O projeto “4 Motores para o Mercosul” vai atuar sob as temáticas meio ambiente, economia, cultura e educação. As ações foram definidas nesta sexta-feira (16) durante reunião ocorrida entre o diretor para Assuntos Europeus, das Relações Internacionais e da Cooperação da região francesa de Rhône-Alpes, Laurent Van Soen; o secretário do Conselho de Desenvolvimento do Extremo Sul (Codesul/PR) e coordenador do projeto, Santiago Martín Gallo; o assessor do Codesul, Thierry Guillemot; além do assessor de Assuntos Internacionais da Secretaria Estadual de Indústria e Comércio, Cícero Gomes. De acordo com Gallo, o Paraná vai conduzir a criação dos “4 Motores” na América Latina. “Vamos propor para o governador Roberto Requião uma reunião aqui no Estado durante o primeiro trimestre de 2008 com a participação das unidades subnacionais que podem fazer parte do projeto. Queremos apresentar a proposta da criação para que as quatro regiões possam unir esforços em áreas de comum interesse”, disse Gallo. Segundo ele, a idéia é que, no segundo trimestre de 2008, seja feito intercâmbio de funcionários para capacitação do modelo de integração entre as regiões européias. O “4 Motores para o Mercosul” é fruto do plano de ação assinado entre o governador Roberto Requião e a região francesa de Rhône-Alpes, que prevê parcerias em diversas áreas. Inspirado no “4 Motores para a Europa” que, desde 1988, envolve quatro grandes regiões (Rhône-Alpes - França, Lombardia - Itália, Catalunha - Espanha e Würtenberg - Alemanha), o “4 Motores para o Mercosul” vai integrar esforços do Paraná, província de Córdoba (Argentina) e departamentos de Alto Paraná (Paraguai) e Rivera (Uruguai), no sentido de ter maior capacidade de negociação e intercambiar práticas de gestão de qualidade em áreas de interesse. O projeto pretende promover uma integração para o Oeste, rumo ao Pacífico, e acessar mercados asiáticos. “A idéia é fazer uma cooperação regional no Mercosul e estabelecer uma cooperação internacional entre as regiões – as quatro européias e as quatro sul-americanas”, explicou o diretor executivo da Câmara de Comércio França-Brasil, Sérgio Bruel. De acordo com ele, as linhas temáticas seriam meio-ambiente, temas acadêmicos, mobilidade de pessoal e cooperação econômica. “É um modelo muito bem-sucedido na Europa há 20 anos. A idéia é se inspirar no modelo europeu e organizar um modelo regional no Mercosul, usando os princípios e adaptar no que for necessário para a nossa realidade”, completou. Bruel ressaltou a formação técnica oportunizada pelo projeto. “Dentro dessas cooperações há intercâmbio de profissionais, tanto de gestores públicos quanto de empresas privadas, que podem conhecer a realidade de outras regiões. Com isso, podem proporcionar a identificação de oportunidades de cooperação concretas para realizar projetos”, falou. DESCENTRALIZAÇÃO – O assessor do chefe do Erepar (Escritório de Representação do Itamaraty no Paraná) para Projetos Especiais, Adriano Fonseca, destacou a descentralização do projeto. “O Paraná faz fronteira com o Paraguai e Argentina e, ao mesmo tempo, com o motor econômico do Brasil, que é São Paulo. Do Codesul, essas fronteiras se estendem para o Uruguai, pelo Rio Grande do Sul, então há várias possibilidades de implantar esse modelo aqui no Codesul”, disse. Segundo Fonseca, é interessante começar esse “caminho” pelo Paraná, “aproveitando a Itaipu Binacional, que tem o pólo tecnológico. A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) tem um projeto em Hernandarias (Alto Paraná – Paraguai), na fronteira com o Paraná, que é um projeto de capacitação profissional. Juntaria essas regiões para que elas contribuíssem para o funcionamento do projeto no Mercosul”, explicou. “A proposta inicial para o ‘4 motores para o Mercosul’ teria o Paraná, junto com os parceiros do Codesul, representando o Brasil. Também participam o Conselho de Região do Nordeste da Argentina (Crecenea), composto por seis províncias que fazem fronteira com o Codesul; os departamentos paraguaios que fazem fronteira com o Brasil, representados pelo departamento do Alto Paraná, que é o departamento da Itaipu”, contou. Também faria parte do grupo, a província de Córdoba, “porque, além de fazer fronteira com o Crecenea, ela faz fronteira com Buenos Aires e com o Noroeste da Argentina. Em Córdoba, estamos quase no pacifico, essa é a lógica, atravessar o corredor bioceanico, rumo ao pacifico, rumo aos mercados asiáticos”, falou. “O departamento de Riviera, no Uruguai, localizado na fronteira com Santana do Livramento que, segundo a AL do Rio Grande do Sul, é o município símbolo de integração do Mercosul. Essa seria a forma que o rs encontre uma forma de ajudar o Uruguai a se integrar ao mercosul”, explicou Fonseca.