção mais baratos e com mais qualidade”, explica a diretora de projetos, Rosângela Curra Kosak.
Exemplo – O trabalho enviado à ABC tem um estudo de caso de gestão comunitária na construção do empreendimento Moradias Ayty, do Casa da Família/PSH, localizado em Ampére. As famílias que serão beneficiadas com as 25 moradias formaram uma Associação Comunitária, cuja diretoria eleita pelos futuros moradores gerencia a aplicação dos recursos e a administração da obra junto com a Cohapar. “Constantemente realizamos reuniões no canteiro de obras para que as famílias se habituem com o local, discutam a construção com os pedreiros e tenham contato direto com o imóvel”, diz a gerente do Escritório Regional da Cohapar em Francisco Beltrão, Tânia Regina Bernardon. Além disso, são proferidas palestras educativas, de acordo com os interesses manifestados pela comunidade, como qualidade de vida e orçamento doméstico.
Para Waldir Cesca, 43 anos, vigia em Ampére, a proximidade da mudança é vista com grande expectativa. “Moro há 38 anos no município e sempre tive que pagar aluguel”, conta. “Vou pagar pelo que é meu”, comemora. Ele vai todos os dias no canteiro de obras “para ver como vai indo a nova casa” e já plantou algumas árvores e flores no terreno, além de cercar o lote em conjunto com o vizinho, que ajudou na compra das madeiras da cerca, que Waldir mesmo fez.
Fôrmas metálicas – A Cohapar está substituindo a madeira pelas fôrmas metálicas nas etapas de fundação, alvenarias e vigas-cinta. Em Cândido de Abreu, as fôrmas estão sendo utilizadas na construção de 42 moradias do empreendimento Costa Azul II, do Casa da Família/PSH. De acordo com o engenheiro Paulo Dirceu de Souza, do escritório regional de Guarapuava, responsável pelas obras no empreendimento, as etapas não seriam executadas a tempo se não fossem utilizadas esses equipamentos. “A mão-de-obra local era escassa e trazer gente de fora era inviável”, justifica Souza.
A tecnologia está proporcionando bons resultados à Cohapar. Segundo Souza, ao considerar apenas os materiais envolvidos nas etapas em que a fôrma é utilizada (baldrames, vergas e cintas), a economia no tempo de execução e nos custos com materiais variou de 8% a 13%.
As fôrmas também estão facilitando o acesso ao emprego. Em Pranchita, no Sudoeste paranaense, as obras das 60 moradias do Casa da Família/PSH foram realizadas por serventes, no lugar de pedreiros e carpinteiros, que normalmente trabalham nesse tipo de obra. Ainda assim, a fundação das moradias foi concluída em apenas dez dias. “Pelo sistema convencional, seria necessário ao menos um mês”, informa o diretor de Obras da Cohapar, Ascelide José Parizotto.
Entre as vantagens proporcionadas pelas fôrmas, a principal delas, de acordo com Parizotto, é a facilidade de utilização. “A ferramenta facilita o acesso ao emprego por pessoas menos qualificadas e o meio ambiente acaba sendo beneficiado de forma indireta, uma vez que as fôrmas podem ser reutilizadas em outros empreendimentos, evitando cortes desnecessários de madeira”, diz. Com as fôrmas, as casas têm acabamento mais preciso, o desperdício dos materiais é reduzido, garantindo mais qualidade com custos menores.